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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Grupos Mediúnicos



Grupos mediúnicos

Guillon Ribeiro (Espírito)
por Júlio Cezar Grandi Ribeiro
Reformador (FEB) Junho 1977

            A mediunidade é comparável a sublime talento que o Senhor concede às criaturas no mundo, responsabilizando-as com o dom de auxiliar e servir, amar e compreender.
           
            Não se trata de privilégios dos espíritas, nem apanágio do Espiritismo, conquanto, na atualidade, somente a Doutrina Espírita se veja melhor capacitada para compreender a mediunidade em suas sublimes destinações de porta-voz dos céus na orientação dos destinos humanos. Por isto mesmo, prescreve lhe todo um roteiro de atividades enobrecedoras pela cristianização do homem e redenção do mundo.

            Obviamente, a organização de grupos mediúnicos é desiderato natural das Instituições Espíritas, voltadas para a ação integral de seus deveres precípuos nas comunidades onde se acham implantadas.

            O intercâmbio salutar com o mundo espiritual representa célula de inestimáveis realizações onde a caridade, pontificando, vivifica o "amai-vos uns aos outros".

            Ampliar os recursos mediúnicos, sob a inspiração de Jesus, congregando cooperadores para o socorro justo aos semelhantes em dificuldades, significa, por certo, dilatar, nos corações, os anseios espontâneos de servir.

            Importa considerar, entretanto, que se o Grupo Mediúnico funciona qual campo de pouso dos Emissários da Luz, não deixa de ser, também, o pronto-socorro para atendimento fraterno a Espíritos aflitos e sofredores requisitando auxílio de urgência. Se estes comparecem às reuniões específicas à feição de indigentes espirituais, inadaptados que se encontram às novas condições de vida, os primeiros nos visitam por amor, inspirados nos mais amplos misteres da caridade.

            São eles os pastores incansáveis do Bem, arrebanhando ovelhas tresmalhadas do divino aprisco e conclamando os encarnados ao zelo e vigilância imprescindíveis aos serviços com o mundo espiritual.

            Certo, os espíritas conscientes não desconhecem que a mediunidade traduz exaustiva oficina de provação e renúncia para os que a recebem em favor de sua redenção. Mas, via de regra, negligenciam, sonegando à tarefa aquela contribuição equilibrada e diligente.

            Aos grupos mediúnicos não bastam horários rígidos, estabelecidos a portas fechadas em nome da disciplina, demarcando início e término dos encontros regulares com o plano espiritual. Também, não são suficientes as regras de conduta, impostas aos seus frequentadores, como garantias de eficiência no relacionamento salutar entre os dois planos da vida.

            Disciplina e estudo, vigilância e equilíbrio, moralidade e devotamento estarão, naturalmente, nas bases de toda realização da mediunidade. Imprescindível, porém, será promover no grupo a verdadeira consciência espiritista, esta que determina sem constranger, alerta sem magoar, convoca sem oprimir, esclarece sem melindrar responsabiliza sem cercear a liberdade que favorece a seleção de nossos caminhos segundo os ditames do livre-arbítrio que direciona destinos.

            Quando o agrupamento mediúnico prossegue às expensas da vigilância de reduzidos companheiros inclinados, por circunstâncias várias, a policiar comportamentos dos demais cooperadores encarnados desprovidos de suficiente maturidade para os encargos do serviço nobre, desgasta-se no tempo, cresta-se entre azedumes, mostra-se incapacitado para as tarefas do auxílio eficaz, minguando as esperanças de devotados Obreiros do Mundo Além que se avizinham dele para a colaboração indispensável do êxito do programa assistencial.

            Rompe-se, então, quase sempre o equilíbrio do conjunto, deturpando-se a fé por incapacidade de raciocinar, enquanto medram enredamentos perniciosos do fanatismo comprometedor.

            Somos carentes do sustento da ordem e da força da oração quando nos entregamos aos serviços mediúnicos. Desta forma, podemos entender que a rotulagem espírita da Instituição não nos preservará do assédio dos "falsos profetas da erraticidade" sempre dispostos a confundir e boicotar os leais servidores da Terceira Revelação.

            O grupo mediúnico, departamento de amor ao próximo, não poderá, como os demais de uma Sociedade Espírita, ser dinamizado sobre improvisações de rotina ou arroubos do entusiasmo exuberante.

            Exigir-se-á, de quantos lhe partilhem a escola do devotamento ao próximo, esforço consciente e espírito de renúncia que a todos gratifiquem com a excelência das boas obras em nome de Jesus.

            Do contrário, com enorme desapontamento e indisfarçável insatisfação, encontraremos os grupos mediúnicos, ao longo do tempo, transformados em destilarias de sombras e subjugações maléficas, agindo quais cupins na seara incauta, forjando o aniquilamento da crença ou a desmoralização dos próprios núcleos espíritas aos quais se veiculam.

            Consideramos, assim, de atual interesse para todo grupo mediúnico afinado com estudo e trabalho, disciplina e prudência, as recomendações de vigilância que o apóstolo João preceitua em sua Primeira Epístola (cap. IV, v. 1):

            - "Meus bem-amados, não creiais em qualquer Espírito; experimentai se os Espíritos são de Deus, porquanto muitos falsos profetas se tem levantado no mundo."



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