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sábado, 16 de janeiro de 2021

Porque me chamastes?

 

Porque me chamastes?

Dr. Paul Edwards (Revista: ‘LIGHT’, Londres, Abril 1903)

Reformador (FEB) Junho 1944

             “Em 1887, quando residia numa cidade da Califórnia, fui chamado para assistir aos últimos momentos de uma senhora de minha amizade, a quem eu muito estimava e que, em consequência de uma tísica pulmonar, se achava em tal extremidade. Sabiam todos que essa pobre e distinta senhora, essa mãe exemplar, estava irremediavelmente condenada a uma morte próxima. Ela acabou por também o saber e quis então preparar-se para o momento extremo.

             “Chamou os filhos para junto do leito e os abraçou um a um, em seguida ao que os despediu. Seu marido se aproximou em último lugar a fim de permutarem o supremo adeus. Achou-a no pleno gozo de suas faculdades intelectuais.

        - “Newton (é o nome do marido) - começou ela por dizer - não chores, porque eu não sofro. A minha alma está preparada e serena. Amei-te aqui na Terra; continuarei ainda a te amar depois da minha partida. Tenciono vir ao pé de ti, se me for possível; não o podendo, velarei do céu por ti e por meus filhos, até que venham reunir-se a mim. Agora; o meu mais vivo desejo é ir-me embora. Estou vendo muitas sombras que se movem em torno de nós, todas vestidas de branco. Ouço uma deliciosa melodia .. ' Oh! Cá está a minha Sadie, perto de mim, e sabe perfeitamente quem sou eu! "(Sadie era uma filhinha que ela perdera, havia dez anos). Sissy - disse-lhe o marido - minha Sissy, não vês que estás sonhando? - Ah! meu querido, replicou a doente, porque me chamaste? Agora me custará mais o ir-me embora. Sentia-me tão feliz no além; era tão belo, tão delicioso!" Após uns três minutos, acrescentou: “Novamente me vou e desta vez não voltarei, ainda mesmo que me chames”.

             “Durou esta cena oito minutos. Via-se bem que a agonizante fruía a visão perfeita e simultânea dos dois mundos, pois que falava das figuras do outro lado, que em torno dela se moviam, e dirigia ao mesmo tempo a palavra aos que aqui ainda se encontravam. Nunca me sucedeu assistir a um trespasse tão solene e impressivo" .



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