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sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Sinal de Jonas



O Sinal de Jonas

  12,38  Então, alguns escribas e fariseus tomaram a palavra: - Mestre, quiséramos  ver-Te  fazer  um  milagre.
12,39 Respondeu-lhe Jesus: “ -Esta geração adúltera e perversa pede um sinal; mas não será dado outro sinal do que aquele do profeta Jonas.
12,40  Do mesmo modo que Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe, assim o filho ficará três dias e três noites no seio da terra.
12,41  No dia do juízo, os ninivitas se levantarão com esta geração, e a condenarão, porque eles se converteram pela  pregação de Jonas. E há, aqui, mais do que Jonas.  
12,42 No dia do juízo, a rainha do sul se levantará com esta raça e a condenará, porque veio das extremidades da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E há, aqui, mais do que Salomão.
12,43 Quando o espírito impuro sai de um homem, vagueia por lugares áridos à procura  de  um  repouso  que  não  encontra.
12,44 Diz ele então: Voltarei para a casa de onde saí. e, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada.   
12,45 Vai, então, buscar sete outros espíritos piores que ele e entram nessa casa e se estabelecem aí; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro. Assim acontecerá com esta geração criminosa.

            Para  Mt  (12,38-45) -O Sinal de Jonas, lemos, em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão:

            “Jonas constituíra para os Ninivitas um prodígio, um milagre, porque acreditaram, sem sombra de dúvida, que ele fora engolido por um peixe, em cujas entranhas permanecera três dias, submerso no fundo do mar.

            Do mesmo modo Jesus, que, até para os discípulos, era um homem igual aos outros, pela sua ressurreição e ascensão viria a constituir, para a geração de sua época, um prodígio, um milagre, visto que, para essa geração, tais fatos não podiam ser mais compreensíveis nem menos miraculosos, do que, para os Ninivitas, o reaparecimento de Jonas, após três dias de permanência no ventre de um peixe.

            Dar-se-á, porém, que aqueles fatos, que ontem não podiam ser explicados, nem compreendidos, que tiveram, portanto, de ser impostos como milagrosos, devam hoje ser aceitos, com o mesmo caráter, para glória de Deus, quando a Nova Revelação, que veio para substituir a fé cega pela fé raciocinada, no-los explica plena e satisfatoriamente?

            Certo que não.

            Com efeito, na ressurreição e na ascensão do Cristo, nós espíritas podemos e devemos crer, sem de nenhum modo aceitarmos, no que quer que seja, o milagre, desde que aquela Revelação nos mostra e prova, com os textos evangélicos, compreendidos em seu espírito, que Jesus só aparentemente era homem, que Ele desempenhou a sua missão como Espírito, Espírito livre, de pureza perfeita e imaculada, portanto, isento da lei da encarnação, apenas revestido de um corpo fluídico, de um perispírito tornado visível e tangível, com o qual possível e fácil lhe foi sair do sepulcro, conservando-se este fechado e selado.

            Igualmente, com relação a Jonas, ela nos faz saber que ele apenas esteve durante três dias preso a ferros a bordo de um navio, em que viajava, donde um marinheiro devotado, condoído da sua sorte, o transportara às escondidas num bote até a praia, aí deixando-o.

            A tendência que tem o homem para dar a tudo o cunho do maravilhoso e a atração que este sobre ele exerce criaram a lenda de Jonas engolido e vomitado por um peixe. Semelhante maravilha logo se impôs à imaginação humana como um “milagre” e como “milagre” foi tido e crido.

            Os Ninivitas que, aproveitando da pregação de Jonas, entraram e permaneceram nas vias do Senhor e a rainha do Meio-dia que reconheceu a grandeza de Deus e a sabedoria daquele a quem Deus fizera rei, para reinar com equidade e distribuir justiça, eram a condenação dos Judeus, que resistiam a todos os esforços de Jesus para os reconduzir ao bom caminho. Foi o que o divino Mestre acentuou, dizendo: “E há, aqui, mais do que Jonas; e há, aqui, mais do que Salomão.”

            Jonas e Salomão eram espíritos em missão, porém de ordem inferior. Citando-os, de modo algum pensou Jesus em se lhes equiparar, sendo, como era, o Cristo de Deus e, como representante do Pai, o Mestre, o Rei do nosso planeta e da humanidade terrena. Ao contrário, o que fez, lembrando os exemplos de Jonas e Salomão, foi chamar a atenção dos homens para a superioridade da sua missão, superioridade que a Nova Revelação patenteia aos nossos olhos, e chamar-lhes também a atenção para a culpabilidade dos que se rebelavam contra seus ensinos.

            Daí o dizer: “Assim como Jonas foi o sinal para os de Nínive, assim também o filho será um prodígio para esta nação.”

            Para  Mt (12,43-45) -Dever de resistir aos maus instintos - seguimos com o mesmo autor e obra:

            “Jesus, por essa forma, advertia os homens de que estivessem precavidos sempre contra as más paixões e tendências que, repelidas, a princípio, facilmente podem voltar depois mais intensas e tenazes, como acontece com as enfermidades, relativamente às quais se verifica que as recaídas são sempre mais perigosas.

            Os espíritos imundos que influenciam para o mal o homem são atraídos pelos seus maus sentimentos. Ora se o homem limpar sua alma de todas as impurezas e a adornar das virtudes opostas a tais sentimentos ocupá-la-á o seu anjo de guarda, tornando impossível àqueles espíritos fazerem morada, como antes.

            Ornemos, pois, de virtudes as nossas almas, a fim de que o Senhor as possa considerar habitações dignas dos seus mensageiros, os espíritos bons, de cuja inspiração e assistência gozaremos, então, eternamente.”                          
           



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