Comemorando 10 Anos
o Ciclo de Estudos da ‘Revelação da Revelação’
no Colégio de Ismael!
-A palavra de Bezerra-
Fonte: Reformador (FEB) Agosto de 1941
Em 12 de Agosto de 1941, o Reformador abria espaço em suas páginas para a comemoração de encerramento de mais um ciclo de estudos da ‘Revelação da Revelação’, obra de J.-B. Roustaing. O ciclo de estudos tomara exatamente 10 anos e era a 5ª ou 6ª vez que era concluído na Casa de Ismael.
Bezerra de Menezes não permitiu que o acontecimento passasse despercebido e na sessão do dia 13 fez-se presente através da memorável comunicação reproduzida abaixo:
“Em nome de Jesus eu vos saúdo, queridos companheiros e condiscípulos do Evangelho.
É bem verdade que recordar é viver e eu quero, por isso, recordar convosco, os primórdios destes estudos. Aqui estão presentes os nossos companheiros: O José, o João, o Richard, o Bittencourt, os Sayão, a Isabel, o Matos, o Cardoso, o Frederico, o Ulisses, o Fonseca e tantos outros, glorificando todos ao Senhor dos Mundos, ao seu Filho dileto, à Virgem, padroeira deste Colégio, e ao Anjo seu mentor. Todos glorificam ao Senhor dos mundos, porque nenhum deixou de colher um benefício, por pequeno que fosse, destes estudos que se fizeram e se vêm fazendo, através de tantos e tantos anos.
São imensas as legiões dos aqui convertidos pelo bafejo do Evangelho de N.S. Jesus Cristo! Oh! se pudésseis ver com os olhos materiais esses felizes a entoarem conosco hinos de glória ao Meigo Nazareno, que estendeu sua mão caridosa, para nos tirar das sarjetas dos vícios, das paixões e dos crimes!
Ah! não posso conter as lágrimas da gratidão ao contemplar a trajetória que temos percorrido. Quantas vezes o amor de Maria levantou o ânimo abatido do pobre peregrino! E era sempre a lembrança de um versículo do Evangelho que o reanimava e o versículo era sugerido por esse sublime espírito de caridade e bondade.
Nesse tempo, mais penosas eram as lutas, mais penoso o dizer-se cristão, porque, mesmo nas fileiras dos adeptos do Espiritismo, havia os cientistas e os filósofos, a menoscabar do que consideravam fanatismo de católicos romanos.
Foi atentando na ‘via-crucis’ do Divino Mestre que o meu espírito compreendeu quanto era necessária a humildade para a purificação dos sentimentos. Foi contemplando a excelsitude da obra da Virgem que o meu espírito traçou a sua diretriz na propaganda, diretriz que me levou ao ponto de receber de todos vós tantos galardões que, todavia, não modificaram, nem podiam modificar, mercê de Deus, a minha condição de ínfimo servo do Senhor.
Coube-me, pois, a mim a missão de vos trazer estas palavras de animação, quando encerrais mais um ciclo dos vossos estudos com aproveitamento. Esse aproveitamento, meus companheiros, nós o comprovamos na orientação que a Federação continua seguindo.
É essa orientação é filha de uma compreensão justa do espírito do Evangelho, porque todo aquele que quiser conduzir por seguros caminhos uma coletividade espírita tem de procurar a luz do Evangelho.
Foi esse caminho que me permitiu manter-me fiel até o fim e é ele que certamente vos levará ao seio de N.S. Jesus Cristo, alegres e satisfeitos, por haverdes cumprido o vosso dever.
Grandes monumentos, meus companheiros, o sentimento erige para glorificação do Espírito do Divino Mestre. Não são os templos de pedra que qualificam a obra dos servidores da Seara. Se assim fora, as vetustas catedrais seriam ainda hoje os templos do Espírito Santo. Procurar erigir monumentos nos corações, porque, então, não haverá mister de hospitais, de abrigos e de asilos. Procurai mostrar pela palavra persuasiva e sentida que o Cristo é, para a Terra, o único Pastor.
O idealismo político salvador do mundo será aquele que tiver seu fundamento na manjedoura e a humanidade, conduzida pelos partidos que se formarem em torno desse idealismo, não mais se verá assolada pela guerra, não mais conhecerá órfãos e
viúvas desvalidas.
Orai, pedi, suplicai à Virgem que implore do seu Jesus vos multiplique as forças, para que possais cumprir o dever de lançar pelo mundo a fora a palavra de verdade, dita com sinceridade, com sentimento cristão. Quando conseguirdes formar um núcleo de consciências capazes de tal feito, o Espiritismo terá realizado a sua obra de Consolador prometido por N.S. Jesus Cristo.
Recebei a expressão dos meus sentimentos para convosco e daqueles que me delegaram o encargo de vos falar neste momento. Lembrai-vos sempre de que todos eles estão convosco, partilhando da vossa tarefa. Nenhum desertou.
Ao encerrardes os trabalhos de hoje, orai pela humanidade que sofre, expiando suas culpas, a fim de que Jesus permita que seus servos a iluminem, fazendo-a perceber as causas de tão terrificantes efeitos, porque, percebendo essas causas, ela encontrará o remédio para removê-las.
Agora, eu me vou, grato aos vossos corações e grato a Jesus, que me concedeu a mercê de voas falar a vós, velhos e queridos condiscípulos. Deus vos abençoe.
Bezerra
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