A Árvore
e os Frutos
12,31 “ Por isso, Eu vos digo: Todo pecado, toda
blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra os santos
espíritos não lhes será perdoada
12,32 Todo aquele que tiver falado contra o Filho,
será perdoado. Se, porém, falar contra os santos espíritos, não alcançará
perdão nem neste século, nem no século vindouro.
12,33 Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto é
bom, ou dizeis que é má e seu fruto mau; porque
é pelo fruto que se conhece a
árvore.
12,34
Raça de víboras, maus que sois, como podeis dizer boas coisas? Porque a boca
fala do que lhe transborda do coração.
12,35 O homem de bem tira boas coisas de seu
bom tesouro. O mau, porém, tira coisas más de seu mau tesouro.
12,36 Eu vos digo: Os homens prestarão contas
de toda palavra ímpia que tiverem proferido.
12,37 É
por tuas palavras que serás justificado ou condenado.”
Para Mt (12,31-37) -A Árvore e os Frutos, lemos, em “Elucidações Evangélicas”, de Antônio Luiz Sayão:
“A fim de aprendermos o pensamento do Mestre através da linguagem de que
Ele usava, precisamos despojar da letra o espírito, para o que mister se faz
compreendamos bem o sentido verdadeiro destas palavras suas ditas especialmente
aos que são chamados a receber a revelação nova: “O espírito é que vivifica; as palavras que vos digo são espírito e
vida.”
“Para
boa compreensão de
Mt (12,31) -Blasfêmia contra os santos espíritos-
devemos lembrar-nos de que o Espírito Santo, no entender dos
Judeus, era o próprio Deus, ou a inteligência mesma de Deus. Referindo-se,
pois, à blasfêmia contra o espírito santo, Jesus se referia à blasfêmia
contra Deus. Segue-se daí que, quando dizia que só a blasfêmia contra o
espírito santo nunca seria perdoada aos homens, ao passo que considerava passível
de perdão a blasfêmia contra o filho do homem, Jesus claramente mostrava a
diferença que há entre Ele, não obstante sua essência preciosa, a sua origem e
a sua posição espíritas, e o Senhor onipotente; patenteava a sua inferioridade
com relação a Este.
A blasfêmia consiste em negar a Deus, em
acusar de injustiça ou erro Àquele que é todo amor, ciência e justiça, que é a
verdade absoluta. Que crime se pode a este comparar?
Quanto ao pretender-se
que, por haver dito que o que blasfema contra o Espírito Santo não terá perdão
na eternidade, será réu de eterno delito, o divino Mestre haja formulado uma
ameaça de penas eternas, nenhum fundamento há para semelhante dedução. Para os
hebreus, de acordo com seus preconceitos, tradições e escrituras, os termos “eternidade”, “eterno”, “eternamente”,
apresentam dois sentidos, podiam ser tomados em duas acepções diversas: um
sentido absoluto, quando se referiam a Deus: um sentido relativo, quando empregados
com referência aos homens, caso em que indicavam uma duração imensa, mas, por
maior que fosse, limitada, condicionada a ter fim.”
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