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domingo, 1 de maio de 2011

05 Trabalhos do Grupo 'Ismael'



05/60   

Já que nos propusemos a historiar a marcha do Espiritismo no Brasil, não nos podemos furtar ao desejo e à obrigação de falar de um grupo que serviços relevantissimos tem prestado à doutrina de Jesus. Queremos referir-nos ao ‘’Grupo Sayão’’.
Esse grupo, composto de espíritas educados e dedicados ao amor do próximo, é um rebento viçoso da frondosa arvore ‘’Deus, Cristo e Caridade’’ que, como já vimos, não tendo sido cuidadosamente conservada pela maioria dos que se obrigavam à sua sombra, feneceu e, do belo fanerógamo que era, se transformou no estéril criptógamo denominado ‘’Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade’’ Esse grupo, cuja alma era, e ainda é, Bittencourt Sampaio, se compõe de espíritas que, não aceitando a Academia, como elemento desordenadamente revolucionário  e contraproducente, se propuseram a uma ordem de trabalhos especiais, quais sejam o estudo profundo e meticuloso dos Evangelhos e a publicação de uns tantos livros nele recebidos e a ele dados mediunicamente por Espíritos superiores. Tal foi o compromisso sagrado que tomou o ‘’Grupo Ismael’’
Semelhante tarefa, que apenas teve começo em vida de Bittencourt, está sendo agora concluída, por graça de N. S. Jesus Cristo, que não se cansa de velar pelo bem das suas ovelhas tresmalhadas.
Em vida, Bittencourt Sampaio deu lume a ‘Divina Epopéia’; assistiu ao começo dos ’Estudos dos Evangelhos’ confeccionados e publicados pelo membro do Grupo Dr A. L. Sayão, e depois de sua partida para os páramos etereos, forneceu ao grupo mais dois, tendo em elaboração um terceiro, que será, disse ele, o termo do compromisso tomado pelos seus companheiros para com o Divino Mensageiro do Senhor.
Esses cincos livros, que representam um período de lutas titânicas, constituem um compêndio de estudo acurado dos Evangelhos, o mais completo de que temos noticia e que pode comportar a inteligência humana, nesta fase da nossa existência terrestre, pois ocupam-se dos ensinamentos morais e religiosos desde Moisés até ao Apocalipse, a divina profecia que até hoje ainda se acha velada pela sombra carregada da letra:
Os membros do Grupo, na quase totalidade, fizeram parte da ‘’Fraternidade’’ e hoje pertencem à Federação.
À primeira vista, parece que, ocupando-nos com esse Grupo, fazemos uma seleção contraria ao nosso propósito; mas o leitor  consciencioso e imparcial saberá avaliar a sua importância e não nos acoimará de parcial na justa menção que dele fazemos. Pela sua natureza singular, entendemos ser imprescindível tratar desse Grupo no histórico sintético, que tentamos esboçar, do Espiritismo no Brasil; pois, por isso mesmo que é todo particular e íntimo, não é conhecido dos espíritas senão pelos livros que a espaços vem publicando.
Quem tem acompanhado a marcha da Doutrina Espírita no nosso pais deve ter notado que nestes últimos tempos apareceu um verdadeiro prurido de propaganda. Os médiuns, particularmente os receitistas e curadores pululam aos milhares, sendo que alguns desta última espécie tem imprudentemente feito ruído em torno de si mesmos.
Coitados! Esquecidos das múltiplas recomendações do Divino Mestre aos seus apóstolos e aos crentes, quando a estes restituía a saúde, promovem reclamos nos periódicos profanos sempre ávidos de escândalos e maravilhas, para melhor se tornarem conhecidos e com mais proveito poderem explorar materialmente a mediunidade que lhe foi dada  para o exclusivo fim da pratica da caridade.
Esquecem-se da recomendação expressa de Jesus quando ordenou a seus discípulos que dessem de graça o que de graça recebessem! Não se lembram da sentença implacável, que de antemão já está lavrada, pois sabem que quem vende a mediunidade vende o próprio Mestre, troca Jesus pela vil moeda. Escândalos de toda ordem surgem de todos os pontos, do setentrião ao meio dia, do nascente ao poente.
Nota-se como que um propósito manifesto de apresentar a doutrina salvadora como produto anômalo de dois fatores heterogêneos; como oriunda de cérebros desequilibrados e, neste caso, merecendo seus adeptos a proteção da sociedade que os deve reter num instituto próprio aos cretinos; ou como artimanha de especuladores imorais e execrandos que procurem, encastelados num falso sistema doutrinário, dar curso às suas concepções desvairadas e saciar seus ignóbeis vícios.
Desgraçadamente, é certo, há irmãos que, pelo seu procedimento, sancionam o despeito e o rancor dos inimigos do Espiritismo, pois tais crimes cometem, que dão ensejo às autoridades policiais de os chamarem à barra dos tribunais como espíritas!
Como vemos, parecia que a santa e pura doutrina de Jesus rolava pelo plano inclinado do desprestígio e da desmoralização.
Mas, quando a divina revelação chegava ao extremo de se confundir com a magia negra por exclusiva culpa dos seus adeptos que, divididos, procuravam, cada um, exercitar o Espiritismo em suas casas, o que sem duvida, é cômodo porém pouco produtivo; quando tudo parecia perdido (se porventura possível fosse perder-se o que é de Deus), eis que acima de todas essas misérias paira a figura patriarcal de Bezerra de Menezes, cercado da auréola de uma moral puríssima, à frente de pequeno grupo de homens orientados, que o aclamaram chefe e mestre.

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