Confiança
Plainando no ar, inconscientemente, a ave colorida confia...
Desabrochando ante a luz, o botão confia e desata perfume, beleza, pólen e vida...
Nas cambiantes da vida, só o homem se atormenta, buscando não sabe o que, enquanto, sem notar, crê e confia...
Crê no automatismo orgânico e dele não se dá conta.
Confia que despertará amanhã após a noite de sono e nada lhe atesta que o conseguirá...
Assinala compromissos a largos prazos e crê que logrará superá-los, apesar de segurança alguma lhe afirmar o êxito.
Confia no pão que ingere, para o “milagre” da digestão...
Confia na água que sorve sem a qual não pode sobreviver, mas não duvida da sua potabilidade.
Confiança é sol interior.
Fé é luz divina emboscada na mente a verter esperança para o coração sedento de amor.
*
Alma peregrina do amor e da beleza, confia!
Se os teus pés doem no roteiro áspero – avança!
Se tens sede de ternura – ama!
Se desejas vencer a amargura e a aflição – confia!
Confiança é presença de Deus no coração vertendo bênçãos para a mente em ardência de agonia.
Eros por Divaldo Franco
in “Heranças de Amor” (2ª Ed 1983 - L. E. Alvorada Editora)
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