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domingo, 28 de julho de 2013

Pedro e a Igreja do Cristo (a palavra de Mateus)

Pedro
e a Igreja
de Cristo

16,13 Chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos. “ -No dizer do povo, quem sou Eu?”
16,14 Responderam: Uns dizem que és João Batista; outros Elias; outros Jeremias ou um dos profetas.
16,15 E perguntou-lhes Jesus: “ -E vós? Quem dizeis que Eu sou?
16,16 Simão Pedro respondeu: - Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo!        
16,17 Jesus, então, lhe disse: “ -Feliz  és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isto, mas Meu Pai que está nos céus
16,18  e Eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e os poderes do mal jamais poderão dominá-la. 
16,19 Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu, e tudo o que desligares  na terra será desligado no céu”


           Para Mt (16,15) -Quem dizeis que Eu sou? - buscamos “Pão Nosso”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Nas discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e cientistas dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões puramente intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.

            Esses amigos, porém, não tiveram contato com a alma do Evangelho, não superaram os círculos acadêmicos e nem arriscam títulos convencionais, numa excursão desapaixonada através da revelação divina; naturalmente, portanto, continuarão enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo temor que lhes são peculiares ao transitório modo de ser, até que se lhes renove a experiência nas estradas da vida imperecível.

            Entretanto, na intimidade dos aprendizes sinceros e fiéis, a pergunta de Jesus reveste-se de singular importância.

            Cada um de nós deve possuir opiniões próprias relativamente à sabedoria e à misericórdia com que temos sido agraciados.

            Palestras vãs, acerca do Cristo, enquadram bem apenas a espíritos desarvorados no caminho da vida.

             A nós outros, porém, compete o testemunho da intimidade com o Senhor, porque somos usufrutuários diretos de sua infinita bondade. Meditemos e renovemos aspirações em seu Evangelho de Amor, compreendendo a impropriedade de mútuas interpelações, com respeito ao Mestre, porque a interrogação sublime vem dEle, a cada um de nós e todos necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo em nossas tarefas de cada dia.        

             
          Para Mt (16,18) -Sobre esta pedra edificarei a minha igreja.. - leiamos a “Roma e o Evangelho”(FEB) , de D. José Amigó y Pellícer que, em um dos apêndices ao final do livro nos apresenta reprodução de discurso pronunciado pelo bispo Strossmayer  no Concílio de 1870 (o que concedeu aos papas a famigerada infalibilidade). Desse discurso (inesquecível!) extraímos o pequeno trecho a seguir:

            “Entre os doutores da antiguidade cristã, Santo Agostinho ocupa um dos primeiros lugares, pela sua sabedoria e pela sua santidade. Escutai como ele se expressa sobre a primeira epístola de S. João:

            Edificarei a minha Igreja sobre esta pedra, significa claramente que é sobre a fé de Pedro.

            -No seu tratado 124, sobre o mesmo São João, encontra-se esta significativa frase: Sobre esta rocha, que acabais de confessar, edificarei a minha Igreja; e a rocha era o próprio Cristo, filho de Deus.

            Tanto esse grande e santo bispo não acreditava que a Igreja fosse edificada sobre Pedro, que disse em seu sermão nº 13:

            - Tu és Pedro, e sobre essa rocha ou pedra que me confessaste, que reconheceste, dizendo: Tu és o Cristo, o filho de Deus vivo, edificarei a minha Igreja, sobre mim mesmo; pois sou o filho de Deus vivo. Edificarei sobre mim mesmo, e não sobre ti.

            Haverá coisa mais clara e positiva?

            Deveis saber que essa compreensão de Sto. Agostinho, sobre tão importante ponto do Evangelho, era a opinião corrente do mundo cristão naqueles tempos. Estou certo de que não me contestareis.

            Assim é que, resumindo, vos direi:

1º       Que Jesus deu aos apóstolos o mesmo poder que deu a Pedro.

2º       Que os apóstolos nunca reconheceram em S. Pedro a qualidade de vigário do Cristo e infalível doutor da Igreja.

3º       Que o mesmo Pedro nunca pensou em ser papa, nem fez coisa alguma como papa.

4º       Que, os concílios dos quatro primeiros séculos nunca deram, nem reconheceram o poder e a jurisdição que os bispos de Roma queriam ter.
5º       Que os Santos Padres, na famosa passagem: - Tu és Pedro, e sobre essa pedra (a confissão de Pedro) edificarei a minha Igreja - nunca entenderam que a Igreja estava edificada sobre Pedro (super petrum), e sim sobre a rocha (super petram), isto é: sobre a confissão de fé do Apóstolo!
             Concluo, pois, com a História, a razão, a lógica, o bom senso e a consciência do verdadeiro cristão, que Jesus não deu supremacia alguma a Pedro, e que os bispos de Roma só se constituíram soberanos da Igreja, confiscando, um por um, todos os direitos do episcopado! (Vozes de todos os lados: Silêncio, insolente, silêncio! silêncio!) 

            Não sou insolente! Não, mil vezes não!

            Contestai a História, se ousais fazê-lo; mas ficai certos de que não a destruireis!

            Se avancei alguma inverdade, ensinai-me isso com a História, à qual me prometo fazer a mais honrosa apologia. Mas compreendei que eu não disse tudo quanto quero e posso dizer. Ainda que a fogueira me aguardasse lá fora, eu não me calarei!”

            

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