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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Companheiros mudos

 

Companheiros mudos

Emmanuel por Chico Xavier     Reformador (FEB) Março 1963

 

            Com excelentes razões, mobilizas os talentos da palavra, a cada instante, permutando impressões com os outros.

            Selecionas os melhores conceitos para os ouvidos de assembleias atentas.

            Aconselhas o bem, plasmando terminologia adequada para a exaltação da virtude.

            Estudas Filologia e Gramática no culto à linguagem nobre.

            Encontras a frase exata, no momento certo, em que externas determinado ponto de vista.

            Sabes manejar o apontamento edificante, em família.

            Lecionas disciplinas diversas.

            Debates problemas sociais.

            Analisas os sucessos diários.  

            Questionas serviços públicos,

            Indiscutivelmente, o verbo é luz da vida, de que o próprio Jesus se valeu para legar-nos o Evangelho Renovador.

            Entretanto, nesta nota simples, vimos rogar-te apoio e consolação para aqueles companheiros a quem a nossa destreza vocabular não consegue servir em sentido direto.

            Comparecem, às centenas, aqui e ali...

            Jazem famintos e não comentam a carência de pão.

            Amargam dolorosa nudez e não reclamam contra o frio.

            Experimentam agoniadas depressões morais, sem pedirem qualquer reconforto à ideia religiosa.

            Sofrem prolongados suplícios orgânicos, incapazes de recorrer voluntariamente ao amparo da Medicina.

            Pensa neles e, de coração enternecido, quanto puderes, oferece-lhes algo de teu amor, através da peça de roupa ou da xícara de leite, da poção medicamentosa ou do minuto de atenção e carinho, porque esses companheiros mudos e expectantes que nos rodeiam são as criancinhas necessitadas e padecentes que não podem falar.


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