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sábado, 16 de junho de 2012

Política e Religião



Política e Religião


            Hábito inveterado e condenável é esse dos oradores de comícios procurarem envolver questões de consciência religiosa nas campanhas políticas.

            Padres e pastores falam nos púlpitos, nos comícios, envolvendo a religião e acusando candidatos contrários de estarem a serviço de inimigos da sua igreja; outros, mais imaginosos, organizam procissões e festejos e lá se derramam pelas ruas da cidade, exibindo andores e cantores, que passam a ser elemento eleitoral, pedindo votos para adeptos do vigário, do pastor, bispo ou apóstolo (quando não para os próprios) e ainda pragas para os "inimigos" da sua (deles) religião.

            Imitando agrupamentos políticos que defendem interesses comuns como, por exemplo, a bancada ruralista, surgiu também a ‘bancada evangélica’ com se o Cristo de Deus necessitasse de representantes seus no Congresso Nacional. Nosso Governador governa e não se submete às miudezas daqueles que buscam a matéria através de negociações nem sempre muito claras e oriundas dos calabouços da política.

            A errada e perigosa mania de usar-se dessa ferramenta de paz e amor para fins eleitorais, suporta o que há de condenável e desenfreado no processo partidarista. O bispo disse, o arcebispo não disse, quem disse foi o pastor, a Cúria negou...

            É assim que se costuma fazer política partidária, vingativa, odienta, sectarista e intolerante, deseducando o povo, habituando a mocidade e as crianças que leem ou vão ouvir oradores nos comícios, a desrespeitar o direito de voto, a desprestigiar o regime democrático, a estimular mentiras, a nutrir desavenças, a robustecer ódios.

            Entendemos que, trocando o púlpito por uma tribuna de achincalhes partidários, estarão os sacerdotes e pastores se nivelando a qualquer pecador, não lhes sendo mais razoável falar como Pastores de Almas mas sim como caçadores de votos mundanos .

            As igrejas – a de Roma ou as reformadas - vão mal com sacerdotes que mais se entregam à paixão política do que à beleza espiritual de seu magistério divino.

            Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento. Instruí-vos, eis o segundo. No mais, oremos para que nossas escolhas políticas acertem em seus mandatos de forma a refletirem os ensinamentos do Mestre Jesus em seus atos e palavras.

Decalcado de um artigo de Reformador (FEB) de Jan 1948


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