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segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Sigamos adiante

 

Sigamos adiante

por Djalma Farias   Reformador (FEB) Agosto 1947

             Há, de pouco mais de meio século a esta data (estávamos em 1947...) , um movimento auspicioso para fazer o homem voltar àquela primitiva concepção da igreja Cristã, da época do Cristo e de seus apóstolos, em que o Cristianismo puro, sem dogmas, sem inovações, sem instituições puramente humanas, era pregado a toda a criatura para iluminar lhe o destino e encaminha-la à perfeição espiritual, que era, naquele tempo, o supremo objetivo da doutrina incipiente, segundo a sábia recomendação do Cristo, quando nos ensinava:

             “Sede perfeitos como o vosso Pai Celestial”.

             É evidente esse feliz desejo de todos recordarem aqueles velhos ensinamentos de Jesus, tão simples e puros, tão belos e humanos, aqueles ensinamentos que na alvorada do século III começaram a sofrer a influência comprometedora das inovações perigosas dos homens.

            Têm, por isso mesmo, muita razão os Espíritos que ditaram a “Revelação da Revelação”, compilada por J. B. Roustaing, quando nos disseram, no Volume II, pág. 367, tradução de Guillon Ribeiro, referindo-se à Igreja do Cristo, o seguinte, que reproduzimos como ilustração utilíssima de nossa crônica de hoje:

             - “A Igreja que os homens instituíram era humana e, portanto, agiu humanamente quando, atendendo às suas necessidades, fez se curvassem as frontes dos que lhe podiam criar embaraços, dominou a matéria por meio de leis materiais e obstou ao desenvolvimento das inteligências, Que, do contrário, um dia compreenderiam que ela se transviara. A falta da Igreja não consistiu em haver usado de seu poder material numa época em que os homens precisavam de freios e em que só ela se achava nas condições de lhos impor. Qual então a sua falta? A falta da Igreja consistiu na sua inércia, no seu espírito estacionário e mesmo retrógrado.

            “Os séculos passaram trazendo cada um o seu contingente de civilização, de progresso, de luz.

            “Só a Igreja se obstina em manter sobre os homens o véu com que lhes cobre as inteligências; só ela persiste em perpetuar a infância da humanidade quando esta, em plena virilidade, se debate por lhe fugir aos entraves. Esforço vão o dela; a seu malgrado o homem usará da sua inteligência. E quantos, impelidos pela inteligência a que ela não quis amoldar-se, a repudiaram, considerando-a demasiado velha para lhes satisfazer às aspirações da alma! Uns chamaram em seu auxílio o nada; outros esperaram, por não saberem nem negar nem crer. Aproxima-se, porém, a hora da libertação. As faixas vão cair e o espírito humano, regenerado, esclarecido, esquecerá todos os maracás que a Igreja oferece à infância: armar-se-á francamente com as armas do Cristo e entrará na Iiça.”


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