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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Tais quais somos

 


Tais quais somos

Emmanuel por Chico Xavier

Reformador (FEB) Fevereiro 1963

             Declaras-te no sadio propósito de buscar evolução e aprimoramento, luz e alegria; entretanto, em várias ocasiões, estacas, recusando a estação de experiência e resgate em que ainda te vês.

            Deitas aflitivo olhar para fora e frequentemente cobiças, sem perceber, as condições de amigos determinados, perdendo valioso tempo em descabidas lamentações.

 *

             “Se eu contasse com mais saúde...” - alegas em tom amargo.       

            Em corpos enfermos, todavia, há Espíritos que entesouram paciência e coragem, fortaleza e bom ânimo, levantando o padrão moral de comunidades inteiras.

            “Se eu conseguisse um diploma distinto...” - afirmas com menosprezo a ti próprio.

            Não te é lícito desconhecer, porém, que o dever retamente cumprido é certificado dos mais nobres, descerrando-te caminho a conquistas superiores.

            “Se eu tivesse dinheiro...” - reclamas, triste.

            Mas esqueces-te de que é possível socorrer o doente e abençoar o próximo, sem acessórios amoedados.

            “Se eu possuísse mais cultura...” - asseveras, mostrando verbo desapontado.

            E não te aplicas ao esmero de lembrar que nunca existiram sábios e autoridades, sem começos laboriosos e sem ásperas disciplinas.

            “Se eu alcançasse companheiros melhores...” - dizes, subestimando o próprio valor.

            Entretanto, o esposo transviado e a esposa difícil, os filhos-problemas e os parentes complicados, os colaboradores insipientes e os amigos incompletos são motivos preciosos do teu apostolado individual, na abnegação e no entendimento, para que te eleves de nível, ante a Vida Maior"

            Errados ou inibidos, deficientes ou ignorantes, rebeldes ou faltosos, é necessário aceitar a nós mesmos, tais quais somos, sem acalentar ilusões a nosso respeito, mas conscientes de que a nossa recuperação, melhoria, educação e utilidade no bem dos semelhantes, na sustentação do bem de nós mesmos, podem principiar, desde hoje, se nós quisermos, porquanto é da Lei que a nossa vontade, intimamente livre, disponha de ensejos para renovar o destino, todos os dias.

            Ensinou-nos Jesus que o Reino de Deus está dentro de nós.

            Fujamos, pois, de invejar os instrumentos de trabalho e progresso que brilham na responsabilidade dos outros. Para superar as dificuldades e empeços (obstáculos) de nossos próprios limites, basta abrir o coração ao amor e aproveitar os recursos que nos enriquecem as mãos.


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