Aos
Filhos
do Povo
por D. José Amigó y Pellícer
Fonte: “Roma e o Evangelho” (FEB)
“Vós, filhos do povo, pobres filhos do povo que nasceis envoltos na atmosfera insalubre do infortúnio, que viveis na obscuridade e na miséria, que trabalhais e não podeis com o vosso trabalho matar a fome dos vossos filhos, que tiritais de frio por falta de abrigo, que gemeis de febre por falta de alimento, e que desesperais pensando no vosso futuro, se chegardes à velhice, e no futuro das vossas infelizes famílias, se uma morte prematura lhes arrebatar o vosso amparo, vinde conosco, vinde para o lado dos outros filhos do povo que vos amam como irmãos, e que lamentam as vossas necessidades e amarguras. Vinde, e as vossas lágrimas se enxugarão e os vossos trabalhos se tornarão mais suportáveis, e não temereis mais pela sorte dos vossos filhos, porque recebereis inefáveis consolos para o presente e a esperança de um porvir seguro, livre das misérias e das penas que consomem as forças do vosso corpo e a atividade do vosso espírito.
Sabeis que sois iguais em dignidade e em direitos aos privilegiados da Terra, e sabereis igualmente que sois filhos amados do Pai Celestial, que vos espera com os braços abertos para dar a recompensa que merecerdes pela vossa resignação e pelas vossas virtudes.
A felicidade entrará nas vossas pobres moradas e possuireis no coração um tesouro inesgotável que a sombria mão da morte não vos poderá roubar. Nós vos chamamos, porque a caridade no-lo prescreve, porque sois nossos irmãos, porque, como vós, choramos, queremos e devemos fazer-vos participantes das riquezas e da alegria que a providência pôs em nosso caminho...”
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