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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

'Mãe' por Meimei



Mãe
        
          Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:

         – Senhor, estou só! Compadece-te de mim.

         Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! Quando triunfa no trabalho, absorve-me na atividade mais intensa e, muita vez distraído, afasta-se do lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim, buscando restauração e conforto...

         Tu que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao insulamento? Reservaste a terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companheira do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?

         O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:

         – Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.

         Em seguida colocou-lhe nos braços uma frágil criança.

         Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.
                  

Meimei    por Chico Xavier in “Luz no Lar” (2ª Ed FEB)
         

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