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sexta-feira, 1 de julho de 2011

É preciso nascer de novo...


Jesus E Nicodemos /   Vidas sucessivas              
                     
         3,1 Havia um homem entre os fariseus, chamado Nicodemos, membro do Sinédrio. 3,2  Este foi ter com Jesus, de noite, e disse-Lhe: -Rabí,, sabemos que és Mestre vindo de Deus. Ninguém pode fazer essas curas que fazes, se Deus não estiver com Ele! 3,3 Jesus replicou-lhe: “ -Em verdade, em verdade vos digo, quem não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus!” 3,4 Nicodemos perguntou-Lhe: -Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer uma segunda vez?  3,5 “-Em verdade, em verdade vos digo”,  respondeu Jesus, “Quem não renascer da água e do espírito não poderá entrar no reino de Deus. 3,6 O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é Espírito” 3,7 Não te maravilhes de te haver dito: ‘Necessário vos é nascer de novo! 3,8 O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes donde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do   Espírito.” 3,9 Replicou Nicodemos: - Como se pode fazer isso?

                Para  Jo (3,3), -Nascer de Novo - leiamos “Fonte Viva”, de Emmanuel:

            “A própria Natureza apresenta preciosas lições, nesse particular. Sucedem-se os anos com matemática precisão, mas os dias são sempre novos. Dispondo, assim, de trezentos e sessenta e cinco ocasiões de aprendizado e recomeço, anualmente, quantas oportunidades de renovação moral encontrará a criatura, no abençoado período de uma existência?

            Conserva do passado o que for bom e justo, belo e nobre, mas não guardes do pretérito os detritos e as sombras, ainda mesmo quando mascarados de encantador revestimento.

            Faze por ti mesmo, nos domínios da tua iniciativa pela aplicação da fraternidade real, o trabalho que a tua negligência atirará fatalmente sobre os ombros de teus benfeitores e amigos espirituais.  
       
            Cada hora que surge pode ser portadora de reajustamento.

            Se é possível, não deixes para depois os laços de amor e paz que podes criar agora, em substituição às pesadas algemas do desafeto.

            Não é fácil quebrar antigos preceitos do mundo ou desenovelar o coração, a favor daqueles que nos ferem. Entretanto, o melhor antídoto contra os tóxicos da aversão é a nossa boa vontade, a benefício daqueles que nos odeiam ou que ainda não nos compreendem.

            Enquanto nos demoramos na fortaleza defensiva, o adversário cogita de enriquecer as munições, mas se descemos à praça, desassombrados e serenos, mostrando novas disposições na luta, a idéia de acordo substitui, dentro de nós e em torno de nossos passos, a escura fermentação da guerra.

            Alguém te magoa? Reinicia o esforço da boa compreensão.    Alguém te não entende? Persevera em demonstrar os intentos mais nobres. Deixa-te reviver, cada dia, na corrente cristalina e incessante do bem.

            Não    olvides    a   assertiva    do   Mestre:

“-Aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus.”

            Renasce agora em teus propósitos, deliberações e atitudes, trabalhando para superar os obstáculos que te cercam e alcançando a antecipação da vitória sobre ti mesmo, no tempo...

            Mais vale auxiliar, ainda hoje, que ser auxiliado amanhã.”

            Para  Jo (3,6) -O que é nascido de carne é carne - atentemos ao “Livro da Esperança”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Atingindo o Plano Espiritual, depois da morte, sentimentos indefiníveis nos senhoreiam o coração. Nos recessos do espírito, rebentam mágoas e júbilos, poemas de ventura e gritos de aflição, cânticos de louvor pontilhados de fel e brados de esperanças que se calam, de súbito, no gelo do sofrimento...

            Rimos e choramos, livres e presos, triunfantes e derrotados, felizes e desditosos...

            Bênçãos de alegria, que nos clareiam pequeninas vitórias alcançadas, desaparecem, de pronto, no fundo tenebroso das quedas que nos marcaram a vida.

            Suspiramos pela ascensão sublime, sedentos de comunhão com as entidades heróicas que nos induzem aos galardões fulgentes dos cimos, todavia, trazemos o desencanto das aves cativas e mutiladas.

            Ao invés de asas, carregamos grilhões, na penosa condição de almas doentes...

            Na concha da saudade, ouvimos as melodias que irrompem das vanguardas de luz, entretecidas na glória dos bem-aventurados, no entanto, austeras admoestações nos chegam da Terra pelo sem-fio da consciência...

            Nas faixas do mundo somos requisitados pelas obrigações não cumpridas.

            Erros e deserções clamam, dentro de nós, pedindo reparos justos...

            Longe das esferas superiores que ainda não merecemos e distanciados das regiões positivamente inferiores em que nossas modestas aquisições evolutivas encontraram início, concede-nos, então, a Providência Divina, o refúgio do lar, entre as sombras da Terra e as rutilâncias do Céu, por instituto de tratamento, em que se nos efetive a necessária restauração.

            É assim que reencarnados em nova armadura física, reencontramos perseguidores e adversários, credores e cúmplices do pretérito, na forma de parentes e companheiros para o resgate de velhas contas.
            Nesse cadinho esfervilhante de responsabilidades e inquietações, afetos renovados nos chamam ao reconforto, enquanto que aversões redivivas nos pedem esquecimentos...

            À vista disso, no mundo, por mais atormentado nos seja o ninho familiar, abracemos nele a escola bendita do reajuste, onde temporariamente exercemos o ofício de redenção. Conquanto crucificados em suplícios anônimos, atados a postes de sacrifício ou semi asfixiados no pranto desconhecido das grandes humilhações, saibamos sustentar-lhe a estrutura moral, entendendo e servindo, mesmo à custa de lágrimas, porque é no lar, esteja ele dependurado na crista de arranha-céus, ou na choça tosca de zinco, que as leis da vida nos oferecem, as ferramentas de amor e da dor para a construção e reconstrução do próprio destino entregando-nos, de berço em berço, ao carinho de Deus que verte inefável, pelo colo das mães.”

        Para  Jo (3,7), -Jesus e Nicodemos, Vidas Sucessivas - tomemos “Caminho, Verdade e  Vida”, de Emmanuel, por Chico Xavier:
           
            “A palavra de Jesus a Nicodemos foi suficientemente clara. Desviá-la para interpretações descabidas pode ser compreensível no sacerdócio organizado, atento às injunções da luta humana, mas nunca nos espíritos amantes da verdade legítima.

            A reencarnação é lei universal. Sem ela, a existência terrena representaria turbilhão de desordem e injustiça; à luz de seus esclarecimentos, entendemos todos os fenômenos dolorosos do caminho.

            O homem ainda não percebeu toda a extensão da misericórdia divina, nos processos de resgate e reajustamento.

            Entre os homens, o criminoso é enviado a penas cruéis, seja pela condenação à morte ou aos sofrimentos prolongados. A Providência, todavia, corrige, amando... Não encaminha os réus a prisões infectas e úmidas. Determina somente que os comparsas de dramas nefastos troquem a vestimenta humana, de modo a se redimirem, uns à frente dos outros.

            Para a Sabedoria Magnânima nem sempre  o que errou é um celerado, como nem sempre a vítima é pura e sincera. Deus não vê apenas a maldade que surge à superfície do escândalo; conhece o mecanismo sombrio de todas as circunstâncias que provocaram um crime.

            O algoz integral como a vítima integral são desconhecidos do homem; o Pai, contudo, identifica as necessidades de seus filhos e reúne-os, periodicamente, pelos laços de sangue ou na rede dos compromissos  edificantes, a fim de que aprendam a lei do amor, entre as dificuldades e as dores do destino, com a bênção de temporário esquecimento.”

Jesus E Nicodemos            

        3,10 Disse Jesus: “ -És doutor e ignorais estas coisas! 3,11 Em verdade, em verdade vos digo, digo o que sei e dou testemunho do que vi, mas vocês não aceitam o Meu testemunho. 3,12 Se vos tenho falado das coisas terrenas e não me credes, como crereis se vos falar das celestiais? 3,13 Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu - o Filho. 3,14 Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim deve ser levantado o Filho! 3,15 Para que todo  homem  que  nele crer tenha a vida. 3,16 Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele  que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna,  3,17  pois Deus não enviou o Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele, 3,18  quem Nele crê, não é condenado; mas, quem não crê já está condenado, porque não crê no Filho de Deus. 3,19  ora, este é o julgamento: A luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz; pois as suas obras eram más. 3,20  porquanto, todo aquele que faz o mal, odeia a luz e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas, 3,21 Mas, aquele que pratica a verdade vem para  a luz. Torna-se, assim, claro que as suas obras são feitas em Deus.”

        Tomemos “O Evangelho...”,  de Kardec,   em  seu Cap. IV:
           
            “...o Pensamento que João Batista era Elias e que os profetas poderiam reviver sobre a Terra, se encontra em muitas passagens dos Evangelhos...”
            “Se essa crença tivesse sido um erro, Jesus não teria deixado de combatê-la, como combateu tantas outras; longe disso, Ele a sancionou com toda a sua autoridade, e a colocou como princípio e como condição necessária quando disse: É PRECISO que nasçais de novo.
            “Segundo crença antiga, a água tornara-se o símbolo da natureza material, como o Espírito era o da natureza inteligente. Estas palavras: “Se o homem não renasce da água e do Espírito, ou em água e em Espírito”, significam, pois: “Se o homem não renasce com seu corpo e sua alma.”  Nesse sentido é que foram compreendidas no princípio.”         
                “O que é nascido de carne é carne indica claramente que só o corpo procede do corpo, e que o Espírito é independente do corpo.”
            O Espírito sopra onde quer; ouvis sua voz, mas não sabeis nem de onde ele vem, nem para onde ele vai, pode se entender como o Espírito de Deus, que dá vida a quem Ele quer, ou a alma do homem; nesta última acepção, “vós não sabeis de onde ele vem, nem para onde ele vai” significa que não se conhece o que ele foi, nem o que o Espírito será. Se o Espírito, ou alma, fosse criado ao mesmo tempo que o corpo, saber-se-ía de onde veio, uma vez que se conheceria seu começo. Como quer que seja, essa passagem é a consagração do princípio da preexistência da alma e, por conseguinte, da pluralidade das existências.”

            Para Jo (3,16) -Deus amou o mundo... - tomemos “Palavras de Vida Eterna”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Não amaldiçoes o mundo que te acolhe. Nele encontras a Bênção Divina, envolvente e incessante, nas bênçãos que te rodeiam.

            O regaço materno... O refúgio do corpo... O calor do berço... O conforto do lar... O privilégio da oração... O apoio do alfabeto... A luz do conhecimento... A alegria do trabalho... A riqueza da experiência... O amparo das afeições...

            Do mundo recebes o pão que te alimenta e o fio que te veste. No mundo respiraram os heróis de teu ideal, os santos de tua fé, os apóstolos de tua inspiração e as inteligências que te traçaram roteiro.

            O Criador não no-lo ofertou por exílio ou prisão, mas por escola regenerativa e abrigo santo, qual divino jardim a pleno céu, esmaltado de sol, durante o dia, e envolvido de estrelas, durante a noite.

            Se algo existe que o tisna de lágrimas e empesta de inquietação, é a dor de nossos erros...

            Não te faças, assim, causa do mal no mundo, que, em todas as expressões essenciais, consubstancia o Bem Maior em si mesmo.

            Lembra-te de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”


            Emmanuel retorna  a  Jo (3,16) -Deus amou o mundo de tal maneira... - em seu livro 
“ Bênção de Paz ”:

            “Ninguém conseguiria manter a ordem sem a justiça, mas ninguém constrói a paz sem amor.

            Não se negará merecimento à colônia penal que reúne os doentes de espírito, como não se recusa apreço ao hospital que congrega os doentes da corpo; mas assim como na instituição de saúde somente o desvelo do amor é capaz de assegurar o preciso êxito às instruções da medicina, nos estabelecimentos de regeneração apenas o trabalho do amor garante a recuperação da lei que traça disposições para o equilíbrio social.  

            Muitos falarão de esforço corretivo perante os erros do mundo; não lhes desconsiderarás as razões quando justas, todavia, precedendo quaisquer medidas de coerção referir-te-ás ao amor que restaura. Muitos apontarão os perigos resultantes das deficiências do próximo; não lhes desrespeitarás a argumentação, quando sincera, mas antes de tudo providenciarás  a obtenção de remédio que as reduza. Assim deve ser, de vez que, por enquanto, na Terra, para legiões de acusadores, diante das vítimas do mal, existem raros advogados para o socorro do bem.

            Ama sempre. E quando estiveres a ponto de descrer do poder do amor, lembra-te do Cristo; o Senhor sabia que o mundo de seu tempo estava repleto de espíritos endividados perante a Lei, que Ele não poderia invalidar os arestos da Justiça para o reajustamento dos culpados, compreendia que as criaturas hipnotizadas pelo vício não lhe dariam atenção, que deveria contar com a hostilidade daqueles mesmos a quem se propunha beneficiar, permanecia convicto de que o extremo sacrifício lhe seria o coroamento da obra; entretanto, consubstanciando em si mesmo o infinito amor que Deus consagra à Humanidade, veio ao mundo, mesmo assim.” 




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