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domingo, 15 de maio de 2011

Disse João: Deus é a minha última palavra!


Deus é a minha última palavra!

                                     Fonte: “Roma e o Evangelho”  (FEB)

            “Se ouvirdes dizer que o Evangelho de Jesus é a guerra e o derramamento de sangue, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos rancorosos e vingativos, mas não é o de Jesus, que amou os homens e lhes pregou  a paz.
            Se vos disserem que o Evangelho é o fausto, as riquezas e as comodidades dos ministros da palavra, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos mercadores do templo, mas não o de Jesus que recomendou aos seus discípulos a pobreza de coração e o desprendimento dos bens da Terra.
            Se vos disserem que o Evangelho é a água, as mãos levantadas ao céu, as pancadas no peito, as formas e o culto externo, eu vos digo em verdade que esse Evangelho é o dos hipócritas, mas não o de Jesus, que recomendou o amor e a adoração a Deus em espírito e em verdade.
            Se vos disserem que o Evangelho é a resistência às leis e aos princípios que governam os povos, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos rebeldes e ambiciosos, mas não o de Jesus, que mandou dar a Deus o que é de Deus, e ao príncipe o que é do príncipe.
            Se vos disserem que o Evangelho é a intolerância, o anátema, a perseguição, a violência e o ódio, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho da soberba e da ira, mas não o de Jesus, que rogava ao Pai de misericórdia pelos seus mortais inimigos. Tudo isso foi dito ao povo acerca do Evangelho.
            Por que estranhais que João fale assim dos doutores e ministros da palavra? Porventura julgais que João venha dissimular e esquecer a verdade, que há de ser o alimento espiritual do povo? Em verdade vos afirmo que vi aquilo que vos digo, e que vos falo em testemunho da verdade; porque o Evangelho é a verdade - minhas palavras são verdadeiras em testemunho do Evangelho de Jesus - e o Evangelho de Jesus é o testemunho do Evangelho de Jesus - e o Evangelho de Jesus é o testemunho da verdade das minhas palavras. Não estranheis, portanto, que João fale assim dos doutores e dos ministros da palavra.
            Eis o que digo à igreja pequena: Acuso-te de haver deixado a tua primitiva caridade, aquele amor que te ensinou o coração de Jesus, e pelo qual ele morreu na ignorância das gentes, aquele amor puríssimo que abandonaste, para conceber o desejo de domínio, e o da perseguição pelo domínio.
            Fizeste o teu reino neste mundo.
            Acuso-te de haver abandonado a tua primitiva mansidão, aquela mansidão com que Jesus falava aos que o insultavam e nele cuspiam - e, deixada essa mansidão, te rebelaste contra os príncipes e minaste nas trevas os poderes da Terra.         
            Acuso-te de haver abandonado a tua simplicidade primitiva, aquela com que Jesus chamava a si os pequeninos; deixada aquela simplicidade, foste frágil com os poderosos e arrogante com os humildes do infortúnio.   
            Acuso-te de haveres deixado o teu primitivo desinteresse, aquele desinteresse com que Jesus falava dos bens da vida, sem nunca pensares no dia de amanhã - e, deixado esse desinteresse, buscaste amontoar riquezas, como os que se esquecem da vida do Espírito e só visam às comodidades da carne, e, assim, apagaste a fé do coração dos homens que pensam em seu entendimento.           
            Acuso-te de haveres deixado a tua humildade primitiva, aquela humildade com que Jesus se abaixava aos pés dos seus discípulos - e, deixada essa humildade, consentiste que o orgulho se assenhoreasse do teu entendimento, usurpaste as chaves do céu, condenaste, salvaste, e idolatraste a ti mesma, fazendo um deus para o teu próprio entendimento.
            Igreja pequena! não te maravilhes das palavras de João, antes, medita-as e chora - porque já soa a hora, e o tempo chega de surpresa, como o ladrão. Igreja pequena! Recorda-te dos teus princípios, dos que esqueceste. Eu, João, te digo: Teus dias não serão contados, desde que de ti se separou o Espírito de Jesus até a consumação do teu orgulho.
            Volto a ti; converte-te ao Evangelho de Jesus e põe os teus olhos na misericórdia do Altíssimo Senhor, cuja vontade onipotente dispõe dos céus e da Terra. Não vês que as almas mirram em teu seio, como as plantas privadas de água?
            A tua palavra já não é a benéfica chuva, nem o orvalho consolador, mas sim o sopro frio do setentrião que gela os corações.
             Igreja pequena! Que fizeste da sociedade cristã?
            Olha ao redor de ti mesma, e responde.
            Volve à tua primitiva caridade, à tua primitiva adoração, à tua primitiva mansidão, ao desinteresse e à humildade dos primitivos tempos do século de Jesus Cristo - e o Espírito de Jesus voltará a ti, serás a sua esposa, e ele o teu esposo, como nesses primeiros tempos.
            Medita e ora - e repelirás o demônio do orgulho que te cega o entendimento; porque, então, conhecerás a lei que vem de Deus.
          Não cerres os ouvidos às palavras de João, igreja pequena! porque, as palavras de João, João as escreve, os homens as lerão, e elas se fixarão na mente e no coração deles.
            Dormes, Igreja pequena; desperta! Falo aos homens: Jesus é o caminho, a verdade e a vida.
            Deus é a minha última palavra.
            A paz seja convosco, irmãos.    Eu, João     



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