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sábado, 30 de agosto de 2014

IIusões da propriedade


Ilusões da Propriedade
Cristiano Agarido (Ismael Gomes Braga)
trecho de artigo publicado em
‘Reformador’ (FEB) em  Dezembro 1946

            O Espiritismo vem projetar nova luz sobre os problemas humanos e destruir velhas ilusões que infelicitavam os terrícolas. Um de seus ensinos nos demonstra que não temos propriedades materiais: somos apenas depositários passageiros de bens, usufrutuários sem tempo determinado, em situação mais insegura do que o hóspede de um hotel, certo de poder permanecer no uso e gozo de seu apartamento durante a semana, paga adiantado. De todos os bens podemos ser despojados a qualquer momento pela morte ou, mesmo, antes dela, por imprevistos que desafiam toda a nossa perspicácia. Esse conhecimento ajuda-nos a libertar-nos da avareza que tantos males tem causado à Humanidade. 

Sementes do Caminho - 10


Buscas a paz do infinito
E a claridade sem véu?
Trabalha e auxilia ao mundo
Guardando a visão do céu.

Sementes do Caminho - 10
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 9


Procura a simplicidade.
Não gabes a própria sorte;
Por enquanto, não chegaste
A grave questão da morte.

Sementes do Caminho - 9
Casimiro Cunha
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 8



Fala pouco e pensa muito.
Não gastes verbo ilusório.
De palavras em palavras,
Caímos no purgatório.

Sementes do Caminho - 8
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Reflexões à luz do Crepúsculo - 8



Façamos de nossa alma o nosso próprio refúgio, 
mas iluminemos esse refúgio com as luzes do Evangelho. 
Elas nos libertam das trevas e nos revelam o rastro imortal do Cristo!

Reflexões à hora do Crepúsculo- 8
por José Brígido (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Fev 1948

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sementes do Caminho - 7


Teme apenas a ti mesmo
Na esfera de teu dever.
Quem se amedronta consigo
Nada mais tem a temer.

Sementes do Caminho - 7
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 6


Se um dia fores bigorna,
Seja a calma o teu segredo;
Mas quando fores martelo.
Rebate forte e sem medo.

Sementes do Caminho - 6
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 5


Em teus hábitos no mundo,
Não permaneças dormindo.
A loucura inventa as modas
E a tolice vai seguindo.

Sementes do Caminho - 5
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 4


Não te afastes do equilíbrio:
Sobriedade nunca é pouca.
Quando é fácil a receita,
A despesa é sempre louca.

Sementes do Caminho - 4
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sementes do Caminho - 3



Vigia sobre ti mesmo
Se queres a própria cura,
Que os erros da Medicina
Não saem da sepultura.

Sementes do Caminho - 3
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 2



Entre as maldades da Terra,
Não te percas, meu amigo;
Se fores ver algum lobo,
Conduze algum cão contigo.

Sementes do Caminho - 2
Casimiro Cunha
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Novembro 1946

Sementes do Caminho - 1



Tem cuidado estrada afora.
Sofrendo, sorrindo, amando...
Enquanto a galinha dorme,
A raposa está velando.

Sementes do Caminho - 1
Casimiro Cunha
por Chico Xavier

Reformador (FEB) Novembro 1946

Emmanuel em 1861


Emmanuel em 1861
por Guido Falcoeiro
Reformador (FEB) Outubro 1946


            No capítulo XI, nº 11, de "O Evangelho segundo o Espiritismo", já reproduzida sob o nº 135 na primeira edição, encontra-se bela mensagem sobre o egoísmo, assinada por Emmanuel, recebida em Paris, em 1861.

            Hoje, que a obra de Emmanuel, no Brasil, confirma, pela linguagem irretorquível dos fatos, as comunicações de que a Árvore do Evangelho foi transplantada para a Terra do Cruzeiro, de onde irradiará a nova civilização cristã para o mundo, e depois que Emmanuel nos deu a bela mensagem sobre "A Missão do Esperanto", publicada em "Reformador" (Fevereiro de 1940, págs. 46/7), seis anos antes do lançamento de "O Livro dos Espíritos" em Esperanto, sentimos o desejo de relembrar a primeira mensagem que conhecemos do grande Espírito que assina o nome simbólico que deveria ter o Messias, segundo Isaías, 7: 14: "Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal; eis que uma donzela conceberá e dará à luz um filho, e por-lhe-á o nome de EMMANUEL." E a profecia se cumpriu, como vemos em Mateus, 1:18 a 25:

            "Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi desta maneira: Estando Maria, sua mãe, já desposada com José, antes que se ajuntassem, ela se achou grávida por virtude do Espírito Santo. José, seu marido, sendo reto e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Quando, porém, pensava nestas coisas, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos, dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela foi gerado, é por virtude do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem chamarás Jesus; porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu, para que se cumprisse o que dissera o Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado EMMANUEL, que quer dizer, Deus conosco. José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.

            Logo, o nome "Emmanuel" é profeticamente o do Divino Mestre e significa: Deus (está) conosco. A incompreensão materialista até hoje nega a veracidade desse ponto do Evangelho segundo S. Mateus e não hesita em caluniar a sublime virgem de Nazaré, e, desgraçadamente, até com o título de espíritas e cristãos surgem acusadores irreverentes, atrevidos, negando fé ao Evangelista; mas não houve forças que arrancassem esse episódio do Evangelho e chegou o dia em que, pela maravilhosa mediunidade de Mme. Collignon, o fato foi literalmente confirmado e depois disso numerosos outros médiuns têm repetido a mesma explicação.

            A explicação espírita do aparecimento de Jesus deu nova vida ao Evangelho e por isso mesmo desencadeou as fúrias das trevas contra o Espiritismo, cujo primeiro ponto que entraram a combater foi a obra recebida pela Sra. Collignon; para, em seguida, atacarem os outros aspectos cristãos da Doutrina: a prece, "O Evangelho segundo o Espiritismo", as outras obras de Kardec, e, finalmente, proclamam que só se deve conservar o aspecto científico do Espiritismo. Entram, então, a discutir a mediunidade, lançam a dúvida quanto à real intervenção dos Espíritos nas comunicações e por fim negam a sobrevivência. Tem sido esse o curso fatal da obra das trevas em diversos países, mais notadamente na França e na Itália.

            Por mercê de Deus, no Brasil a obra de Roustaing está de pé e por isso o aspecto religioso e construtivo do Espiritismo tomou entre nós impulso incomparável com o- de qualquer outro país. Neste ano de 1946 as obras de Kardec, e mais notadamente "O Evangelho segundo o Espiritismo", chegaram a edições maiores do que todas as precedentes.

            Em grande parte devemos essa prosperidade à Direção de Emmanuel, quer agindo diretamente como instrutor em livros destinados a brilhante futuro e pela imprensa periódica, quer como Diretor, organizando o trabalho para numerosos outros Espíritos superiores. Ao todo, já aparecem mais de sessenta Espíritos elevados trabalhando sob a direção de Emmanuel. A obra imensa já consta de perto de trinta volumes destinados a todos os graus de cultura, a ambos os sexos e a todas as idades. Nos últimos meses, está Emmanuel superintendendo a produção de uma série de livros para crianças, dos quais já foram recebidos cinco ou seis, mas nenhum ainda foi impresso. Pela rapidez da produção, podemos prever uma biblioteca infantil tão preciosa quanto a outra já publicada para adultos.

            Não podemos asseverar que a mensagem de 1861 seja do mesmo Emmanuel que hoje anima os movimentos espírita e esperantista no Brasil, mas temos muita razão de supor que seja o mesmo, não só pelo pseudônimo igual, como pela semelhança de ideias.

            De qualquer sorte ouvimos repetido a cada instante o nome simbólico = Deus conosco, que relembra a profecia de Isaías, cumprida e confirmada pelos Evangelistas Mateus e Lucas e explicada pelo Espiritismo, ligando assim as três Revelações num todo harmonioso e sublime. A primeira veio mediunicamente por Moisés que recebeu diretamente do mundo espiritual os dez mandamentos; a segunda foi anunciada pelos Espíritos a Zacarias (Lucas, 1:11 a 15) e a Maria (Lucas, 1:26 a 38); a terceira vem por numerosos Espíritos e diferentes médiuns por toda a superfície do globo e confirma as duas precedentes.          

            Tanto no relato de Mateus acima citado, confirmando a profecia de Isaías, quanto no de Lucas, ficou declarado que Jesus, ou Emmanuel, expressão de Deus conosco, viria ao nosso mundo como Espírito, sem a geração material e a encarnação física comum aos homens do planeta. Os dois relatos ficaram para sempre escritos, mas não foram compreendidos senão 1866 anos mais tarde, quando veio a lume a "Revelação da Revelação", de J. B. Roustaing, e mesmo então por um número pequeno de pessoas. É necessário ainda muito tempo, grande evolução da Humanidade, para entendermos a Terceira Revelação; porém, isso não importa, porque não depende tanto de compreensão quanto de sentimentos o nosso progresso espiritual. O fato que todos já podemos compreender, pelo menos os que estudamos a Terceira Revelação, é que elas se completam e o nome cunhado por Isaías - Emmanuel - é hoje um símbolo para os espíritas brasileiros.

            O nome "Emmanuel" só aparece três vezes na Bíblia - em lsaías, 7:15; 8:8; e em Mateus, 1 :23 - mas na literatura espírita brasileira já aparece em milhares ou milhões de lugares, entrando cada dia mais para o coração dos espíritas

sábado, 23 de agosto de 2014

A Vida com Amor



A vida não muda. Nós é que mudamos e estranhamos a vida. Se não olharmos o mundo com construtiva tolerância, aproveitando avaramente todos os momentos para sermos bons, o fardo que carregamos parecerá ainda mais pesado. Aprendamos a sorrir com naturalidade, para que a natureza de nossa alma se estampe em nossos olhos, em nosso rosto. As ilusões são poucas; muitos os desenganos... Olhemos para a vida com amor, coragem e resignação, buscando transformar as derrotas das lutas materiais em íntimas vitórias espirituais...

Reflexões à hora do Crepúsculo- 7
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mais reflexões...


                        Quando vires uma fera enjaulada lutando ferozmente pela liberdade, não olvides que, nas horas negras da cólera, também ruge dentro do homem materializado um animal bravio e cruel. Olha para dentro de ti. Mantenha-te vigilante e procura desde já amansar a fera que se acua em teu íntimo...

Reflexões à hora do Crepúsculo- 6
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Reflexões...


             Carrega teu minúsculo grão de areia para ajudares o trabalho gigantesco que o homem vem realizando através dos tempos. Incorpora-te aos bons obreiros, fazendo sempre o melhor que possas. No entanto, cuidado: lembra-te a todo instante de que a mão que ampara e o sorriso que conforta são irmãos e devem andar sempre unidos...

Reflexões à hora do Crepúsculo 5
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Jesus na Judeia


Jesus na Judéia

19,1   Após estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para a Judéia, além do Jordão.
19,2 Uma grande multidão o seguiu e Ele curou seus doentes. 

          Para Mt (19,1-2), -E Jesus curou os doentes...  - não temos claro se, aqui,  a Boa Nova se referia aos doentes do corpo como também aos doentes da alma. Assim, achamos apropriado inserir  a  palavra de Allan Kardec em “ O Livro dos Médiuns”, 1ª Parte - Noções preliminares, Cap. I, onde ele pergunta e responde:

Há Espiritos ?

        “A pergunta, no que concerne à existência dos Espíritos, tem como causa primária a ignorância a cerca da verdadeira natureza deles. Geralmente são figurados como seres à parte na criação e de cuja existência não está demonstrada a necessidade. Muitas pessoas, mais ou menos como as que só conhecem a História pelos romances, apenas os conhecem através dos contos fantásticos com que foram acalentados em criança.

            Sem indagarem se tais contos, despojados dos acessórios ridículos, encerram algum fundo de verdade, essas pessoas unicamente se impressionam com o lado absurdo que eles revelam. Sem se darem ao trabalho de tirar a casca amarga, para achar a amêndoa, rejeitam o todo, como fazem, relativamente à religião, os que, chocados por certos absurdos, tudo englobam numa só condenação.

            Seja qual for a idéia que dos Espíritos se faça, a crença neles necessariamente se funda na existência de um princípio inteligente fora da matéria. Essa crença é incompatível com a negação absoluta deste princípio. Tomamos, conseguintemente, por ponto de partida, a existência, a sobrevivência e a individualidade da alma; existência, sobrevivência e individualidade que têm no Espiritualismo a sua demonstração teórica e dogmática e, no Espiritismo, a demonstração positiva.”

            Desde que se admite a existência da alma e sua individualidade após a morte, forçoso é também se admita: 

1º, que a sua natureza difere da do corpo, visto que, separada deste, deixa de ter as propriedades peculiares ao corpo;
2º, que goza da consciência de si mesma, pois que é passível de alegria, ou de sofrimento, sem o que seria um ser inerte, caso em que possuí-la de nada nos valeria. Admitido isso, tem-se que admitir que essa alma vai para alguma parte. Que vem a ser feito dela e para onde vai?


            As respostas às perguntas de Kardec vão ganhando conteúdo a medida que sigamos com o Evangelho de Jesus, num passo a passo.  

Não te desesperes do mundo...



                 Vai chorar tuas tristezas na intimidade morna de tua alcova para que não aumentes a desventura dos que também querem, como tu, afogar a alma no pranto copioso. Chora. Chora o mais que puderes; dá expansão às tuas mágoas, para que se desoprima teu coração. Chora no silêncio do teu quarto os desenganos que te atormentam o espírito, porém não descreias da vida, nem desesperes do mundo. A vida e o mundo são assim mesmo para todos. Procura melhorá-los, começando por ti mesmo...

Reflexões à hora do Crepúsculo 4
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

Acalma-te!


           Acalma-te, homem! É bem difícil resistir à tentação do revide. Se, porém, dominares teu impulso de vindita, serás forte, porque só os fortes possuem domínio de si mesmos. Demais, quando não puderes bendizer, não maldigas. É preferível deixares atrás de ti bênçãos e louvores do que blasfêmias e maldições. Faze da parábola do Semeador a tua bússola e avança sem receio para o Futuro...

Reflexões à hora do Crepúsculo 3
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

Que pensas do amanhã?


         - Tu, que passas tão cheio de orgulho, dize-me, bem à puridade (o mesmo que pureza): Que pensas do Amanhã? Muda de atitude enquanto é tempo e não te esqueças de que o Sol, se aquece e fecunda, também tisna e destrói. E, apesar de todo o seu poder, conhece também o declínio...

Reflexões à hora do Crepúsculo1
por José Brígido (Indalício Mendes)

Reformador (FEB) Fev 1948

Pedi e obtereis


Pedi e obtereis
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1955

            Quem pede a riqueza material e não se previne contra as tentações da ociosidade e do egoísmo, certamente obtém a fortuna, de mistura com amargas provações.

            Quem pede a beleza física e não trabalha contra a vaidade costuma receber a graça do equilíbrio orgânico em associação com dolorosas inquietudes.

            Quem roga o bastão da autoridade e não se imuniza contra o vírus da tirania e da violência, sem dúvida guardará o poder humano, entre nuvens de maldição e de sofrimento.

            Quem solicita os favores da inteligência e não se esforça por destruir em si mesmo os germes do orgulho, adquire os talentos da intelectualidade revestidos das grandes ilusões, que arrojam a alma invigilante aos despenhadeiros do remorso tardio.

            Não é a riqueza material que fere os interesses do Espírito e sim o mau uso que fazemos dela.

            Não é a forma aprimorada que perturba a consciência e sim a nossa atitude condenável, na mobilização dos favores da vida.

            Não é o poder que humilha a alma e sim a nossa conduta menos digna dentro das aplicações dos recursos que lhe dizem respeito.

            Não é a inteligência que nos projeta ao abismo do infortúnio e sim a nossa diretriz reprovável nos abusos do raciocínio.

            "Pedi e obtereis!" - ensinou o Mestre.

            Depende de nossa solicitação a resposta do bem ou do mal.

            Tudo é bom para quem cultiva a bondade, tudo é puro para quem guarda a pureza do coração.

            Quem se ilumina, jamais luta com as trevas que lhe fogem à presença brilhante.

            Sirvamos, pois, a Deus, onde estivermos, procurando com o serviço incessante do bem descobrir lhe a Divina Vontade, de modo a cumpri-la, hoje, aqui e agora, em favor de nossa própria felicidade.


domingo, 17 de agosto de 2014

Reencarnação


Reencarnação
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1955

            Sem a chave da reencarnação, a vida inteira reduzir-se-ia a escuro labirinto.

            De existência em existência, no mundo, nossa individualidade imperecível sofre o desgaste da imperfeição, assim como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde o fardo da ignorância.

            Compreendendo semelhante verdade, saibamos valorizar o tempo, no espaço terrestre, realizando integral aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede, entre as criaturas, acumulando em nós as riquezas do conhecimento superior e os tesouros da sublimação pelo aprimoramento de nossas qualidades morais.

            Lembremo-nos de que nunca iludiremos a vigilância da Lei.

            Na Terra, a organização judiciária corrige tão somente os erros espetaculares, expressos nos crimes ou nos desregramentos que compelem os missionários da ordem a drásticas atitudes, segregando a delinquência na penitenciária ou no hospital, derradeiros limites do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.

            Todavia, é imperioso reconhecer que todas as nossas falhas são registadas em nós mesmos, constrangendo a Justiça Eterna a providências de reajuste em nosso favor, no instituto universal da reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o trabalho regenerativo.

            De mil modos ilaqueamos na carne a atenção dos juízes humanos, nos delitos ocultos, exercitando a perversidade com inteligência, oprimindo os outros com suposta humildade, ferindo o próximo com virtudes fictícias, estragando o equipamento físico sem qualquer consideração para com os empréstimos divinos e, sobretudo, explorando os irmãos de luta com manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...

            No entanto, por isso mesmo também, renascemos sob doloroso regime de sanções, dilacerados por nós mesmos, nas possibilidades que outrora desfrutávamos e que passam a sofrer frustrações aflitivas.

            Moléstias da carne e impedimentos do sangue, mutilações e defeitos, inquietações e deformidades, fobias complexas e deficiências inúmeras constituem pontos de corrigenda do nosso passado que hoje nos restauram à frente do futuro.

            Cultivemos, desse modo, o coração nobre no vaso da consciência reta para que a planta de nossa vida se levante para o hálito de Deus, porquanto basta a boa vontade na sementeira do amor que o Mestre nos legou para que a multidão de nossos débitos seja coberta e esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso espírito, até agora arrojado ao lodo de velhos compromissos com a sombra, na subida vitoriosa para a luz imortal.



A Humildade é Força Espiritual


A Humildade
é Força Espiritual
Indalício Mendes
Reformador (FEB) Janeiro 1955

            A primeira condição do espírita sincero é humildade. Sem ela não lhe será possível penetrar os arcanos do pensamento verdadeiramente cristão, porque Jesus foi, mais do que ninguém, um humilde. Para exemplo do mundo, veio à Terra numa pobre e singela manjedoura e surgiu aos olhos dos homens como sendo apenas “o filho do carpinteiro”. 

          Entretanto, que de grandezas excelsas se iluminou a sua trajetória por este planeta! Sua humildade era uma força poderosa e ele jamais a desprezou, mesmo quando sofreu as injustiças da ignorância humana, que culminaram com o episódio do Gólgota! Por isto, nenhum livro até hoje suplantou o Evangelho do Cristo, na difusão da humildade. Sempre que a criatura consegue sufocar os impulsos instintivos da sua personalidade,  impondo-lhe a disciplina que a humildade aconselha, torna-se forte, porque ninguém é mais poderoso do que aquele que possui o domínio de si mesmo. Aqui é que está o início do caminho da redenção humana. Se cada um de nós souber realizar o milagre do autodomínio, a fim de palmilhar sem vacilações o caminho evangélico, todos estaremos com a jornada diminuída, porque a iluminação espiritual impedirá os desvios por atalhos perigosos e nos abrirá perspectivas alentadoras acerca das futuras reencarnações.

            Precisamos, dentro da concepção espírita da vida, compreender definitivamente que o que fomos, o que somos e o que seremos, foi, é e será exclusivamente obra nossa. Sujeitos às sábias leis divinas, entre as quais a justíssima lei de Causa e de Efeito, ou Lei do Retorno, depende apenas de nós mesmos a tranquilidade dos dias futuros, a felicidade no amanhã. Os sofrimentos de hoje decorrem de atos e pensamentos do pretérito e da atual encarnação.

            Ninguém pode ser realmente espírita sem humildade. A luta que travamos com as nossas tendências e os nossos hábitos é bem mais árdua e difícil do que podemos supor. Nossa personalidade se forma de preconceitos de toda sorte. Somos egoístas e vaidosos. Quando pensas estar no caminho certo, a realidade nos desperta e vemos, então, que apenas possuímos o verniz das aparências que o intelectualismo deixa cair sobre o nosso “eu”. Intimamente, porém, somos um poço de imperfeições. Para realizar o milagre da autoeducação, é mister persistência e inquebrantável força de vontade. Vencer-nos a nós mesmos é tarefa ciclópica, pois temos maior facilidade em apontar erros no nosso semelhante, aconselhando-o a corrigir-se, quando nós necessitamos mais do que qualquer outro de retificar nosso itinerário.

            Humildade... Qual de nós é verdadeiramente humilde? Nós? Vocês? Possivelmente, há uns mais adiantados do que outros no edificante trabalho de autoeducação. O essencial é conservar o espírito voltado para o esforço cotidiano no afã de melhorar. O primeiro passo, o mais difícil, porque o principal, é a humildade. Analise-se a obra de Jesus. Qual de nós seria capaz de oferecer uma face, depois de a outra ter sido esbofeteada? Não pretendamos chegar já a tanto. Mas façamos alguma coisa, um pouco cada dia e estabeleçamos, ao fim de certo tempo, um cotejo entre o que somos e o que éramos. Deste modo, mesmo se fizermos algum progresso, por mínimo que seja, reiteremos perante Deus o compromisso de continuar a luta contra nós mesmos.

            Não há como “O Evangelho segundo o Espiritismo” para nos servir de guia no afã cotidiano. Por ele ser-nos-á menos difícil aferir o nosso adiantamento espiritual. Os males do mundo atual decorrem, em grande parte, da importância exagerada que se dá aos bens materiais. Tudo é equilíbrio no Universo e nós somos partes do Universo. Não podemos quebrar impunemente a harmonia geral. Quando isto acontece, a Lei de Causa e de Efeito, que é uma lei cósmica de influência moral imediata, se manifesta em toda a plenitude. Harmonia é equilíbrio. Para alcançarmos essa situação, devemos controlar nossos pensamentos e atos. O espírito possui grande poder e não usamos dele impunemente. Se o orientarmos para o bem, estaremos contribuindo para a harmonia universal; se o empregarmos mal, provocaremos choques de maior ou menor intensidade, os quais nos envolverão fatalmente, ainda e sempre em obediência à Lei de Causa e de Efeito.


            Em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, encontramos um guia infalível, desde que estejamos animados de boa-fé e boa-vontade. A palavra de Jesus é o melhor itinerário que o ser humano poderia escolher para a sua felicidade. O sofrimento do mundo atual denuncia o afastamento da Humanidade da trilha indicada pelo Mestre. Completando esse guia admirável, pelos esclarecimentos que ajudam a interpretá-lo melhor, há ainda “Os Quatro Evangelhos”, obra monumental compilada e reunida com devotamento inexcedível por Jean-Baptíste Roustaing, na qual os Evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João, através da mediunidade de Mme. Collignon, transmitiram amplos e profundos comentários, trazendo achegas de valor extraordinário à interpretação correta da doutrina de Jesus. Dessa grande obra, disse Allan Kardec, o Grande Missionário, tratar-se de trabalho digno da leitura dos espíritas conscienciosos. Portanto, quer “O Evangelho segundo o Espiritismo”, que o labor santificante de Allan Kardec permitiu trazer ao mundo para o conforto moral da Humanidade, quer “Os Quatro Evangelhos”, de Roustaing, são obras indispensáveis à cultura do sentimento, à iluminação espiritual dos homens. Podemos dizer mesmo que constituem a base da educação espírita. Eles ensinam-nos a ser fortes na humildade, a ver com os olhos da alma o que nem sempre enxergamos com os olhos da carne. Amparado pelos ensinamentos contidos nas mesmas, o espírita estará habilitado a romper sem embaraço as dificuldades que lhe assomam na rota terrena.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Pensamento de Hermínio Miranda


         "A necessidade de retornar à carne se prende não ao fato de só progredirmos enquanto estamos no mundo material, mas sim porque certos aspectos da evolução somente podem ser realizados aqui. Na carne deve o Espírito resgatar os erros cometidos na carne. Jamais poderá ir adiante sem deixar liquidados os compromissos que assumiu no mundo material. De outra forma, a justiça da Lei seria falsa, pois que temos de recompor o que fizemos errado, não deixando o mal que praticamos para outrem refazer."

Hermínio Miranda
Trecho do artigo sob título ‘Lendo e Comentando’

in  ‘Reformador’ (FEB) Junho  1961

O Pensamento de Hermínio Miranda


                       As grandes tragédias têm quase sempre suas origens nas culpas do passado. Muitas vezes, o que o descrente se habituou chamar Destino - mas que nós sabemos ser o funcionamento da lei cármica - reúne num avião ou num navio, ou num ponto da Terra especialmente vulnerável, um grupo de Espíritos em provas de resgate.

Hermínio Miranda
No artigo sob título ‘Lendo e Comentando’

in  ‘Reformador’ (FEB) Junho  1961

O Pensamento de Hermínio Miranda


              “...as condições predominantes no astral inferior, ainda muito próximo ao mundo material em que vivemos ... As condições de vida aí ...são praticamente as mesmas da Terra, e para lá vão os Espíritos sem muita instrução espiritual ou totalmente ignorantes. O leitor brasileiro encontrará conceitos semelhantes nos livros de André Luiz, o que nos dá a medida exata da concordância dos ensinos do Além, quando a fonte de que emanam é límpida e segura. A certa altura, Silver Birch informa que “há muitas mortes e muitos nascimentos” e, mais adiante, que em realidade não subimos de uma esfera para outra, crescemos, evoluímos. “Você morre, nasce e renasce”, diz ele, em inegável apoio à doutrina das vidas sucessivas.

Hermínio Miranda
No artigo sob  título ‘Lendo e Comentando’
o autor destaca comentários do Espírito Silver Birch.
transcritos do periódico ‘Two Worlds’.
 ‘Reformador’ (FEB) Junho  1961


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Carta a um Infeliz


Carta a um Infeliz
por Ojuara
Reformador (FEB) Março 1955


Meu irmão:

            O doloroso quadro que me foi dado presenciar, repetidas vezes, no teu desventurado lar, do qual sou íntimo, é algo que confrange o coração, por menos sensível que seja.

            Sim! É deveras lamentável que o clima de recíproca intolerância e de absoluta incompreensão que se estabeleceu entre ti e a tua esposa, situação essa que malgrado a vossa esmerada educação nem sempre conseguis disfarçar, mesmo perante estranhos, transforme a vossa vida conjugal num verdadeiro e permanente inferno, o que tem motivado as vossas reiteradas afirmativas de sincero arrependimento de vos haverdes casado.

            No entanto, quantas juras de amor trocadas e quanta esperança de felicidade, no dia do vosso casamento!..

            Decorrida, porém, a breve fase da chamada “lua de mel”, a vossa vida conjugal, tão feliz no começo, passou a modificar-se.

            Recapitulando a tua própria narrativa, começaste, de princípio, a notar com estranheza, na tua esposa, ligeiras crises de mau humor, ciúmes e injustificadas tristezas, que terminavam sempre por entre beijos, carinhos e protestos mais veementes de amor mais intenso e constante.

            Depois, o mal passou a agravar-se e começaram a surgir, a pretexto de nada, desavenças mais sérias, nas quais ela se descontrolava com incrível facilidade, chegando muitas vezes a ser grosseira e ríspida para contigo, deixando-te completamente estarrecido diante das suas atitudes violentas e descabidas.

            Nesse ínterim, o amor, que só pode viver num ambiente de harmonia e de compreensão, passou a definhar, terminando por desaparecer totalmente. 

            Por fim, ausente o amor, que foi substituído pela indiferença e, muitas vezes, pelo ódio, desapareceram as cerimônias, e até as mais simples normas de corriqueira educação foram postas à margem nas vossas relações íntimas, chegando ela a praticar ações inacreditáveis, incompatíveis até com os mais comezinhos ditames do senso comum.

            Atualmente vos encontrais desempenhando o lastimável papel de infelizes protagonistas de um drama tão terrível, que não sei como não degenerou, até agora, na mais deplorável tragédia.

            A separação definitiva ainda não ocorreu, conforme confessaste, não somente por não teres coragem de separar-te dos teus dois mimosos filhinhos, que são outras tantas inocentes vítimas de toda essa infelicidade, como também porque juiz nenhum te concederia o desquite, desde que não existe, para tanto, motivo legal a ser invocado.

            O médico da família, consultado várias vezes, não encontra motivos para declará-la uma alienada mental ou uma psicopata passível de internamento num manicômio, limitando-se a diagnosticar o seu mal como distúrbios nervosos, que a medicação prescrita não consegue, contudo, debelar.

            Um sacerdote amigo, cujo conselho solicitaste, declarou-te apenas ser necessária muita paciência, afirmando-te ainda, não obstante se intitular “ministro de Deus e condutor de almas”, que o melindroso caso escapava à sua ajuda e que somente à Medicina competia pronunciar-se sobre o delicado assunto.

            Estavas num doloroso estado de espírito, após terrível cena desse angustioso drama, quando tive ocasião de ouvir a tua amargurada confissão e a completa narrativa de toda a tua desdita, desconhecida por mim, na maior parte, até então.

            E desde que me pedes uma opinião, a mim que sou apenas um humilde principiante no estudo da sublime e consoladora Doutrina Espírita, venho afirmar-te, com toda a segurança, que não tens razão de odiar tua esposa, nem de acusá-la como responsável pela infelicidade que tem desabado sobre o teu lar, desde que ela, tanto quanto tu, é apenas uma infeliz e inconsciente vítima da lastimável ignorância e da Obstinada cegueira em que ainda vive a maior parcela da Humanidade, acerca dos complexos e importantes problemas de natureza espiritual que aí se encontram, desafiando certos princípios estabelecidos pela ciência oficial e contradizendo outros, consagrados imutáveis pela “infalibilidade” de religiões do passado; problemas de amor mais intenso e esses cuja solução só pode ser conseguida mediante outros estudos, dos quais, uma parte da Medicina ainda desdenha, e que o clero proíbe terminantemente, mas que constituem, todavia, fator de primordial importância e elemento de imprescindível necessidade na realização da felicidade humana.   
           
            Informam-nos, esses estudos, que certas e determinadas pessoas possuem, mais do que outras, faculdades mediúnicas; isto é, a possibilidade de receberem, ou de serem influenciadas por Espíritos, os quais nos rodeiam permanentemente, como verdadeira nuvem de testemunhas, sem que os pressintamos, afirmativa essa que é plenamente confirmada pelo Apóstolo Paulo, na sua memorável epístola aos hebreus, capítulo 12, versículo 1º.

            Essas influências podem ser exercidas, em maior ou menor grau, tanto por Espíritos sabotadores e iluminados, que podem inspirar tais pessoas à prática das mais nobres ações, como também por Espíritos imperfeitos ou totalmente maus e perversos, que podem também conduzi-las, em virtude da sua costumeira invigilância ou total desconhecimento do assunto, à execução de todas as maldades e dos mais repugnantes vícios.  

            Em todos os tempos existiram vítimas dos Espíritos das trevas e o próprio Jesus, segundo narram os Evangelhos, curou, em diversas ocasiões, portadores de obsessões e de enfermidades produzidas por influências dos mesmos. (Mateus: 8:28, 34; 9:32; 12:22; 17:14-21.)     

            Inúmeras foram as oportunidades em que os Apóstolos, pela imposição das mãos e por outros modos, produziram curas de moléstias e anularam outras variadas manifestações do grande poder dos Espíritos malfazejos.  

            Nos tempos atuais, mais do que nunca, ocorrem casos em que se manifesta do modo mais cabal a influência de tal poder, não somente em face do crescente descaso votado pela Humanidade dos nossos dias à prática dos sublimes ensinamentos do Divino Mestre Jesus, estabelecendo, consequentemente, perigosa afinidade com os perniciosos elementos das sombras, como, também, pela extrema difusão da mediunidade, que cada dia mais se generaliza, de acordo com a promessa contida nas Sagradas Escrituras (Atos, 2:17, 18), dando lugar, como resultado, a uma alarmante multiplicidade de enfermidades físicas, mas sobretudo espirituais, que se manifestam com os mais variados e misteriosos sintomas, desde as simples e passageiras perturbações aos nervosismos agudos, manias, psicopatias, fobias, alucinações e outros, sintomas esses que se agravam em muitos casos, confundindo-se com a própria loucura, e cujo diagnóstico os mais competentes médicos não logram encontrar com segurança, por pretenderem sempre buscar, no organismo físico, as causas de males que residem no Espírito, sejam em virtude das próprias imperfeições, sejam resultantes da ação real, embora invisível, de ferrenhos perseguidores espirituais, aos quais, muitas vezes, encontra-se o enfermo imantado por terríveis elos de ódio e de vingança, consequência de cruéis inimizades ou mesmo de crimes cometidos em vidas passadas.

            Tais definições, que te podem parecer absurdas e que talvez as acolhas com um sorriso de descrença nos lábios, são, todavia, absolutamente certas, e não vacilo em afirmar que não é de outro mal que está sofrendo a tua esposa, pois que ela é apenas detentora de faculdades mediúnicas muito acentuadas e que precisam ser, quanto antes, orientadas e desenvolvidas.

            Assim como a eletricidade, essa misteriosa força da Natureza, que atuando sem controle produz o raio que destrói e aniquila, mas que, devidamente conduzida através de fios de cobre verdadeiros prodígios no terreno das iniciativas humanas, assim também a mediunidade, sem direção e desenvolvimento, é causadora de inúmeras perturbações psíquicas, algumas de tanta gravidade, que médicos menos experimentados as têm confundido com a loucura, fazendo internar em manicômios os seus infelizes portadores.

            Entretanto, bem desenvolvida e encaminhada num sentido superior e nobre, a mediunidade constitui uma força de inestimável valor, um elemento de considerável importância na elevação espiritual da criatura, pois que lhe possibilita o mais proveitoso intercâmbio com os felizes habitantes dos mundos superiores, sempre dispostos a prestar-lhe a sua benéfica assistência por meio de salutares inspirações, preciosas advertências e os mais valiosos conselhos e ensinamentos, desde que ela se mostre digna de receber tão importantes dádivas.

            Diagnosticando, assim, com toda a precisão, de que sofre a tua esposa, devo esclarecer-te de que somente no Espiritismo poderás encontrar os meios adequados à anulação das perigosas perturbações que a assediam, resultantes da ação nefasta de elementos espirituais sem esclarecimento e que por isso se comprazem em fazer o mal.

            Sim! Nunca é por demais repetir: o Espiritismo é incontestavelmente o anunciado Espírito da Verdade, o sublime Consolador prometido por Nosso Senhor Jesus-Cristo, nos capítulos 14, 15 e 16 do Evangelho de São João, que deveria vir, nos últimos tempos, que são os que estamos vivendo atualmente, ensinar-nos todas as coisas, guiar-nos em toda a Verdade e restabelecer a Doutrina Cristã em toda a sua primitiva pureza, da qual foi ela despojada pelo egoísmo, pela maldade e ignorância dos homens.

            Cumpre-te, pois, sem demora, iniciar-te resolutamente no estudo e na prática dessa doutrina santa, a mesma que foi legada à Humanidade pelo Nosso Divino Mestre, por quem Ele se sacrificou no madeiro infamante, e nela buscar o remédio que restituirá, ao teu desventurado lar a paz e a tranquilidade de que tanto necessitas.

            Implora, portanto, a Jesus, com todo o fervor da tua alma, que te dê suficientes forças, a ti e a tua esposa, para que possais doravante trilhar nova e magnífica senda, e abandonar, de vez, arraigados e perniciosos hábitos que atraem para o vosso convívio as tenebrosas forças do mal e repelem inexoravelmente as benéficas influências dos vossos bondosos amigos do Plano Superior que desejam ardentemente ajudar-vos a transformar o vosso lar num refúgio verdadeiramente cristão onde imperem, em caráter permanente, a harmonia, a compreensão e a boa vontade, elementos básicos na constituição da verdadeira felicidade. (Extraído de ‘Seara do Cristo’).