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quinta-feira, 20 de junho de 2013

15a. 'Revelação dos Papas' - Elias (João Batista)



 15ª

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo –


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918

Elias, o servo

Apresenta-se ao médium uma cabeça de homem. 
Tem cabelos louros, avermelhados, caídos em cachos,
barba e bigode da mesma cor; o rosto é redondo e a pele clara. 
Esta cabeça está envolvida em luz branca,
circundada de outra verde e de raios e fechos da mesma cor
e envolvida em grandes focos de azul pavão,
macio, dando a sensação de veludo. O efeito é deslumbrante.
O espírito toma diversas posições, 
para que a vidente possa vê-lo minuciosamente.
      
_____________

          Neste momento, quando parti para a Terra, recebi, daquele que é infinito amor e a infinita sabedoria, ordem para dizer-vos todas as verdades que precisais conhecer; venho, assim, falar-vos em nome de Deus e do seu filho – o bendito e imaculado Jesus, venho consolar-vos em meio das aflições em que vos achais.

          Vim ao mundo para anunciar-vos grandes acontecimentos, enormes transformações, grandes lutas, atrozes sofrimentos, imensas delícias, inúmeras alegorias, infinita doçura, incalculáveis benefícios, copiosos bens, infinita e incomensurável gloria!

          Quem vos fala agora é aquele Elias – o velho humilde – que outrora, na Terra, foi arauto da verdade e do bem, aquele que do mundo se retirou para ele voltar transformado, transfigurado noutro mensageiro, também da verdade e do amor. Quem está na vossa presença é aquele que já se deixou imolar por amor da verdade e de Deus, é o mesmo que vai à Terra e voltou ao céu para receber ordens, para repousar das fadigas e de novo tornar ao mundo, para semear a verdade em nome de Deus. Está, pois, entre vós um velho companheiro e não um desconhecido, um estrangeiro. Está junto de vós um irmão que também já partilhou das vossas dores e tomou parte nos vossos sofrimentos materiais; que suportou, como vós outros, as vicissitudes da vida terrena, carregou sobre os ombros o fardo pesadíssimo da matéria, padeceu as mesmas dores que padeceis, derramou as mesmas lágrimas que derramais e verteu o mesmo sangue que verteis neste momento grandioso da história do vosso planeta.

          Quem se dirige aos homens, na agonia em que se acham, é o espírito de um dos antigos companheiros de provações na superfície do mundo que habitais, e tem, por isso, o dever de falar-vos com a intimidade do amigo e do irmão; a sua linguagem, portanto, neste dia grandioso e feliz para ele e para vós, será clara, sincera e franca, ele conversará com os seus irmãos com aquela franqueza e jovialidade dos velhos amigos que, após longa separação, se encontram de novo na vida. Serei um pouco longo, mas a minha conversa não vos enfadara, porque, será ilustrada com fatos e provas, que apresentarei para apoiar as minhas conclusões.

          Não vos aborrecerá conversar com o velho amigo, porque ele não veio à Terra somente para vos censurar ou apresentar os dissabores e amarguras que vos ameaçam ainda. Ele vem, ao mesmo tempo, consolar, anunciar belos dias; vem trazer mil esperanças, cada qual mais risonha, mais dourada, mais brilhante; vem dar-vos o que possui em luz e amor; vem repartir o que dispõe em brandura e humildade; vem proclamar o que sabe, o que via, o que está vendo; vem suavizar as vossas ânsias com o balsamo da sua palavra doce e humilde, com os ensinamentos bebidos na Eterna Fonte; vem tranquilizar vos com a sua presença, animar-vos, instruir-vos, orientar-vos, conduzir-vos ao bem, acompanhar-vos no grande transe por que passais nesta hora tristíssima mas luminosa, cheia de esperanças e promessas, rica de ensinamentos, de sábias e proveitosas lições, úteis e valiosos exemplos, grandes e fecundos conselhos, santas e benditas desilusões.

          Vem Elias à Terra para dizer-vos alguma coisa mais do que esperáveis que ele dissesse; aparece entre os homens o humilde servo para cientificá-los do que jamais imaginaram conhecer aqui na superfície desse atrasadíssimo planeta.

          Venho, meus amigos dizer-vos a verdade mais sublime que jamais ouvireis soar aos vossos ouvidos, se não tivésseis no alto um Pai infinitamente misericordioso, um Deus infinitamente bom. A verdade ou as verdades que vos venho trazer são puras, santas, divinas e eternas, são aquelas verdades que nunca sofreram contraditas, são de todos os tempos, de todos os séculos, de toda a eternidade.

          Não vos escandalizeis, porém, se alguma vez tais verdades, saídas da minha boca, se transformarem em espada, de gume afiadíssimo, para ferir-vos; não vos melindreis por isso, porque a minha intenção é a mesma do cirurgião que corta as vossas carnes, dilacera os vossos tecidos, amputa os vosso membros, não pelo prazer de vos fazer sofrer, mas para extirpar o cancro que corrói a vossa carne, ameaçando a vossa vida. Não vos assusteis se ouvirdes dos meus lábios verdades que vos queimem como brasas, vos escaldem como as chamas, porque a minha intenção é a do médico que aplica o ferro incandescido, não para fazer gemer e chorar o enfermo, mas para cauterizar lhe a chaga que ameaça propagar-se lhe pelo corpo inteiro e, assim, leva-lo ao túmulo. Não vos surpreendeis se alguma vez a minha palavra se transformar em faísca elétrica que vos fulmine, porque a minha intenção não é matar, fulmina ou destruir, ao contrário, é apenas abalar, acordar, sacudir, despertar quem dorme o pior e o mais condenável dos sonos – o sono da indiferença. Não vos amedrontais se a minha palavra se assemelhar ao ruído do trovão; não vos inquieteis, porque o meu escopo não é assustar-vos e sim obrigar-vos a erguer a cabeça para o alto, fitar o céu, olhar para o infinito, procurando de onde parte o rumor que vos assusta.

          Ficai, assim, inteirados dos meus intuitos e procurai escutar-me, porque muito tenho que vos dizer, muito tenho que vos contar, muito tenho que proclamar, pedir, ensinar, doutrinar e encaminhar, muito tenho que chorar, lamentar e amaldiçoar; muito tenho que perdoar e proclamar; muito tenho que amar! Ouvi! Eu vos direi primeiro o que fizestes de mau e de bom; depois direi o que deveis fazer de bem, o que deveis amar e o que deveis repudiar.

          O mundo, meus amigos e companheiros de Elias, seguiu rumo diverso do que fora traçado pelos próceres da civilização humana. Deus havia escolhido esta humanidade para ser uma das mais adiantadas no grupo dos planetas do vosso sistema; os homens porém, abusaram da liberdade que Deus lhes concedeu e buscaram um novo caminho, traçaram, eles mesmos, uma rota, pela qual seguiram, sem cogitar do rumo que iam levando através dos séculos.

-continua-




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