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quinta-feira, 13 de junho de 2013

11a. 'Revelação dos Papas' - S. Bernardo



 11a

‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo -


Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918


Bernardo (S.)

O espírito apresentava-se sob o aspecto de um homem moço, rosto liso,
tendo na cabeça um barrete escuro. O médium não pode distinguir o vestuário do espírito,
devido à grande irradiação luminosa que o circunda.
A luz é prateada e guarnecida de focos azuis e verde.
O azul é desmaiado e o verde muito vivo, brilhante.


___________________

        
             Meus amigos, o espírito que está aqui na vossa presença foi, quando esteve no mundo, considerado sábio e eloquente, filósofo e pensador. Hoje, porém, aparece na superfície da Terra - para se confessar perante Deus e os homens que o vão ouvir - ignorante e cego ante a sublimidades da verdadeira e pura doutrina de Jesus, que ora vem proclamar aqui diante de vós.

          Bernardo, meus irmãos, está ainda perplexo, maravilhado em presença das sublimes verdades que se tem revelado aos seus olhos, ainda empenhados pelos falsos conhecimentos de outrora. O seu espírito se conturba ao completar as belezas incomparáveis dos ensinamentos de Jesus, contidos nas páginas do seu Evangelho explicado em espírito e verdade pelo Espiritismo. Bernardo tem, ainda hoje, grande ansiedade de aprender a interpretar esse sublime código que Jesus ditou aos seus discípulos e por eles vazado nas páginas do assombroso livro que é, neste momento, fonte de luz jorrando sobre a humanidade, guiando-a no caminho da salvação.

          Deus, meus amigos, enviou Bernardo à superfície da Terra para que vos conte as suas dúvidas e as suas incertezas ao deixar a matéria, após ter sido no mundo pregador das verdades que no seu tempo eram consideradas absolutas e eternas.

          O espírito do vosso irmão Bernardo vai contar-vos como se encontrou embaraçado naquela hora, como foram para ele dolorosos e cruéis os primeiros momentos na eternidade, onde entrou convicto de que iria encontrar tudo quanto ensinara na Terra, tudo quanto acreditara ser verdade incontestável e infalível. Vem o espírito do vosso irmão narrar vos a suas dolorosas visões, os seus terríveis sonhos, os seus tétricos e lúgubres pensamentos, quando viu o erro e a falsidade dos seus conhecimentos com relação à infinita misericórdia de Deus.

           Bernardo quer vos fazer sentir o horror que se apoderou do seu espírito, no momento em que reconheceu a inutilidade da doutrina que pregara no mundo, dos ensinamentos que dera aos seus irmãos na Terra, e, bem assim a aflição que invadiu a sua alma, ao contemplar a verdadeira luz, aquela que lhe iluminou a consciência quando, abatido, humilhado perante Deus e Jesus, exclamou:

          Senhor! Porque me deixaste tanto tempo nas trevas da ignorância; porque, meu amado Jesus, só agora tocaste os meus olhos com os raios dessa inconfundível verdade?

          Aqui estou, Senhor; lança-me nas trevas eternas, para que sofra eternamente pelo mal que fiz aos meus irmãos, ensinando-lhes o que era falso, pregando na Terra o que hoje repudio aqui, na tua presença e diante do teu Pai! Lança, Senhor, sobre o teu filho Bernardo as tuas maldições e os teus anátemas, fulmina-o com as chamas do inferno, condenando-o à morte eterna! Ah! Meu Deus! Ah! meu querido e amado Jesus, bem sabes como sofro, como padeço neste momento, quanto me pesa a consciência, quanto o meu espírito se sente abalado na tua presença, aos olhos do teu Pai!

          Eu chorava copiosamente quando ouvi uma voz meiga, muito doce, pronunciar estas consoladoras palavras: “Não te condenarei, não te lançarei no inferno - que só existe na tua imaginação, no teu espírito, ainda fraco e atormentado pelas recordações da vida material”.

          “Eu te perdoarei, dar-te-ei a paz e a felicidade que concedo aqueles que, embora trilhando falso caminho, praticam atos de humildade, proclamando o que reputam verdade absoluta, aos que amam ao próximo, aos que mentem apenas por falta de uma luz que lhes mostre a verdade pura, como a contemplas agora. És meus filho, sou teu pai, aproxima-te, pois, de quem te ama e que, se te deixou sofrer até agora, foi porque deseja muito e muito o teu progresso e adiantamento espiritual”.

          “És meu filho, Bernardo, e eu te perdoarei; deixarei cair sobre a tua cabeça a luz da minha misericórdia, para que possas prosseguir nos teus estudos pelo infinito além, a fim de te preparares para um dia voltar à Terra e lá, tu mesmo, com as tuas próprias mãos, apagares o que escreveste sem a luz que ora te concedo.

          “Ergue-te, meu filho, e caminha. Estarei sempre contigo. O fogo não te queimará, porque não há fogo onde a água cristalina da fé jorra em abundância”

         “Não temas a minha justiça, pois não exijo de meus filhos senão o que me podem dar; não tremas de horror ao completar o mal que fizeste, apontando-me cruel, vingativo, desumano e injusto, semeando falsas noções acerca da misericórdia do teu Pai”.

          “Não morrerás eternamente, porque não quero que filho meu algum pereça para sempre; a todos perdoarei, a todos darei a paz, concederei a mesma luz que deixo cair sobre a tua cabeça neste momento.”

         “Eu sou a justiça, a verdade, a luz e o amor; sou o Pai, sou a doçura, o bem, a razão, o princípio e o fim de tudo que te rodeia”.

          Não odeio, não castigo, não fulmino, não mato, não condeno, nem lanço os meus filhos nos braseiros do inferno, que existe tão somente nas suas próprias consciências, quando as sombras do remorso cavam ali fundo e insondável abismo.”

          “Tudo quanto afirmaste, Bernardo, sobre a sabedoria e bondade do teu Pai, é injusto e falso, absurdo e incoerente, mas nem por isso te abandonarei. Não costumo desprezar os meus filhos, ainda mesmo os mais pérfidos e criminosos; não repudio nem esqueço os meus filhos, por maiores que sejam as suas imperfeições e os seus erros e crimes: o meu amor atinge a todos, na minha misericórdia há lugar para todos os meus filhos, desde o mais criminoso e perverso ao mais santo e puro; a todos consolo, a todos ilumino, a todos perdoo, a todos amo infinitamente”.

          “Tudo quanto disseste aos teus irmãos sobre esta vida em que te achas agora não tem fundamento; por isso, um dia, tu mesmo irás dizer-lhes o contrário; tu mesmo, com a tua boca, proclamarás esta verdade que hoje brilha e resplandece diante de ti. Serás tu mesmo o instrumento de que me servirei para ensinar aos homens, divulgar as verdade eternas que eles precisam conhecer na Terra.

          Serás portador da minha palavra aos meus filhos, o escolhido para transportar à Terra os ensinamentos que mandarei espalhar, na hora suprema em que o planeta onde habitaste chegar ao termo da sua fase material, quando estiver prestes a entrar na ordem dos mundos de provações superiores”.

          “Eu te perdoo, Bernardo, eu te abençoo, meu filho; toma lá esta réstia de luz e vai-te e espera; chamar-te-ei quando precisar de ti”.

          “Vai e leva a minha estima e a minha confiança”.



-continua-

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