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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Temas para reflexão

 

Temas para reflexão

José Brígido (Indalício Mendes)    Reformador (FEB) Junho 1963

 

            O objetivo do Espiritismo não é fazer santos mas homens retos e conscientes de seus deveres e responsabilidades terrenas e espirituais.

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             Essa tarefa exige coragem, pertinácia e espírito de renúncia. Antes de cada triunfo, o homem falha, cai e se desdiz. É preciso que não pare. A cada queda deve seguir-se um esforço maior pelo reerguimento; a cada falha, o propósito honesto e firme de não reincidir no mesmo erro, a cada incoerência a decisão segura de estabelecer um critério singular e inalterável em prol da própria reabilitação.

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             O Espiritismo não promete, como pensam os que lhe desconhecem a Doutrina, o paraíso, a felicidade no Além-Túmulo. Ele ensina que, aprimorando a nossa conduta quando ainda nos encontramos na experiência terrena, encontraremos maior facilidade  de ação no próprio mundo espiritual. Quer o Espiritismo que o homem comece a ser feliz na Terra e que por seu, comportamento quando encarnado, continue a ser feliz no Além.

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            A criatura humana precisa saber porque nasce, porque morre e renasce. Deve aprender que a Dor tem uma função retificadora. Muitas vezes ela abre horizontes novos e mais amplos ao entendimento humano, fazendo, por seus efeitos, o que doutrina alguma conseguiria alcançar sobre determinados homens.

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            Conhecer a razão da Dor na existência humana e entender a multiforme linguagem do Amor conduzem o homem a uma compreensão perfeita da Lei Áurea: “não fazer a outrem o que não desejar para si” e “fazer a outrem o que quiser para si”. Quando a compreensão é real, a exemplificação a acompanha.

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            O Espiritismo sabe que a mente humana é fonte inesgotável de efeitos que têm com causa o pensamento. Portanto, se mentalizarmos coisas boas, elevadas, dignas, a nossa alma fará coisas boas, superiores e dignas. O trabalho mental, isto é, os pensamentos, configuram a verdadeira natureza moral de cada indivíduo.

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            O Espiritismo educa e reeduca moralmente aqueles que aceitam a sua disciplina. Mas essa tarefa é difícil e demorada. Nem sempre se conclui numa encarnação. Por isto? a Inteligência suprema facilita ao Espírito em evolução a volta à Terra, em corpo carnal, tantas vezes quantas se façam necessárias ao seu aprimoramento.

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             O Espiritismo liberta o homem interiormente, através da prática da sua Doutrina. Quanto mais cedo ele se libertar dos maus hábitos mentais, das influências inferiores, dos atos e pensamentos desfraternos, mais cedo começará a colher os resultados da sua melhoria moral. Isto poderá mesmo acontecer, e acontece com frequência, ainda no curso da encarnação em que inicia esse trabalho de recuperação. Somente é livre aquele que já se desligou de maus impulsos, de preconceitos e ideias egoísticas; aquele que já faz alguma coisa em benefício de outrem, sem pensar primeiro em si.

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            Quem não cultiva as boas relações e a convivência fraterna com os seus semelhantes, falha num dos mais importantes preceitos da Doutrina Espírita, que é a fraternidade.

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             Não constitui preocupação espírita a catequese de novos prosélitos, mas o esclarecimento oportuno e o auxílio indispensável à compreensão da Doutrina. O Espiritismo segue a réstia de luz evangélica que promana do Evangelho do Cristo. Devemos respeitar o livre-arbítrio de cada um, quando esgotado o nosso argumento em favor da Paz, do Amor e da Caridade. O livre--arbítrio é que define o rumo que queremos tomar.

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             Vencer na vida terrena não é adquirir riquezas, poder político, posição social elevada. Vencer na vida é despojar-se de tudo quanto concorre para o mal e acumular tudo quanto possa ser um bem para todos. O legítimo valor da criatura humana está, não no dinheiro ou bens que possua, nos poderes que enfeixa nas mãos, na autoridade arbitrária que exerça, nas roupas luxuosas que veste, mas, exclusivamente, na pureza do coração, na nobreza de sentimentos, no espírito justo de humildade e na capacidade progressivamente maior de ser útil e prestante, sem discriminações.

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             Para exercitar a Caridade, devemos pelo menos realizar diariamente uma boa ação, evitando que esta seja comprometida por pensamentos ou atos negativos. Estará no rumo certo aquele que consegue, a pouco e pouco, aumentar o número das boas ações cotidianas. Não nos esqueçamos de que “sem Caridade não há salvação”.

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            Provérbio árabe: “Aquele que conhece os outros, é sábio; aquele que se conhece a si mesmo é verdadeiramente esclarecido. O que pode vencer os outros é forte, mas quem consegue vencer a si mesmo é muito mais possante.”


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