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domingo, 16 de julho de 2017

No princípio era o Verbo


No princípio era o Verbo
por Vinícius (Pedro de Camargo)
Reformador, Dezembro de 1942

Mateus, reportando-se à individualidade do divino Enviado, tratou de sua genealogia terrena, partindo de Abraão, em ordem descendente, até José contando 42 gerações. 

Lucas refere-se às particularidades que rodearam o seu nascimento em Belém de Judá, num estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura.

Marcos apresenta o Mestre já em contato com o Batista, iniciando sua missão exemplificadora.

João deixa de parte tudo quanto se liga à forma material com que o Messias se apresenta no cenário humano, para considerar o seu Espírito isto é, o "ser" propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades psíquica dizendo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".

Verbo é a palavra por excelência visto que enuncia a ação. Jesus é o Verbo paradigma por onde todos os verbos serão conjugados. É o modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o destino de toda a infinita criação, "Ninguém vai ao Pai senão por mim", "Aos que crerem em seu nome, deu Ele o direito de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne ou do homem, mas sim de Deus".

Como Ele, todos nós, no princípio, éramos o Verbo. A fonte única da vida é Deus. "N'Ele vivemos, nos movemos e existimos, porque d'Ele somos linhagem". A vida manifesta-se através da forma que encerra a luz. "Nele, Jesus, está a vida e a vida é a luz do mundo". No homem está a vida, em seu Espirito brilha a luz. "Somos de ontem e ignoramos". "Sei donde vim e para onde vou; vós, porém, não sabeis". Antes que tivéssemos consciência do que somos, já éramos, A alma é imortal, porque é eterna. O "cogito, ergo sum" (eu penso, logo existo) não constitui o início, mas, apenas, um dos marcos da evolução.

Assim como a criança é objeto de cuidados e desvelos antes de possuir noção de sua existência, antes mesmo de nascer, assim os seres já estão contidos no pensamento de Deus desde toda a eternidade. "Vede as aves do céu que não semeiam nem ceifam; que não têm despensa nem celeiros; no entanto, o vosso Pai celestial as alimenta". "Vede os lírios do campo, que não fiam nem tecem; nada obstante, vestem-se com mais pompa que os áulicos de Salomão".

Não haveria evolução, se não houvesse previamente involução. O que sobe da Terra é o que desceu do céu. O Criador e a criação coexistem, são eternos. "O Pai sempre agiu, nunca cessa de agir". Tudo é solidário no Universo: sóis, planetas e seres. O geocentrismo e o antropocentrismo são nuvens que obscurecem os horizontes da verdade sobre a origem do homem e dos mundos.

A vida, na Terra, começou em certa substância gelatinosa que se encontra no seio do oceano. "Produzam as águas repteis em alma vivente e aves que voem sobre a terra. Criados, pois, foram os grandes peixes e todos os animais que têm vida e movimento, os quais foram produzidos pelas águas, cada um segundo suas espécies, e todas as aves segundo o seu gênero".

Donde procederia essa alma vivente que, saindo das profundezas do mar, povoou o globo terráqueo de todos os seres que o habitam, da monera (O reino monera é formado por bactérias, cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres muito simples), ao homem? Geração espontânea? Essa hipótese não figura mais no cartaz por destituída de critério e de bom senso em apreço. João Evangelista responde ao quesito, numa linguagem transcendente, mas, simples, como simples é toda verdade: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".


Até hoje, vinte séculos decorridos, a ciência não disse mais nem melhor.

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