Antecipa-se as Negativas de Pedro
26,30
Depois do canto dos Salmos, dirigiram-se eles para o Monte das
Oliveiras.
26,31 Disse-lhes, então, Jesus: “ -Esta noite,
serei para todos vós um motivo de desapontamento, porque está escrito na
Bíblia: “Ferirei ao Pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zac
13,7),”
26,32 mas, depois da Minha
ressurreição, Eu vos precederei na Galileia.”0
26,33 Pedro interveio: -Mesmo que
sejas para todos um motivo de desapontamento, para mim jamais O serás.
26,34 Disse-lhe Jesus: “ -Em verdade te
digo, nesta noite mesmo, antes que o galo
cante 3 vezes, Me negarás!
26,35
Respondeu-Lhe Pedro: Mesmo que seja necessário morrer contigo, jamais Te
negarei! e, todos os outros discípulos,
diziam-Lhe o mesmo.
Néio Lúcio, por Chico Xavier, em “Jesus no
Lar” nos ensina sobre:
O Culto Cristão no Lar
“Povoava-se o firmamento de
estrelas, dentro da noite prateada de luar, quando o Senhor, instalado
provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados Escritos e, como se
quisesse imprimir novo rumo à conversação que se fizera improdutiva e menos
identificante, falou com bondade:
-Simão, que faz o pescador quando se
dirige para o mercado com os frutos de cada dia?
-Mestre, naturalmente, escolhemos os
peixes melhores. Ninguém compra os resíduos da pesca.
Jesus sorriu e perguntou, de novo:
-E o oleiro? que faz para atender à
tarefa a que se propõe?
- Certamente, Senhor -redarguiu o
pescador, intrigado, modela o barro, imprimindo-lhe a forma que deseja.
O Amigo Celeste, de olhar compassivo
e fulgurante, insistiu:
-E como procede o carpinteiro para
alcançar o trabalho que pretende?
O
interlocutor, muito simples, informou sem vacilar:
-Lavrará a madeira, usará a enxada e o serrote, o martelo e o formão. De
outro modo, não aperfeiçoará a peça bruta.
Calou-se Jesus, por alguns
instantes, e aduziu:
-Assim, também, é o lar diante do
mundo. O berço doméstico é o primeiro templo da alma. A casa do homem é a
legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Se o negociante seleciona
a mercadoria, se o marceneiro não consegue fazer um barco sem afeiçoar a madeira
aos propósitos, como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se
aperfeiçoe? A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não
aprendemos a viver em paz, entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das
nações? Se nos não habituarmos a amar o irmão mais próximo, associado à nossa
luta de cada dia, como respeitar o Eterno Pai que nos parece distante?
Jesus
relanceou o olhar pela sala modesta, fez pequeno intervalo e continuou:
- Pedro,
acendamos aqui, em torno de quantos nos procuram a assistência fraterna, uma
claridade nova. A mesa de tua casa é o
lar de teu pão. Nela, recebes do Senhor o alimento para cada dia. Por que não
instalar, ao redor dela, a sementeira da felicidade e da paz na conversação e
no pensamento? O Pai, que nos dá o trigo para o celeiro, através do solo, envia-nos
a luz através do Céu. Se a claridade é a expansão dos raios que a constituem, a
fartura começa no grão. Em razão disso, o Evangelho não foi iniciado sobre a
multidão mas, sim, no singelo domicílio dos pastores e dos animais.
Simão Pedro fitou no Mestre os olhos
humildes e lúcidos e, como não encontrasse palavras adequadas para explicar-se,
murmurou, tímido:
- Mestre, seja feito como desejas.
Então
Jesus, convidando os familiares do apóstolo à palestra edificante e à meditação
elevada, desenrolou os escritos da sabedoria e abriu, na Terra, o primeiro
culto do lar.”
Para Mt (26,30-35)
-Antecipam-se as negativas
de Pedro, encontramos em
“Elucidações
Evangélicas”(Ed. FEB) de A. L. Sayão o lindo trecho que se segue:
“Jesus
dá a ver, de antemão, a seus
discípulos, quão frágil é a vontade humana e quão pouco deve o homem contar com
as suas próprias forças. Dizendo a Pedro: Roguei
por Ti, mostra que só na prece pode o homem encontrar amparo. Naquela
ocasião, nenhum assim o compreendeu, tanto que nenhum recorreu a esse cordial
da alma, pelo que todos faliram no momento do perigo. Foi uma lição que muito
devemos aproveitar.
Nisto que também disse a Pedro: Simão, Simão, satanás vos reclamou a todos
para vos joeirar, como se faz ao
trigo, aludia à influência que, sobre aquele apóstolo, exerceria o temor
dos acontecimentos que poderiam dar-se, aos maus pensamentos que lhe germinavam
no coração e que, por vezes, o faziam deplorar ter enveredado por tão perigoso
caminho, pensamentos esses que, embora fugazes, não escapavam à percepção do
Mestre. Pedro compreendia que um grande perigo os ameaçava, a eles e a Jesus, e
a fraqueza humana lhe fazia nascer no íntimo, de quando em quando, um vago
sentimento de pesar, por se haver exposto de tal modo.”
A Seguir, extraído de “Revelação dos Papas” (Ed. UES - 1936), leiamos um ditado do próprio...
Pedro Apóstolo (O
médium vê um homem de barba e cabelos brancos, envolto em luz também branca. A
irradiação luminosa impede que ele distinga as suas vestes.)
Meus irmãos, quem vos visita hoje é
Pedro, a quem chamais apóstolo e guarda das portas do céu.
O
humilde espírito que ora baixa a terra, para vos falar em nome de Deus, é
aquele a quem denominas santo e proclamas fundador da Igreja, que dizeis de
Jesus Cristo.
Tendes junto a vós o espírito de
Pedro - o humilde pescador da Galileia, que vem à vossa presença dissipar as
trevas que ainda envolvem a vossa consciência, impedindo-vos a visão clara e
perfeita das coisas a que chamais sagradas.
Deus, meus irmãos, coloca-me nesta
hora perante a cristandade para que lhe fale em Seu nome, desmentindo tudo
quanto de falso e absurdo se afirma a seu nome e a meu respeito.
Ides ouvir a palavra do humilde e
obscuro pescador da Galileia, do mais fraco e pequeno discípulo do Mestre, que
neste momento olha para mim e me ordena dizer a verdade inteira, pura, como
pura é a consciência do meu amado Mestre.
Jesus está me acenando e dizendo: “Pedro, fala como falei, prega como preguei,
ensina como ensinei, guia como guiei, nega como neguei, afirma como afirmei,
ama como teu Mestre amou e perdoa como Ele perdoou. Pedro, fala, anuncia,
profetiza, promete, garante em nome de Teu Pai e abençoa em nome de Teu Mestre.”
O pescador vai, pois, declarar o que
sabe; vai dizer o que todos precisam saber desde já, vai confirmar as palavras
do Mestre e destruir o erro e a mentira ensinados em nome de Jesus como também
no seu.
Fui discípulo de Jesus e ouvi dos
seus lábios a verdade que hoje exalto; recebi dele os ensinamentos que ora
divulgo pelos homens, bebi na fonte inesgotável que é o Evangelho do Mestre,
todas as lições que vos venho trazer. Fui humilde e obscuro pescador e jamais
recebi a luz da instrução que, no meu tempo, era difundida pelos homens.
Meus pais me destinaram ao mar e o
mar exigia de mim apenas duas coisas: robustez física e coragem para lutar
contra a fúria dos elementos. A minha inteligência era, por isso, inculta e
acanhada.
Todo o meu saber se limitava às
coisas do mar, às necessidades da vida de marujo, e eu era dos mais audazes e
resolutos.
Nada compreendia do que respeita à
filosofia, às superiores cogitações a que se entregavam os doutores nas
sinagogas, onde eu assistia, absorto, aos atos religiosos e divinos, unicamente
levado até ali pela fé simples e ingênua de homens do mar. Nada sabia das
coisas sublimes de que se ocupavam os doutores da Lei; nada percebia do que
estava escrito no Antigo Testamento, que o meu mestre-pescador lia à tardinha,
sentado na proa da nossa barca, explicando-nos aquilo que a sua inteligência,
também precária e desprovida de luzes e do preparo com que a instrução nos
aperfeiçoa o entendimento e esclarece a razão, mal podia compreender.
Nada, portanto, sabia eu das
verdades eternas e dos ensinamentos trazidos ao mundo pelos profetas de Israel.
Leigo, obscuro, ignorante e simples,
vivi até o dia em que fui ouvir o Mestre, que, então, falava aos pescadores da
Galileia, ensinando-lhes a interpretar o Decálogo que Moisés recebera no alto
do Sinai.
Jesus falava mansamente; sua voz,
pausada e firme, era cheia de ternura e encanto e abalava os corações dos que
ouviam, arrebatados de assombro, as grandes verdades expostas com tanta
simplicidade e clareza por aquele homem moreno, de tez lisa e ampla, cabelo cor
do vinho claro que bebíamos à hora do repasto.
Jesus sentara-se sobre o bordo da
barca de Luiz e dali dizia aos pescadores, agachados no fundo de suas barcas, a
verdade emanada de Deus, que o incumbira de trazê-la aos homens para
liberta-los das trevas do obscurantismo.
Quando Jesus terminou era noite já,
ao clarão dos fachos que acendemos para acompanha-lo até a margem, escolheu os
que desejavam aprender dele - que era bom e manso - as sublimes verdades da
vida eterna, da bondade e misericórdia de Deus.
Jesus disse: “-Quereis acompanhar-me, vinde. Dar-vos-ei outro ofício, outra tarefa,
outro trabalho, mas não pagarei salário, como faz o vosso mestre-pescador,
porque sou muito pobre, nada tenho para mim e muito menos para dar. Meu Pai,
entretanto, vos pagará um dia, e garanto-vos aquele dentre vós que mais se
esforçar para servi-lo, ele pagará generosa e fartamente. São estas as
condições em que ides trabalhar; se vos agradam, aceitai-as, se não, deixai-me
ir só e ficai com o vosso mestre-pescador.”
Eu e Tiago fomos os primeiros que
bradamos: “-Não mais vos abandonaremos, Senhor; morreremos ao vosso lado.”
Jesus sorriu e acrescentou: “Refleti bem no que ides fazer, pois eu venho
para sofrer, e todos aqueles que me pertencerem sofrerão também.”
Tomamos o compromisso de comer o
mesmo pão e beber a mesma água que o nosso Mestre. Partimos. Caminhamos dia e
noite para chegar à Palestina, onde o esperavam ansiosos para ouvi-Lo. Ali
chegados, embora cansados e famintos, sentimo-nos satisfeitos, contentes e
confortados, sem que soubéssemos porque. Nada do que nos ofereciam para matar a
fome e mitigar a sede foi devorado, bastando alguns bocados para refazer as
forças perdidas durante a marcha penosa, através dos campos e cidades que
percorremos.
Jesus tocou apenas num bocado de pão
e bebeu um pouco de água, oferecida por uma mulher que se aproximara para
beijar-Lhe a mão e oferecer-Lhe aquela água do seu poço, por ser - dizia ela -
a mais fresca do lugar.
Daí por diante começou para mim nova
vida, nova era; tudo se me afigurava claro e risonho; toda a dificuldade que
até então encontrava para compreender o porque e a razão de ser das coisas
desapareceu e, dentro de alguns dias, eu explicava aos que procuravam o Mestre,
durante o seu repouso, as grandes verdades que ouvira dele durante a jornada.
Quando se me perguntavam onde havia
estudado para falar, com tanto acerto, ficava embaraçado para responder, e era
sempre Tiago que me socorria, dizendo: “Foi o Mestre quem nos ensinou a falar
assim.”
Tinha então adquirido tanta
facilidade de raciocínio e exposição que a mim mesmo causava assombro.
Jesus dizia-me: “Tu és fraco, não tens a coragem e a energia
de João, a audácia e a resignação de Simão; não obstante, a tua palavra
medrará, a tua boca derramará as claridades divinas sobre teus irmãos. Mas,
olha lá, não te deixes levar pelo teu gênio irrequieto, sôfrego, altivo e
intolerante. Tu não é homem para a firmeza e para o sacrifício. Possuís
virtudes, mas não tens ainda a fé bem enraizada no fundo da tua alma. Toma
cuidado, pois, contigo mesmo; teu inimigo está na tua própria alma, vê se te
livras dele.”
Pensava e meditava sobre estas
palavras do Mestre e dizia comigo mesmo: Onde irei buscar a força e a coragem
de que me fala sempre o Mestre? E desatava a chorar copiosamente, pedindo a
Deus me tornasse digno da missão que eu tomara sobre os ombros, concedendo-me a
graça de ser um verdadeiro discípulo de Seu Filho.
Continuamos sempre unidos, sempre
juntos - Mestre e discípulos, caminhando de terra em terra, espalhando a luz da
verdade que Jesus punha em nossos lábios.
Em toda a parte éramos ouvidos com
atenção e respeito, chegando a receber, em alguns lugares, aplausos
extraordinários, que se traduziam nas ofertas trazidas ao Mestre e a nós, no
agasalho e conforto que nos ofereciam povos inteiros.
Correram assim os dias, meses e
anos, até chegar o momento do sacrifício do Mestre. Todos os discípulos se
resignaram a ver aproximar-se a hora do martírio de Jesus, conformando-se com a
afronta que publicamente Ele ia suportando.
Pedro era o único que não se
conformava com a ideia de ver seu Mestre sacrificado; mas, quando lhe diziam -
“Se não queres vê-Lo torturado, humilhado e morto, dá a tua vida por Ele”- a
minha resposta era o silêncio. Recolhia-me dentro de mim mesmo, apavorado ante
a idéia de me deixar imolar pelo Mestre.
Jesus fitava-me e dizia: “Pedro, meu filho, és fraco, mas a tua
palavra terá força; continua, pois.”
Chegara a hora da condenação de
Jesus e o galo cantara já duas vezes, pois duas vezes eu fora interrogado sobre
as minhas relações íntimas com o Rabino da Galileia e o negara, declarando
jamais te-Lo visto, sequer de relance.
À terceira pergunta respondi
negativamente, como as outras, mas desta vez Jesus apresentou-se na minha
frente e disse: “És fraco, Pedro, mas Eu te perdoo.”
Olhei em volta e não mais encontrei
o Mestre. Chorei toda a noite; não comia, não tinha sossego, não encontrava
alívio em parte alguma; a cada passo parecia-me ouvir o Mestre dizer: “És fraco, Pedro, mas Eu te perdoo.”
Aqui tendes o que fui enquanto
estive junto de Jesus: fraco e vacilante, tendo fé pouco firme e confiança
muito limitada na infinita sabedoria de Deus.
Jesus me perdoou, dando-me esta luz
que trago e intercedendo junto ao Pai pelo pescador da Galileia, fraco e
vacilante.
Após a morte, o espírito de Pedro
ficou errante, confuso, ouvindo sempre a voz do Mestre ecoar-lhe nos ouvidos: “És fraco, Pedro, mas Eu te perdoo.”
Fui, pois, dos discípulos de Jesus o
mais fraco e o menos crente.
Porque razão havia de caber-me uma
tarefa tão espinhosa qual a de defender a sua doutrina após a desencarnação do
Mestre?
Porque haveria de merecer a graça de
ser no mundo o esteio da doutrina de Jesus, defendendo-as dos golpes desferidos
contra ela e seus adeptos pelos grandes da Terra, que procuravam, pelo ultraje
e massacre, abafar a voz do Messias, ainda ecoando dos lábios dos discípulos e
dos crentes.
Porque me chamais príncipe dos
apóstolos, quando fui o último deles?
Porque haveis de acreditar tenha
sido eu o organizador da Igreja se, por ocasião de sua fundação, eu já me
achava na eternidade, de onde saí hoje para vir dizer-vos estas coisas?
Jesus Cristo que me confia hoje a
magna tarefa de afirmar que a realidade está toda inteira no Espiritismo, que é
o seu Evangelho em espírito e verdade, anunciando-vos, ao mesmo tempo, que o
Senhor mandará ao mundo muitos espíritos bem aventurados para vos ensinarem as
verdades eternas e as restabelecerem onde os homens as desvirtuam,
comprometendo a sua doutrina, procurando apagar o nome de seu Pai e o Seu no
coração da criatura terrena.
Pedro vem, assim, dizer-vos que não
acrediteis seja ele o porteiro de um céu, que não existe senão na imaginação
dos fracos e embusteiros, interessados em afastar-vos do caminho da verdade e
da luz.
O céu só existe na paz das
consciências dos bons e dos puros e tem uma única chave, que está em vossas
próprias mãos - a caridade.
Vós mesmos é que sois porteiros do
céu, onde haveis de viver um dia, quando terminada a provação terrena. Pedro,
meus amigos, foi fraco e vacilante ao lado do Mestre e não teve a resignação e
coragem e a confiança dos seus companheiros; para que, pois, emprestar ao
humilde pescador da Galileia honras e títulos que não merece?
Ficai certos e seguros de que tudo
quanto vos contam a seu respeito são criações dos homens. Pedro foi grande,
eloquente e sábio enquanto esteve ao lado do Mestre, recebendo as irradiações
sublimes de seu espírito divino.
Tudo isso desapareceu, porém, no
momento em que negou o Mestre, na hora em que abandonou o compromisso de
acompanha-Lo até a morte, comer do mesmo pão e beber da mesma água, faltando,
deste modo à sua palavra e confirmando as de Jesus: “És fraco, Pedro, mas Eu te perdoo.”
E perdoou-me o meu querido Mestre, o
divino Jesus, e vai conceder-me novamente a graça de voltar à Terra, para
continuar a sua obra e concluir o que há mil e novecentos anos não tive forças
para sustentar. Volto, e desta vez o galo não cantará, nem mais ouvirei aquelas
terríveis palavras que tantas vezes me escaldaram os ouvidos: “És fraco, Pedro, mas Eu te perdôo.”
Jesus me falará e ouvirei sempre a
sua voz; mas esta será um incitamento, um conforto que me alentará na luta em
prol da verdade eterna, que voltarei a defender.
Ficai, portanto, certos, meus
irmãos, de que Pedro voltará entre vós, porém, mais forte, mais enérgico e
firme na sua crença, mais inabalável na sua fé, confiando, em absoluto, em Deus
e em Jesus, que o enviaram aqui para dizer certas palavras e ainda mais - que
será Pedro o escolhido para dizer-vos muitas outras verdades em ocasiões
diversas, em emergências difíceis, em situações perigosas nas quais vos
achareis um dia na terra.
Pedro vem, pois, à vossa presença
declarar que não é santo, nem príncipe dos apóstolos; de todos os espíritos que
acompanharam Jesus na Terra foi ele quem mais se perturbou após a sua
desencarnação, e isso por ter sido o mais fraco e o menos crente de todos.
Pedro já teve outras missões após
aquela em que esteve entre vós. Seu espírito evoluiu e caminhou para poder hoje
falar-vos humildemente, dizendo: “Sou
pequeno e fraco, conservo ainda a simplicidade e rudeza do pescador dos mares
tempestuosos da Galiléia; estou em meio do caminho e tenho ainda muito que
andar para chegar à perfeição. Nada sei, muito me falta aprender ainda, muito
tenho que estudar para alcançar o título de espírito sábio. Nada, pois, deveis conferir-me, nenhum
título dar-me, nenhuma honra tributar ao meu nome, e, quando vos referirdes a
mim, dizei sempre - o pescador da Galiléia. Isso me honrará muito mais do que o
principado que injustamente me ofereceis.”
Aconselho-vos à prática do bem e da
caridade, da justiça e do amor ao vosso semelhante, o respeito à lei de Deus e
a observância rigorosa dos ensinamentos de Jesus.
Agradeço a todos o ouvirem-me com
atenção e afeto. Deus vos proteja e Jesus vos acompanhe em todos os atos da
vida.
Pedro, o pescador da Galiléia