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Uma última observação, oportuna e conclusiva. Desde que apareceu e começou a divulgar-se entre nós a obra de J. B. Roustaing, Revelação da Revelação, por ela entrou a ser feito o estudo dos Evangelhos em espírito e verdade, no Grupo a que Antonio Sayão presidia e do qual fazia parte, como já dissemos, Bittencourt Sampaio, a quem o primeiro considerava seu mestre e assim lhe chamava. Do mesmo Grupo também fez parte Pedro Richard que, posteriormente, foi, como vimos, substituto de Sayão, na sua presidência, sem falar de outros espíritas de escol, que igualmente pertenceram ao quadro de seus constituintes.
As Elucidações Evangélicas, compiladas e publicadas por Antonio Sayão, constituem, na sua primeira parte, excelente resumo dos comentários dos Evangelistas, na obra de Roustaing, sobre os três Evangelhos canônicos, os de Mateus, Marcos e Lucas.
Bittencourt Sampaio publicou a Divina Epopéia, que é uma tradução em versos endecassílabos do Evangelho de João, seguindo-se a cada canto do poema algumas páginas de comentários explicativos, comentários que nada mais são do que o resumo dos Evangelistas naquela obra.
Bezerra de Menezes, quando, no desenvolvimento da sua ação apostolar em prol da união da família espírita, ocupou a presidência da Federação, era pela Revelação da Revelação que fazia estudo dos evangelhos, nas sessões públicas desta instituição, e as suas explanações evangélicas, em artigos do Reformador, giravam em torno do que consta da citada obra de Roustaing.
Todos esses espíritos, terminadas as suas missões na Terra, se incorporaram à legião dos mentores e guias da Federação e, em particular, do Grupo ‘’Ismael’’, manifestando-se ali pela forma consignada na segunda parte das Elucidações Evangélicas, comprovando, pelas suas comunicações a qualidade que, quando ainda encarnados, lhe fora universalmente reconhecida, de Espíritos elevados evangelicamente esclarecidos e ricos de virtudes cristãs.
Entretanto, nunca nenhum deles, em qualquer dos seus ditados, quer psicográficos, quer sonambúlicos, proferiu uma única palavra que se possa considerar de condenação, velada ou clara, de Os Quatros Evangelhos, de Roustaing, ou, sequer, como restritiva de alguma das revelações e explicações contidas nessa obra.
Ora, será crível que Espíritos de tão alta envergadura, de tanto saber e de tão largo cabedal de grandes predicados morais, dirigindo um grupo de crentes, sinceramente desejosos de assimilar os ensinos do Evangelho e possuídos de inegável boa vontade, hajam descaridosamente assentido que os seus guiados patinassem durante anos no erro e na mentira, se orientassem por uma revelação falsa e por elucidações apócrifas dos ensinamentos evangélicos, sem lhes ministrarem, ainda que veladamente, um esclarecimento que os divorciasse das errôneas idéias esposadas? Será crível que, ao contrário, só tenham, com as suas instruções, corroborado essas idéias atestando-lhes a justeza e a veracidade e, com isso, a procedência altíssima da obra onde foram hauridas, a pureza da fonte donde promanou a Revelação da Revelação?
Ninguém, cremos, ousará dizer que semelhante coisa se possa ter dado.
Mas, então, é quanto basta para que a Federação, mesmo que aos que nela mourejam e a tem humanamente dirigido falecessem todos os requisitos intelectuais e morais para por si mesmos lhe apreenderem o subido valor e a sabedoria do que nela se contém, como provindo dos mais luminosos planos da espiritualidade aceitasse, adotasse e recomendasse, para inteligência integral de tudo o que nos Evangelhos se encerra e, em especial, no de João, a aludida Revelação da Revelação, sem se perturbar com as opiniões personalistas dos que, sem a conhecerem, por não na terem estudado convenientemente, condenam, combatem, repudiam e achincalham essa obra sábia, que completa admiravelmente a de Kardec, imprimindo à Revelação Espírita o seu cunho mais relevante - o de complementar da Revelação Cristã.
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Concluindo, afinal, esta Introdução, demanda longa, a nosso mau grado, só nos resta desejar e o desejamos de todo o coração, que aos nossos irmãos em crença os Trabalhos do Grupo ‘’Ismael’’ não somente concorram para, facilitando-os, lhes tornar mais profícuos os esforços de obreiros da Santa Seara da Verdade e do Bem, mas, sobretudo, contribuam para fortalece-los na fé e, cumulando-lhes de conforto e esperanças os corações, dar-lhes também confiança plena em as promessas de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Parabéns pela pagina e pelos esclarecimentos.
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