‘Do Calvário ao Apocalípse’
por Bittencourt Sampaio
Psicografia de Frederico Pereira da Silva Jr
(6ª Ed. FEB 1994)
Eis mais um sazonado fruto colhido na divina seara, por graça do Senhor, que, ainda uma vez, veio entre os publicanos de nova espécie, entre os mendigos de virtudes, trazer-lhes a sua bendita palavra, sobre as verdades eternas, por intermédio de um dos seus dedicados e fiéis obreiros, para ser com os seus irmãos da terra repartida.
Desobrigado da tarefa que ainda desta vez me coube, de coordenar e publicar o presente trabalho, obtido juntamente com os meus companheiros de estudo dos Santos Evangelhos, sob a proteção do bom Guia Ismael, exulta o meu espírito diante da esmola recebida, rendendo graças ao Senhor pela grandeza da misericórdia que me dispensou, concedendo-me a ventura de chegar ao termo da jornada.
Aí tendes, pois, irmãos em Cristo, mais uma dádiva do céu, mais um dulçuroso fruto dessa puríssima Doutrina Espírita, que tanto apodo e escárnio prova da parte daqueles a quem, mais do que a outrem, incumbe difundir as verdades que ela ensina, mas que o não fazem, tão somente por amor dos seus próprios interesses.
Tomai-o em vossas mãos com o carinho de verdadeiros crentes em Jesus e, libertando-vos dos preconceitos que porventura tenhais, procurai a largos sorvos libar o néctar precioso que ele encerra.
Meditai sobre essas páginas que ora se vos oferecem, onde divisareis a rota a seguirdes e a segura orientação dos vossos destinos.
Não vos importeis, se de mãos inquinadas do pecado elas vos vêm, pois, em verdade, essas mãos convosco repartem apenas a esmola que para si também recebem; buscai compreendê-las à luz dos Evangelhos, aceitando ou rejeitando-as, segundo o que vos ditar a consciência. Se nelas encontrardes lenitivo às vossas dores, o doce conforto às duras mágoas que vos punjam, em meio ao vosso caminhar terreno, demandando a terra prometida – o seio do Amantíssimo Cordeiro, júbilos indizíveis experimentará a alma dos pequeninos e obscuros trabalhadores do Grupo “Ismael”, por terem sido, pela Divina Misericórdia, escolhidos portadores de tão magnífico presente.
Junho – 29 – 1907
Pedro Luiz de Oliveira Sayão
Prefácio
Virgem Gloriosa, santo e abençoado refúgio, onde todas as dores se adormentam, minha alma te engrandece, no dia consagrado, em que toda a cristandade conduz aos seus altares as oblatas do seu amor e gratidão!
Maria, Bendita Estrela, em cujos raios busca o viajor errante a benfazeja luz que lhe mostre as voltas do caminho! Maria, Mãe do meu Senhor, em cujo estrelado manto encontra sempre abrigo o desgraçado, eis-me de novo, entre velhos companheiros, tentando, num supremo esforço, algo produzir, em honra ao teu Amado Filho!
Ao teu seio imaculado se acolhe, ó! Virgem Pura, o meu espírito! Dá, Senhora, que da coroa, que te circunda a fronte de Soberana dos Céus, um raio se desprenda, iluminando a minha inteligência, para que eu possa, seguindo a trilha dos Apóstolos e revelando toda a grandeza dos ensinamentos que encerram os seus “Atos”, chegar ao “Apocalipse”, traduzindo perante os meus irmãos da Terra, todo esse grandioso “Sonho de Verdade” de João Evangelista.
Bem sei, ó Mãe Santíssima, quanto ao nosso espírito, ainda tão fraco, vai custar esse arrojo! Mas, assim como a Graça do Senhor me concedeu que por ti fosse hoje ouvida a minha prece, em prol dos meus irmãos, assim também creio que chegarei ao termo da jornada, a despeito até mesmo da vontade de todos esses infelizes, convivas insaciáveis do banquete de sangue do Calvário!
E, se é certo que é de espinhos a tarefa, eu a enceto, ó Virgem Santa, no teu glorioso dia, para que me não deixes só, na umbrosa estrada que pretendo percorrer, para mais divulgar, se de divulgação ainda precise, o nome sacrossanto do teu Dileto Filho.
Escolhi este dia, em que se comemora a tua Conceição, mas em que bem poucos dos que o fazem compreendem a sublimidade e a grandeza dos indizíveis sacrifícios da tua alma impoluta, apenas baixada à Terra para a maternidade da Dor – para essa Conceição sem mácula – que, entretanto, aos profanos olhos, te mostrava como a última das mulheres, a pérfida desposada, que houvera conspurcado o tálamo nupcial!
Quando, ó Virgem Mãe, a Humanidade puder compreender quem foi Maria, não mais verá, é certo, as multidões enchendo os templos, em busca das fórmulas rituais, que nada valem -; terá, porém, em cada coração de crente, um tabernáculo, onde, cheio de fé, o espírito se levante, para dizer – abençoado para todo o sempre seja o sagrado nome de Maria!
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