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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ou Reencarnação ou o Caos


Ou Reencarnação ou o Caos
I.G.B.    (Ismael Gomes Braga)

Reformador (FEB) Fevereiro 1959

            Vendo a sociedade humana com suas tremendas desigualdades, injustiças, confusão, lutas, incompreensão, pavores, maldade, e os indivíduos nascidos para os mais variados destinos: este para a cegueira de nascença, aquele, surdo-mudo, outro, débil mental, muitos criminosos natos e alguns santos espontâneos; muitos incapazes de aprender o simples alfabeto e outros geniais, com ciência infusa, destinados a guiar as massas; muitos sem energia para viver, mas alguns com a energia de arrastar multidões para o mal ou para o bem; mulheres que nascem para a degradação mais triste e outras que trazem a santidade no coração desde o berço; vendo tudo isso, o Marxismo, com seu determinismo econômico e materialismo histórico, cria uma filosofia que tudo atribui à sociedade como causadora de todos os males. Mas uma multidão imensa de casos não se enquadra em seu leito de Procusto: há os males de nascença e independentes de qualquer situação social; a estupidez que surge em meios inteligentes e o gênio que aparece em meios obscuros; jovens brilhantes que morrem na adolescência, e velhos infelizes que vivem noventa anos; seres desesperados que se lançam aos abismos do suicídio, e pessoas pacientes que se sentem felizes em todas as situações; os otimistas sempre alegres e os pessimistas que tudo envenenam; o desconfiado que vê o mal por toda a parte e o simples que só vê o bem em tudo; o crente incondicional e o descrente e sofredor; o que a tudo odeia e outro que ama a todas as coisas.

            Nenhuma filosofia materialista ou espiritualista pode explicar a vida humana sem recorrer a um longo passado preparatório do presente do indivíduo e da sociedade, sem recorrer a um carma coletivo e a outro individual, ambos pre formados, como produtos de outras vidas em outras sociedades.

            Quando a teologia católica e a protestante negam a reencarnação e a sábia lei do carma, cometem a mais tremenda blasfêmia, atribuindo a Deus os nossos defeitos, nossos males, nossas desgraças, nossa ignorância; afirma com essa negação que Deus é o responsável pelo caos reinante na vida humana de todos os tempos; que Ele é o culpado de nascerem homens com tendência irresistível para o mal, previamente condenados, a todos os sofrimentos de seu inferno mental de ódios, ciúmes, invejas, cobiça, volúpia e desespero, quando poderia tê-los feito inteligentes, amorosos, crentes, piedosos, esperançosos e felizes.

            Todo esse caos, porém, torna-se natural e até justo ao compreendermos que somos Espíritos inferiores e estamos num mundo de expiações e de provas, reencarnados de conformidade com as qualidades e conhecimentos, bons e maus, que já conquistamos em longo passado. Este caos é uma penitenciária, mas a população é evolutiva, porque a penitenciária é também escola. Há alunos menos atrasados, felizmente, que nos ajudam com seus exemplos, e até mestres caridosos que descem até nós para nos esclarecerem.

            Lendo o magnífico livro “As Mesas Girantes e o Espiritismo”, impressiona-nos a inépcia humana que despreza orgulhosamente a Revelação salvadora que Deus lhe envia.

            As mesas girantes foram epidemia durante três anos, mas começaram a falar de coisas muito sérias e foram desprezadas e esquecidas. A Terceira Revelação começou na cabana de John Fox, assim como a segunda se iniciou numa manjedoura, e a primeira numa cesta de vime lançada ao Nilo.

            A parte pensante da Humanidade, a parte capaz de compreender a Terceira Revelação, ainda é ínfima minoria. Temos que esperar séculos e talvez milênios para que estes alunos progridam, os criminosos cumpram suas penas, e uns e outros venham a aceitar e viver a Terceira Revelação.


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