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domingo, 8 de maio de 2011

20 c Célia


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IV.       Há uma referência feita por Joseph-Marie Sauget a um São Marinho, chamado o Velho, festejado no dia 8 de agosto e que morreu em 290. Baseado em documentos antigos, o mártir, escreve Sauget, teria residido em Anazarba, cidade da Cilícia, na Ásia Menor, região onde os cristãos seriam batidos pelos sarrecenos em 1190.
            Preso porque aceitava o Evangelho de Jesus, ao tempo do Imperador Diocleciano, foi transferido para Tarso e colocado à frente do governador Lísias. Pela recusa em prestar sacrifícios aos ídolos, foi torturado e condenado à morte por decapitação, fora da cidade. Se corpo foi jogado, após, às feras.
            Esse autor faz também alusão aos mártires Frontone, Secondino e a outro Marino, ligados à região de Antióquia. Confessa, entretanto, serem escassas as notícias sobre eles.

V.        De acordo com a tradição, no início do século IV, para fugir das perseguições que se moviam aos cristãos da época, um talhador de pedra chamado Marinus (310-395), alsaciano de origem, chegou ao monte Titano, nos Apeninos, e ali começou a explorar as pedreiras da região. Marinus, criatura muito piedosa, acabou por converter ao Cristianismo a proprietária das terras, tendo, igualmente, curado seus filhos, há muito enfermos. Como recompensa, recebeu de presente as terras que circundam o monte, aproveitando-as para ali criar uma comunidade cristã. Por volta do ano 755, já se falava do ‘Castellum Sacti Marino’. Em 855, o mosteiro do monte Titano era mencionado em documentos. E, com o tempo, à volta dele se reuniu e desenvolveu uma população organizada que deu origem à Republica de São Marinho, o mais antigo país republicano na Europa e o menor do mundo, situado ao Norte da Itália.
            É comemorado a 4 de setembro.

VI.      A menção de Philippe Roillard a uma biografia de São Marinho, escrita no século VI, pelo nobre Dinamio, não vem acompanhada de muitos informes. Nascido em Orléans, França, teria entrado para a vida monástica de sua própria cidade natal, sendo eleito primeiro monge do convento de Bodon ou de Val-Benoit, na diocese de Sisteron, eleição confirmada pelo bispo Giovanni. Pouco antes de morrer, recebeu a visita de Lucrécio, bispo de Die, a ele comunicando que os bárbaros haviam invadido a Itália e destruído seu convento.            
            Foi morto no dia 27 de janeiro do ano 550.

VII.      No século XII vamos identificar outro São Marinho, monge dos Tirrenos e eleito pelo governo da abadia de Cava, em 9 de julho de 1146, um mês após a morte de seu antecessor, o beato Falcone. Permanecendo no cargo durante 24 anos, cuidava do vestuário dos companheiros, bem como zelava pelas relíquias do convento, incluindo sua documentação. Esses dados nos são fornecidos por Giovanni Mongelli, apoiado em obras da literatura francesa e italiana.

VIII.    De acordo com Alfonso M. Zimmermann, há uma história destacando duas figuras de mártires na Baviera: Marinho e Aniano, ambos mortos pelos bárbaros. Os corpos dos dois foram solenemente transladados por volta de 755, pelo bispo Guiseppe de Frisinga para a Igreja de Aurisium.

IX.       Chamados na Alemanha “santos peregrinos”, Marino, Vímio e Zímio viveram provavelmente na segunda metade do século XII como eremitas no vale do Altmühl, nos arredores de Dietfurt. Todos os três depois da morte foram venerados pelo povo como santos - esclarece Minoka Kornstedt.

X.        A Bibliotheca Sanctorum (Istituto Giovanni XXIII - Della Pontificia Universitá Lateranense) faz ainda referências aos seguintes vultos:                   
            a) São Marinho, mártir de Eleuteropoli - trabalho realizado por Vicente Grumel;
            b) São Marinho, bispo venerado em Besalù - obra de Justo Fernández Alonso;
            c) São Marinho, mártir em Alvernia - estudo empreendido por Gérard Mathon.
           
Uma Vida Não Revelada
            A relação apresentada, embora cansativa, evidencia a multiplicidade de santos com o nome Marinho.
            Há, entretanto, na lista que a literatura católica divulga, uma omissão.
            Se a obra “50 Anos Depois” fosse aceita pela Igreja, não só ficaria completa a relação como se daria justo realce a um dos mais elevados Espíritos que têm habitado o Planeta.
            O livro que Emmanuel escreveu através da psicografia de Francisco Cândido Xavier e que a FEB lançou em 1940 é a história do Irmão Marinho. Nome que se funde com o da personagem central da obra: Célia Lucius. Nome que a Igreja - desde seus primórdios - santificou, embora os católicos não tenham dele ouvido qualquer referência.
            Escreve o autor espiritual (Emmanuel):
            “(...) A Igreja Romana lhe guarda, até hoje, as generosas tradições (...).”
            Guarda. Não divulga.
            Será porque ‘nos seus arquivos envelhecidos”, a história  não  esteja  completa  como  era  de  se almejar,  sem
detalhes da vida do Irmão Marinho, antes de entrar para o convento de Alexandria, no Egito?
            Existirá outro motivo para esta omissão?
            No último capítulo de “50 Anos Depois” (Segunda Parte), lemos:
            “Debalde procuraram investigar a origem e antecedentes da jovem mártir, para só conservarem da sua presença e dos seus feitos imorredoura lembrança, a fim de poderem, mais tarde, justificar a sua exemplificação santificante.”(Grifei.)
            Denunciam as expressões que no século II, nas proximidades do ano 145, já havia interesse da parte religiosa em colocar em relevo a figura do Irmão Marinho, ou seja, de Célia Lucius.
            É possível que o pouco que esta organização religiosa tenha em seus arquivos esteja mesmo com “(...) datas e as denominações, as descrições e apontamentos (...) confusos e obscuros pelo dedo viciado dos narradores humanos”, usando aqui as palavras do próprio Emmanuel.
            Foi por esta razão que ele se dedicou à narrativa em torno do Irmão Marinho do século II, preenchendo, desta forma, uma lacuna existente.
            E o faz com sacrifício, acredito. Porque a verdade é  que, na recordação dos fatos ocorridos naquela distante época, emocionou-se sobremodo: o resgate implacável na personalidade de Nestório; a desencarnação de Ciro - e a sua mesma - em circunstâncias tão penosas; os dramas angustiantes vividos pelos componentes da família Lucius e, mais particularmente, as provas cruciais reservadas ao coração de Célia, debaixo da condição de uma jovem jogada num mundo de maldade!
            Adentrando na narrativa, fixemos a atenção em Minturnes, cidade da Itália antiga, fronteira da Campânia. Nesse local vai a neta de Cneio Lucius encontrar um ancião conhecido pelo nome de Marinho. Trata-se, na verdade, de Lésio Munácio, “filho de antigos guerreiros, cujos ascendentes se notabilizaram nos feitos da República”. É essa veneranda figura que vai encaminhá-la como se filho fora, a um mosteiro distante de Alexandria 10 léguas, onde passará a viver com o mesmo nome do ancião de Minturnes.
            É oportuno recordar que esse ancião, embora de vida exemplar em sua localidade, não entrou em cogitação por parte da Igreja. Disso daria, naturalmente, noticia Emmanuel, como também as diversas obras consultadas quando da elaboração do presente artigo.
            Isto não ocorre com a figura do Irmão Marinho, do mosteiro, do qual guardou a Igreja - embora veladamente - “generosas tradições”.
            Os arquivos devem recordá-lo como humilde servidor.
            Quando isolado da comunidade, representa, na casinhola de um horto, o trabalho exaustivo em benefício dos sofredores.
            Sua desencarnação, em conseqüência de repetidas hemoptises, é golpe profundo para todos.
            A dor, porém, é mais aguda quando descoberta sua verdadeira identidade.
            - (...) Prestando as derradeiras homenagens ao Irmão Marinho, os religiosos do mosteiro conheceram a verdade dolorosa. Só então se certificaram de que o caluniado irmão dos pobres e da infância desvalida era uma virgem cristã, que exemplificava, entre eles, as mais elevadas virtudes evangélicas - escreve Emmanuel.

                                   ***

            Era necessário que o autor de “Há Dois Mil Anos” escrevesse, também, “50 Anos Depois”.
            Não apenas para dar continuidade à história de Pompílio Crasso, na figura sofrida de Públio Lêntulus, na roupagem de um escravo...
            A narrativa em torno de Célia, o Irmão Marinho de um morteiro do Egito, afora completar a relação dos vultos santificados pelo Catolicismo com este nome, fez luz sobre quem mesmo antes de incorporar-se a uma organização religiosa de Alexandria já era, em meio à sociedade romana, o exemplo inigualável de amor e renúncia, perdão e perseverança no Bem!
            A responsabilidade de se fazer o relato claro e fiel dessa suave figura do século II da nossa Era, desempenhou-a Emmanuel com honestidade.
            Constitui seu relato, a revelação da vida oculta de um ‘santo’ da milenar Igreja Católica!

Bibliografia

1.“50 Anos Depois”, Emmanuel, Ed. FEB.
2.“Vocabulário Histórico-Geográfico”, Roberto Macedo, Ed. FEB.
3.“A Caminho da Luz”, Emmanuel, Ed. FEB.
4. “Geomundo” e “Geoatlas”, Ed. Codex Ltda.
5. “Atlas Histórico Escolar”, MEC.
6. “Encyclopedia e Dicionário Internacional”, W. M. Jackson, Inc..
7. “Bibliotheca Sanctorum”, Istituto Giovanni XXIII.
8. “Conhecer”,  Abril Cultural Ltda.
9. “Enciclopedia Mirador Internacional”.                      
10. “Enciclopedia Cattolica”.

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