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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Fidelidade Integral à Doutrina



Fidelidade
integral à Doutrina
           
            “...Não há, dentro do Espiritismo kardequiano, batizados, casamentos, bênçãos disto e daquilo, hinos e outras cantorias. Não os há, evidentemente, na Doutrina codificada por Allan Kardec e ditada pelos Espíritos superiores. Mas, podemos encontrar algumas dessas contrafações doutrinárias até em instituições dirigidas com a maior dedicação, certas de que são perfeitas na observância da Doutrina ... Ao ouvirem ponderações contrárias, argumentam que nada disso tem importância, são coisas inocentes, que servem até para atrair e deleitar os que se mostram inclinados a frequentar os “centros” ou que já os frequentam... É claro que não preconizamos uma ortodoxia asfixiante mas encarecemos maior fidelidade aos preceitos doutrinários por necessária à vitalidade e eternidade da Doutrina. Lembramo-nos de que, certa vez, ao estranharmos o uso despropositado de cantos numa casa espírita, um dos seus dirigentes, sorridente, nos respondeu: “Que mal há na música tão agradável aos ouvidos? ... Que mal pode haver no canto, que enternece a alma? ...” E nos mostrou uma espécie de hinário, inclusive uma letra “espírita” para os dias de aniversário dos componentes do grupo... E assim, graças à candidez e a inocência de alguns boníssimos confrades que se afirmam kardequianos, vai-se operando a “protestantização” dos hábitos e das praxes de reuniões que deveriam de ser exclusivamente espiritistas. Salvo melhor juízo.

            Se levarmos mais longe a nossa observação, encontraremos, em alguns lugares, não o ensino exclusivo da Doutrina Espírita e do Evangelho, mas também, com as imprecisões compreensíveis a mistura desses estudos com elementos de teosofia, esoterismo, etc. E não será para tanta admiração que tal aconteça, quando há quem, sendo declaradamente espírita, se faça arauto da parapsicologia, a ponto de estabelecer confusão entre esta e o Espiritismo, que, em seu aspecto científico, já foi muito mais além do que os seguidores do Professor Rhine.

            Menos por impertinência do que pela preocupação de que se preserve a pureza dos princípios da Doutrina Espírita, numa época em que tudo sofre os efeitos deletérios do materialismo destruidor e ateísta, é que consideramos oportunas estas observações. Os grandes males geralmente começam por coisas tão insignificantes, na aparência, que ninguém lhes dá atenção. Há no mundo atual um movimento iconoclasta, de essência ateísta, empenhado em destruir o chamado mundo cristão, com as suas tradições, a sua ética, os seus costumes. Já decretaram os corifeus do Anticristo encoberto, a “morte de Deus”, a “personalidade subversiva e violenta de Jesus” (!)... A rebeldia está em moda a violência e a imoralidade são pregadas publicamente, inclusive na imprensa, no rádio, no teatro, na televisão, nos livros vendidos livremente.  Corrompe-se primeiro o pensamento da juventude, para, depois que os jovens se achem intoxicados por teorias “avançadas”, desferirem golpes na família e na religião...”


por    Tobias Mirco
(Indalício Mendes)
Trecho de artigo publicado em Reformador (FEB) em Janeiro de 1971



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