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domingo, 7 de julho de 2013

26. 'Revelação dos Papas' - João Crisóstomo


26a

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918


João Crisóstomo (S.)

O médium vê apenas uma luz branca, circundado de fachos verdes e solferinos.
Distingue depois o formato da cabeça do espírito e, por último, consegue ver um homem de cabelos brancos,
meio calvo, com barba não muito rente.  O seu aspecto luminoso é deslumbrante.

____________________


            Sou um humilde e obscuro servo do Senhor, por isso não venho a Terra dar, mas para esmolar, pedir e suplicar.

         Venho entre os homens para lhes pedir a esmola da sua atenção e da sua benevolência para as minhas singelas e humildes palavras. Venho implorar a condescendência e a tolerância dos meus irmãos para a ligeira divagação que vou fazer sobre as condições tristíssimas em que  se acha a humanidade. Venho suplicar da vossa bondade e amor a graça de ouvir a palavra de João, que volta ao mundo para prosseguir nas suas prédicas, interrompidas por alguns instantes em que se conserva separado de vós.

          Ao vosso lado está o mais humilde e pequenino servo do Senhor, a mais insignificante de todas as almas que erram no infinito, o mais obscuro de todos os espíritos que vivem na eternidade. Sois visitado neste momento por um dos mais infinitos mensageiros do Senhor, por Ele enviado a Terra para proclamar entre vós a verdade espírita e anunciar-vos a vitória definitiva dessa doutrina de amor e tolerância, que, dentro em breve, se propagará por todo o mundo. Sou enviado a Terra para dizer aos homens que a verdade está na doutrina dos espíritos, e que somente poderá gozar o título de sábio, aquele que conhecer as verdades contidas nos Evangelhos de Jesus, explicado em espírito e verdade pelo Espiritismo.

          Voltei hoje a Terra para desobrigar-me de um grande compromisso que assumi perante Deus e Jesus, qual o de cooperar na grande obra da transformação do mundo, ora iniciada sob as vistas do mesmo Jesus, que em pessoa, dirige o movimento regenerador!

          Glória! Glória! Entoamos louvores a Deus e ao Seu filho dileto - o nosso amado Jesus Cristo, por terem concedido aos homens a graça de receberem estes a luz da verdade espírita pela palavra dos grandes eleitos do Senhor que tem baixado ao mundo para semear os sábios e divinos ensinamentos! Gloria! Glória! Exultemos de prazer por ter chegado a hora abençoada da salvação e resgate do planeta que habitais!

          Curvemo-nos diante do nosso Pai e roguemos a Sua proteção misericordiosa neste momento tão cheio de amarguras, dores, martírios, lágrimas, nesta hora em que a morte é a única solução para o problema da vossa salvação e do vosso aperfeiçoamento. Roguemos a Deus nos dê coragem para resistirmos à todas essas calamidades e desgraças que assolam o mundo e as que ainda hão de vir para completar a obra de saneamento moral do planeta. Imploremos a Jesus o conforto da sua divina resignação no martírio e na dor, para podermos também como o amado e querido Mestre, suportar o peso dessa cruz imensa que repousa sobre os ombros da humanidade terrena. Imploremos ao Messias a graça de podermos, como o Salvador do Mundo, subir esse Calvário e ali, no alto, depositar a cruz gigantesca dos nossos pecados e das nossas culpas; que nos de ânimo para, à imitação do Salvador do Mundo, deixarmo-nos crucificar nesse madeiro sinistro, onde redimiremos as nossas culpas.

          Ouçamos, meus irmãos, o que dizem do Alto os espíritos eleitos que neste instante ditam o que devo comunicar-vos:

          A Terra é um mundo atrasado, um planeta de expiações inferiores, o berço de uma humanidade destinada a progredir, a caminhar para Deus e para Jesus; mas os homens cometeram o crime gravíssimo de apagar em toda a parte o nome de Deus e de Jesus, praticando o sacrilégio de negar a sua origem divina e implantar no mundo o materialismo reinante.

          Os homens são hoje infelizes por terem abandonado o caminho traçado pelo Mestre quando veio ao mundo para salvá-lo e conduzi-los à verdadeira felicidade.

          Deus é Pai e o Amor Infinito, por isso dispensa aos homens, apesar da sua obstinação nos erros e nos crimes, o grande favor de enviar à Terra os Seus filhos diletos para consolá-los no momento aflitivo que atravessam.

          O mundo caminha em desacordo com a moral de Jesus, em antagonismo com os ensinamentos do Evangelho, marcha em sentido oposto aquele que devia ser caminhado. A vida no planeta tem sido apenas uma série infinita de erros, crimes, violências, profanações, infâmias, sacrilégios e depredações; tudo quanto se tem feito, edificado, construído, arquitetado na superfície da Terra, nada mais vale, pois são de tal ordem os erros e os defeitos de que se acham eivadas essas construções, que a sua demolição é medida que se impõe pronta e urgentemente.

          Nada mais podeis esperar do que aí foi dito pelos homens; nada mais resta para a criatura senão a tristíssima recordação de todo esse precioso tempo perdido, sacrificado inutilmente, sem proveito algum de ordem moral e espiritual.

          Nada deveis esperar - dizem-me lá do Alto - dessa civilização de misérias, desse progresso de humilhações e baixezas, dessa sociedade sem moral e sem Deus, onde são praticados tantos crimes e tantas violações das leis naturais, tantas infrações da Justiça Divina; onde não há proteção nem agasalho para os fracos e os humildes, onde somente a força domina, governa, mantém a estabilidade e o equilíbrio. Nada mais podeis esperar desse mundo, onde Deus foi substituído pela ambição e pelo egoísmo feroz, onde Jesus não é mais o exemplo vivo do amor e da humildade!

          Nada mais - continuam dizendo de Cima - deveis esperar de uma humanidade que se entregou aos prazeres e às sensações carnais - única fonte de gozo e felicidade para os espíritos embotados, perversos, reincidentes nos crimes e depravações morais. Nada mais deveis contar, aguardar nesse mundo, onde as misérias e podridões morais infeccionam as almas boas, os espíritos puros, ingênuos e inocentes.

          Tudo quanto existe aí é falso, indecoroso, imundo, capaz de envenenar a alma mais pura, a consciência mais sã que venha habitar esse antro, essa pocilga infecta, essa nojenta Sodoma em que foi transformada a Terra.

          Não vos enganeis a vós mesmos - acrescentam vozes divinas que ouço nesse momento - porque os tempos são chegados, a hora da prestação de contas soou já; o dia da salvação e do resgate vai raiar para esse mundo.

          As vossas faltas são grandes, os vossos delitos gravíssimos, os vosso crimes monstruosos, as vossas ações, vis. São ridículos o vosso orgulho e a vaidade de saber, desregradas as vossas ambições de glória e domínio, intoleráveis as vossas aspirações de substituir Deus pela nossa ciência. Jesus pelo vosso orgulho e amor próprio. São infinitas as dívidas que tendes de pagar, os compromissos que assumistes perante Deus e em face de Nosso Senhor Jesus Cristo.

          Sois loucos, insensatos, imprudentes e ilógicos; pensais em sacrificar a verdade aos vossos interesses egoísticos, as vossas indignas e descabidas ambições. Não tendes fé, nem amor, nem crença, nem confiança em Deus e em Jesus; viveis a vida dos inúteis, dos libertinos e dos devassos, sem vos preocupardes com o futuro espiritual, com o dia de amanhã, na eternidade!

          Tendes muitas culpas a redimir, muitos pecados a expurgar, muitos crimes a reparar. São muitas as ofensas e os insultos dirigidos a Deus e pelos quais tendes que responder, inúmeros os atentados pelos quais haveis de ser condenados e punidos pelas leis divinas, tantas vezes infringidas por vós outros, aí na Terra.

          Sois de todas as humanidades do vosso sistema a mais criminosa neste momento, é o vosso planeta o único que se acha conflagrado, inundado de sangue, juncado de cadáveres, e onde os homens se devoram como feras, se destroem como canibais, matam-se uns aos outros, em nome da ambição e do orgulho que arrastaram o vosso mundo para a desgraça e a miséria. Sois, presentemente, a única das humanidades iluminadas pelo mesmo sol - centro do vosso sistema planetário - que se acha divorciado de Deus, que não tem fé nem confiança na infinita misericórdia do Criador; é o vosso planeta o único que contém no seu seio o materialismo e a incredulidade.

          Todos os mundos que vos cercam, girando dentro do vosso sistema, estão encaminhados, adquiriram já a noção exata do seu papel na vida universal e tem consciência da sua condição moral no espaço infinito; são mundos onde ninguém duvida que Deus exista, bem como a alma que sabem se desencarna, para sucessivamente reencarnar-se e assim realizar certo progresso, que lhe dará acesso em outros mundos superiores. Somente o homem terreno ignora estas coisas e se obstina em negar a existência de Deus e de Jesus; supõe que a vida material é a única, não tem ainda noção do encadeamento das existências através dos mundos formando esse elo dourado que liga todas as esferas celestes e estabelecem entre elas solidariedade, relação e dependência, que dão unidade absoluta à obra admirável do Criador! Portanto, nesse sistema, a humanidade terrena é a mais presunçosa, por alimentar imoderada pretensão de tudo saber e explicar; tudo quanto se sabe na Terra é em comparação com os conhecimentos dos habitantes de outros mundos do mesmo sistema.

          Essa humanidade tem que pagar todos os seus crimes, todas as faltas cometidas, suportando grandes dores, derramando sangue, sofrendo a humilhação de ser retirada e substituída por outra melhor, mais adiantada, chamada por Deus para ir ativar o progresso humano, dar nova ordem às coisas desse mundo, uma outra organização social, mais de acordo com as leis de Deus e do Seu filho Jesus.

          Sofrem os homens todos os ultrajes e humilhações por eles mesmos criados, o merecido e justo castigo por se haverem afastado do caminho de Deus.

          Os espíritos que se tem comunicado convosco, enviados por Deus para anunciar a verdade, já disseram o suficiente para orientar-vos no caminho do bem e da virtude, e, nesse caso, não faço senão confirmar o que já vos foi dito pelos meus antecessores relativamente às causas que motivaram toda essa desgraça que assoberba o planeta na hora presente.


26b

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918


João Crisóstomo (S.)

           Sou do número dos que voltarão à Terra para auxiliar o progresso humano, para colaborar no início da Era Nova. Tomarei de novo o invólucro material para viver entre vós e aí propagar as grandes e únicas verdades sublimes pelos espíritos ensinadas aos homens, que as tem repudiado, escarnecendo e zombando da bondade infinita e do infinito amor de Deus. Voltarei, pois, entre vós e serei novamente o obscuro servo do Senhor; viverei uma vida de amor e humildade; darei os exemplos de que tanto careceis receber; trabalharei pelo bem, pela paz, pela ordem, pela moral, pela verdade, pela justiça, por Deus e por Jesus.

          Serei pequeno, como fui outrora; nada terei, nada possuirei, nada acumularei na Terra, nada guardarei aí; tudo darei, repartirei e espalharei entre os homens. Serei sempre pobre, terei somente como única riqueza - legado precioso do meu Pai Celestial, que conservarei durante essa nova vida terrena - a luz que me envolve e será no mundo a minha espada, a minha arma de combate, a minha força, a minha grandeza, o meu escudo e a minha fé. Nada trarei para a Terra; nada me acompanhará durante a clausura, a não ser essa luz - a fé, sol que Deus acendeu na minha alma e com o qual alumiarei o caminho dos meus irmãos; nada transportarei a não ser essa claridade, com que iluminarei o meu despertar no seio da humanidade terrena.

          Serei, pois, outro na forma e no aspecto, mas na essência encontrareis sempre João Crisóstomo de outros tempos, com a mesma humildade, a mesma energia, o mesmo amor e a mesma confiança em Deus e em Jesus.

          Voltarei à Terra - anuncio-vos, meus queridos e amados irmãos; voltarei a viver entre vós, e comigo muitos outros espíritos virão também, encaminhar-vos, ensinar-vos, colaborando na transformação e salvação do vosso planeta.

          Vou partir, vou, por ordem superior, de novo deixar o mundo dos espíritos, para suportar as agruras da vida material e grosseira do vosso.

          Não podeis imaginar a alegria que me invadiu a alma ao receber a notícia da minha escolha para ser um dos enviados do Senhor entre vós, neste momento em que tanto precisais de conforto e amparo, de luz e de justiça, de verdade e amor; e o dia em que a minha alma despertar presa aos laços da matéria, que vai revestir o meu espírito, será de indizível felicidade para mim!

          Como sou feliz, meus amigos! Como sou ditoso! Como Deus é grande e misericordioso! Como o nosso Pai é carinhoso!  Que felicidade, que alegria esta de poder ainda sofrer pelos meus irmãos, de encontrar ocasião para sacrificar-me pelos semelhantes!

          Que extraordinária delicia a de voltar a este mundo para aqui viver humildemente, tendo, talvez, de curtir dores, suportar dias amargurados, a fome, o frio, a sede, a miséria e a morte, e tudo em benefício de um planeta inteiro, para resgate de uma humanidade!..

          Quanto é doce antever desde já tão salutar sacrifício, que farei abnegadamente, prelibar essas amarguras, antegozar essas dores, desfrutar antecipadamente os martírios e os sofrimentos pelos quais terei eu que passar!

          Quanta felicidade! Que suave ventura a minha! Gratas e sorridentes esperanças embalam neste momento o meu espírito! Como sou feliz! Como Deus é grande e misericordioso! Como sou venturoso! Como sois também felizes!

          Bendito seja Jesus. Nosso Senhor!

          Glória! Glória a Deus e paz entre os homens!

          Adeus, meus irmãos. Até breve.

João Crisóstomo (S.)
                                              
Maio de 1916

Informações Complementares
           
            Foi teólogo e escritor cristão, arcebispo de Constantinopla no fim do século IV e início do século V. Sua deposição em 404 produziu uma crise entre a Santa Sé e a Sé Patriarcal. Pela sua inflamada retórica, ficou conhecido como Crisóstomo (que em grego significa “boca de ouro”). Fonte: Wikipedia

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