Obsedado,
Cego e Mudo
12,22 Apresentaram-lhe, depois, um obsedado, cego e
mudo. Jesus o curou de tal modo que este falava e via.
12,23 A
multidão, admirada, dizia: -Não será este o Filho de Davi?
12,24
Mas, ouvindo isto, os fariseus responderam: -É em nome de espíritos das
trevas que Ele os expulsa.
12,25 Jesus, penetrando nos seus pensamentos,
disse: “-Todo reino dividido contra si mesmo será destruído. Toda cidade, toda
casa dividida contra si mesma não pode subsistir.
12,26 Se
um espírito das trevas afasta outro espírito das trevas, estava dividindo
contra si mesmo. Como, pois, subsistirá seu
reino?
12,27 E,
se Eu afasto os obsessores em nome do mal. por quem é que os vossos filhos o
afastam?
12.28 Mas,
se é pelo espírito de Deus que eu afasto os obsessores, então, chegou para vós
o reino de Deus.
12,29 Como pode alguém penetrar na casa de um
homem forte e roubar-lhe os bens sem ter primeiro amarrado este homem forte?
Só, então, pode roubar sua casa.
2,30 Quem não está comigo, está contra mim e
quem não ajunta comigo, espalha”
Para Mt(12,22-30) - Obsedado, Cego e Mudo, lemos, em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão:
“Aquele homem, tido como “possesso do demônio”, estava
subjugado por um espírito mau que, combinando com os dele os fluidos do seu
perispírito e lançando-lhe, sobre os órgãos da visão e da audição, fluidos
apropriados a esse efeito, paralisara aqueles órgãos. Jesus o curou pela ação da sua vontade potentíssima, afastando o
obsessor.
A subjugação que
ele sofria era, como todas, em geral, uma expiação. Seu espírito expiava graves
abusos da palavra, anteriormente praticados, e o não ter sabido aproveitar-se
da luz que lhe fora concedida. A multidão, maravilhada com o fato, inquiria: Porventura,
é este o filho de Davi? É que predito fora que o maior dos
profetas descenderia da linhagem de Davi.
As palavras que
dirigiu aos escribas e fariseus, bem como as que a seu respeito proferiram os
que eram considerados seus parentes, tinham um alcance tanto espírita quanto
evangélico, isto é, foram ditas como ensino para aquele momento e como lição a
frutificar na época atual, da nova revelação. As épocas, conforme o sabemos, se
ligam umas as outras e, quanto mais nos adiantarmos, tanto melhor compreendemos
a ligação que existe entre o aparecimento de Jesus na Terra e a presente manifestação dos espíritos.”
“Belzebu, Satanás, Príncipe dos Demônios
são expressões figuradas de que Jesus
usava, para se fazer compreendido e escutado. Designavam e designam os
Espíritos maus que, tendo falido, perseveram, endurecidos, na senda do mal, a
praticarem-no contra os homens.
Os filhos daqueles que o acusavam de obrar por
Belzebu e aos quais o Mestre se referia, dizendo que seriam
juízes dos seus acusadores, eram os que, entre os Hebreus, seguiam de coração a
lei de Moisés, tendo em vista servir a Deus,
os quais, já um tanto purificados e colocados acima de seus pais, conseguiam,
algumas vezes, por meio da prece e da perseverança, afastar os Espíritos
malfazejos que se manifestavam pela obsessão e pela subjugação.
Os homens de
então, como os de hoje, os Escribas e os Fariseus de agora, como os daquele
tempo, negam tudo o que não compreendem e condenam o que os incomoda, ou que
lhes fere o orgulho. Jesus era
acusado pelos seus contemporâneos de obrar por influência demoníaca. É precisamente o que diz o sacerdócio
romano, diante dos fatos espíritas. A resposta, porém, deve ser a mesma que
Jesus dava aos seus injuriadores: “Nenhum
reino que se divide contra si mesmo pode subsistir.””
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