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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Espiritismo



            “O Espiritismo é uma doutrina dinâmica, na qual, mantendo-se o núcleo central, comprovadamente genuíno e maciçamente irremovível como a substância da Verdade, cada um tem sua liberdade de pensar e deve faze-lo, para que não vire tudo um corpo dogmático, cristalizado e imóvel, como já tem acontecido com as religiões do passado.         O mesmo se dá com a doutrina do Cristo. Há nela um núcleo de verdade eterna, que, por mais que se queira; não se deforma, e os dogmas que montaram, em torno dessa doutrina, não suportaram o teste do tempo. Isso porque os filósofos do cristianismo eclesiástico cometeram o engano de achar que deviam fornecer as ideias já inteiramente mastigadas e digeridas ao povo. Infelizmente, por outro lado, muitos de nós sofremos de certa "preguicite" mental e parece cômodo não ter de pensar. É muito mais fácil receber as ideias já arrumadinhas e pensadas, mas nada há de mais pernicioso para o desenvolvimento do espírito. 

           Devemos pensar com a nossa cabeça e não com a dos teólogos ou a dos articulistas que lemos. Por isso, procuro dar a estes modestos trabalhos o tom de uma conversa despretensiosa com o leitor, para que ele também se sinta encorajado a pensar, mesmo a discordar do que afirmo. Entendo ser este o meio de prevenir a eclosão de dogmas no seio do nosso movimento. Além do mais, nas suas origens gregas a palavra dogma não significa uma declaração de princípios que a gente deve aceitar cegamente, mas simplesmente opinião. Não é à toa que o Espiritismo, segundo o entendemos, não deseja culto organizado, nem sacerdócio - essa fórmula já fracassou no passado inúmeras vezes: O leitor certamente sabe disto melhor do que eu, mas sempre é bom repisar, porque todos nós às vezes descuidamos um pouco e escorregamos na "comodidade" de deixar que os outros pensem por nós. E, quando "acordamos", já estamos acorrentados.”

Trecho de um artigo sob título ‘Lendo e Comentando’
publicado em Reformador (FEB) Julho 1964
           


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