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terça-feira, 25 de junho de 2013

10. 'Rimas do Além Túmulo' - A Nova Crença



10
‘Rimas do Além Túmulo’
Versos Mediúnicos de
 Guerra Junqueiro

Grupo Espírita Roustaing
Belém do Pará 1929

Casa Editora Guajarina


A Nova Crença

Cercado pela auréola da ciência,
brandamente surgiu
um astro de ideal resplandecência
que entre as brumas luziu...

Depois, uma Luz, calma e refulgente,
para a Terra descia,
mandada pelo Deus Onipotente,
Luz mais clara que o dia.

Nas páginas do livro do Destino
da pobre Humanidade
Jesus tinha gravado um doce hino
de Amor e de Verdade.

E quando as religiões, atônitas, tremeram
cheias de raiva e espanto,

os vultos de Platão e Sócrates se ergueram
radiantes num canto...

Traziam na cabeça os louros sedutores
da fronte dos heróis,
e vinham do Infinito, heroicos pregadores!
circundados de sois.

E, enquanto a Humanidade, estática, bebia
a pura irradiação,
um monstro, encarquilhado, aterrador, se erguia
das cavernas do chão.

E bradou, a tremer assustadoramente,
para os Gênios do Bem:

Eu sou do Mal a trágica serpente
que não teme ninguém!

Nas eras recuadas, chafurdei-me no lamaçal imundo;
das sombras do Passado levantei-me,
desafiando o mundo.
Porém, ergueu-se um Ser divino e puro
que assim se expressou:
Tu és o Mal? Eu sou o Bem - te juro
sou mais forte. E cantou,
em voz celeste, uma canção maviosa.
(toda a Terra tremeu)
que assim dizia, enquanto, esplendorosa,
se elevava p'ra o Céu:

Eu sou o Espiritismo, a Crença, a Luz,
da Verdade o clarão!
Eu sou o Prometido por Jesus,
a Justiça, o Perdão...

E era tal a pura suavidade
dessa voz, tal dulçor,
que o monstro hórrido e impuro da Maldade,
estrugindo de horror,
buscou esconderijo na cratera
de um medonho vulcão,
onde, aos borbotões, só o Mal impera,
lamaçal, podridão...

E pode, então, a pobre Humanidade,
sofredora, aliás,
ouvir a voz do ESPIRITO- VERDADE. 

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