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sexta-feira, 24 de julho de 2020

O Livro dos Espíritos e a Física Moderna - Os Espíritos confirmam a Verdade -






“0 Livro dos Espíritos" e a Física Moderna
- Os Espíritos confirmam a Verdade - (*)
por Sérgio Thiesen
Reformador (FEB) Agosto 1999


(*) Trabalho apresentado como Tema Livre
no 2º Congresso Espírita Mundial, em Lisboa, outubro de 1998.


            “As ideias religiosas, longe de perderem alguma coisa, se engrandecem, caminhando de par com a Ciência.” (Allan Kardec, “0 Livro dos Espíritos”. cap lll. pág. 73, ed. FEB).

            “Se lhe demonstrarem que está em erro acerca de um ponto, ela se modificará nesse ponto." (Idem, "Obras Póstumas", pág. 350, ed. FEB.)
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            Objetivos: Comparar algumas respostas dos Espíritos a Allan Kardec, contidas em "O Livro dos Espíritos", sobre aqueles temas que foram objeto de estudo e desenvolvimento da Ciência, a partir da própria Codificação até os dias atuais, pela Física, chamada Moderna. Demonstrar que os Espírito anteciparam em pelo menos um século a compreensão de certos fenômenos da Natureza, testificando seu caráter revelatório até para aspectos secundários.

            Introdução: Quando surgiu no mundo a Doutrina Espírita, em abril de 1857, os homens estavam recebendo do plano superiores da vida universal a mais sólida e definitiva fonte de ensinamentos fundamental sobre sua realidade, sua essência, seu destino. Allan Kardec era educador, pesquisador e amante da Ciência e viveu em meio a matemáticos, astrônomos, botânicos e físicos que fizeram a Ciência de seu tempo.

            Os Espíritos que participaram da Codificação trouxeram revelações que se configuraram nos postulados espíritas, a base da Doutrina. E usaram os termos, as analogias, as comparações e o conhecimento da Humanidade de então para poder levá-la a um outro nível de compreensão do mundo e das coisas e facilitar-lhe a evolução.

            Em 1868, com a publicação de “A Gênese”, completava-se O Pentateuco Kardequiano. A partir daí, o Espiritismo se consolidou como Doutrina e espalhou-se pelo mundo, notadamente na própria Europa e a seguir no Brasil e nas Américas. Os Espíritos continuaram seu trabalho de revelação progressiva em que descortinaram novas ideias sobre a realidade espiritual, a complementarem aquelas da Codificação, especialmente através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, no Brasil. E o Espiritismo atravessou o século XX e distende suas luzes a todos os continentes, com vistas ao porvir.

            E foi neste mesmo período de tempo que a Ciência mais progrediu, mais avançou, na busca incessante do homem de conhecer a Natureza, perscrutando-a com instrumentos cada vez mais sensíveis, revelando suas características e descrevendo as leis que regem os mais diversos fenômenos, estabelecendo novas fronteiras de conhecimento, além dos referenciais até então conhecidos, além do espaço cartesiano e do tempo convencional.

            Desenvolvimento: Na pergunta número 22 de “O Livro dos Espíritos”, temos Kardec: “Define-se geralmente a matéria como sendo - o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos (...). Resposta: (...) "Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria.”

            As leis clássicas da Física não podiam explicar certos resultados experimentais da chamada radiação de corpo negro, e em 14 de dezembro de 1900 Max Planck publica um artigo sobre quantização da energia, que equaciona o problema e abre uma verdadeira revolução na Física: nasce a Física Quântica e com ela a Física Moderna. A Física Clássica passou a ser um caso particular da Física Quântica, para explicar os fenômenos com dimensões tais que impressionam os sentidos humanos enquanto que aqueles de dimensões pequenas, que são a base de todo o Universo, só podiam ser entendidos a partir da ideia da quantização. E a compreensão do Universo que temos hoje se assenta no mundo quântico. E a matéria que impressiona os nossos sentidos é apenas uma parte do que hoje se conhece do mundo em que vivemos.

            A teoria atômica de Dalton já era conhecida. Mas a estrutura do átomo só começou a ser desvendada no final do século XIX com a descoberta do elétron e continuou no início do século XX com o trabalho de Rutherford e Chadwick e a evidência do próton e do nêutron. O século XX foi também marcado pela descoberta das chamadas partículas elementares, de tal maneira que a matéria é hoje entendida como formada por Quarks (que por sua vez compõem os bárions e mésons) e Léptons (elétrons e neutrinos).

            A antimatéria, que também é matéria, é outra importantíssima descoberta do último século. Ela introduziu a noção prevista matematicamente e comprovada de que as partículas elementares (constituintes da matéria) possuem seu análogo de carga inversa, como por exemplo o pósitron, o antineutrino, o antipróton. O conceito de antimatéria surgiu da união entre a mecânica quântica e a relatividade especial por Dirac, e sua teoria sobre o elétron e sua contraparte antimaterial, o pósitron. Os aceleradores de partículas já demonstraram a criação dos pares elétron-pósitron e seu aniquilamento, confirmando a teoria.

            A matéria escura (dark matter) do Universo é outra noção especial e de recente verificação da Física Teórica. Há evidências crescentes de que uma grande parte da matéria que compõe o Universo não é aquela que as estrelas e as galáxias conhecidas poderiam justificar, somando-se todo o Universo detectável por todos os instrumentos conhecidos, incluindo os mais modernos telescópios e as sondas mais sofisticadas que viajaram a incomensuráveis distâncias. A partir de 50 anos de observações dos movimentos de galáxias e da expansão do Universo, a maioria dos astrônomos acredita que 90% da matéria que constitui o Universo são de objetos ou partículas que não podem ser detectados pelos inúmeros instrumentos que vêm observando, a partir da Terra e do Espaço, o Cosmo. Matéria escura é, pois, matéria. Esta matéria é chamada escura porque não irradia, não oferece nada que seja detectado no espectro eletromagnético, como tudo o mais que já é conhecido. Ou, pelo menos, não irradia na dimensão que habitamos quando encarnados, acrescentaríamos.

            Físicos e astrônomos tentam explicar esta matéria escura. Poderia tratar-se de material comum como estrelas ultrafracas, grandes ou pequenos buracos negros, gás frio ou poeira cósmica espalhada pelo Universo. Mas podem ser partículas “exóticas” que não sabemos como observar ou mundos e estruturas materiais tão sutis e de composição não definidas.

            Tão importante é a matéria escura para o entendimento do tamanho, forma e destino do Universo, que a procura por ela irá dominar a Astronomia pelas próximas décadas.

            Importa notar que, na medida em que a Ciência progride, poderá, através do estudo dos elementos constitutivos materiais do Universo, beirar a realidade do mundo espiritual e por este outro caminho, enfim, alcançar o Espírito imortal e definitivamente incorporar esta Verdade essencial e ingressar na maioridade do conhecimento, libertando-se moralmente, a partir de mudanças em seus valores fundamentais.

            Na pergunta número 27, os Espíritos introduzem a ideia de fluido universal, Incluindo-o, junto com a matéria propriamente dita e o Espírito, como um dos elementos constitutivos. A matéria, sob ponto de vista macroscópico, é dividida em sólidos e fluidos.

            A palavra fluido hoje só é utilizada para substâncias, como os gases, os líquidos e o plasma, que é um gás altamente ionizado e importantíssimo constituinte das estrelas. Fluidos são substâncias que podem escoar. Portanto os Espíritos estavam se referindo a outra coisa, possivelmente energia ou campo que são noções hoje bem definidas. Energia e campo permeiam todo o Universo conhecido. A sugestão de que seria algo distinto decorre da ideia, expressa na mesma resposta, comparando o fluido elétrico e o magnético como modificações do fluido universal. Não se usa mais o termo fluido elétrico desde que se verificou que este não é contínuo e sim granular, sendo a carga elétrica o grânulo fundamental. Esse quantum de carga é tão pequeno que não se manifesta em experiências do cotidiano, assim como não percebemos que o ar que respiramos é composto de átomos. Mas isso só foi conhecido depois de Kardec, que se utilizava das noções de Franklin e de seus contemporâneos. Na mesma resposta é dito que o fluido universal ou primitivo é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.

            Nesse ponto é importante verificarmos que a teoria eletromagnética moderna é que explica essa união dos elementos que constituem a matéria. Esta teoria aborda o campo, a energia e a força elétrica, que descrevem corretamente: a) as forças que ligam os elétrons de um átomo ao seu núcleo; b) as forças que unem os átomos para formar as moléculas, e c) as forças que ligam os átomos e as moléculas entre si para formarem os sólidos e os líquidos.

            Ou seja; a matéria que conhecemos é mantida assim estruturada pela união dos seus constituintes numa configuração estável pelas forças elétricas. E o Universo conhecido para além da fronteira planetárias - as estrelas, as galáxias, os conglomerados galácticos, o meio interestelar e intergaláctico - é permeado deste campo eletromagnético, tanto na faixa das frequências que compõem o espectro visível, como de microondas, raios gama, raios cósmicos, etc.

            Mas, além das forças eletromagnética e da gravidade, o Universo e a Natureza são sustentados por outras duas forças; a de interação fraca (quando da conversão de nêutrons em prótons com emissão de um elétron e um antineutrino, também chamado decaimento bela) e a que vamos comentar a seguir.
           
            No núcleo dos átomos encontramos aquela força atrativa muito intensa que mantém os prótons e os nêutrons unidos e que é chamada de força nuclear ou interação forte.

            Caso essa força não existisse, o núcleo romper-se-ia imediatamente, por causa da forte repulsão elétrica existente entre os prótons. Como todo o Universo material é composto de núcleos, ele não seria como é se esta força não existisse.

            Por exemplo, a constituição básica das estrelas que povoam o Cosmo é de hidrogênio que é o elemento mais primordial e fundamental. No centro das estrelas, onde a temperatura é altíssima, ocorre o processo de fusão termonuclear entre núcleos de hidrogênio (prótons) formando núcleos de hélio (prótons e nêutrons) graças à presença de interações nucleares fortes. E é esse processo o responsável pela energia das estrelas e pela irradiação de energia eletromagnética, a luz que cintila no firmamento, aqui chegando depois de cruzar distâncias imensas. Assim, sem esse tipo de interação forte a estrelas não existiriam... Até agora, conhece-se apenas parcialmente a natureza desta força, a qual se constitui no problema central das atuais pesquisas no campo da Física Nuclear.

            Portanto, a resposta em que os Espíritos abordam aquela característica do fluido universal de manter a matéria sem se dividir faz-nos supor a íntima relação entre a força (ou energia, ou campo) eletromagnético e a forte (nuclear) com esse mesmo fluído. São os próprios Espíritos que afirmam ser o fluido universal de natureza material (grifo nosso) sutil e etérea. E para que possamos continuar estabelecendo estas relações de conhecimento, sobre esta última afirmativa cabe ressaltar que a relação entre matéria e energia é hoje bem compreendida através da teoria da relatividade de Einstein, que foi desenvolvida várias décadas depois da Codificação e que postula a matéria como energia condensada.

            Ainda sobre fluido universal convém colocar a importante questão da teoria da Grande Unificação, quando se busca reunir todos os quatro tipos de força ou interações (eletromagnética, forte, fraca e gravitacional) já descritas na natureza como originadas de uma Única Força ou Interação Fundamental. Existiria, pois, uma única grande força ou campo que deve ser aquilo que eles, os Espíritos desejavam adiantar como sendo, rotulada com o melhor termo da época (no vocabulário humano), o fluido universal. Convém lembrar que quem usou outro termo para aquilo que os Espíritos queriam dizer foi a Ciência, por estudos feitos depois de Kardec. Não há aí qualquer necessidade de adaptação da terminologia daquela época à dos nossos dias, até porque o termo fluido faz parte da história da Ciência e é bem conhecido também dos cientistas e leigos.

            Na pergunta de número 35, Kardec questiona se o espaço universal é infinito ou limitado e o Espíritos respondem que este é infinito... “Isto te confunde a razão, bem o sei” (...) acrescentam. Do telescópio de Monte Palomar, de cinco metros, podem ser observadas cerca de um bilhão de galáxias, algumas situadas tão longe no espaço que a luz que delas contemplamos é a que a expediram em nossa direção antes que a Terra existisse. Um bilhão de galáxias! Se um raio de luz começasse a percorrer a nossa modesta Via-Láctea, deslocando-se com a velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, levaria cem milênios para atravessá-la. Existem aglomerados galácticos com mais de cem galáxias! E só a nossa possui mais de cem bilhões de sóis... Foi neste último século que ficou evidente que vivemos num Universo povoado por um número gigantesco de galáxias, espalhadas pela vastidão do espaço cósmico. Nossa Via-Láctea é apenas uma entre bilhões de outras. Nosso planeta não ocupa uma posição especial no sistema solar, nosso Sol não ocupa uma posição especial em nossa galáxia e esta não ocupa uma posição especial no Universo. O que temos de especial é a sagrada oportunidade de nos maravilharmos com a beleza e profunda harmonia do Cosmo.

            A Cosmologia e a Astrofísica são os ramos da Ciência que não existiam no século de Kardec e que vêm permitindo o esclarecimento destes relevantes aspectos do conhecimento sobre a criação do Universo, sua extensão e características básicas. Numa série de descobertas notáveis na década de 20, o astrônomo americano Edwin Hubble não só mostrou que o Universo é povoado por inúmeras galáxias como a nossa Via-Láctea, como também descobriu algo de importância crucial em Cosmologia, a expansão do Universo. A plasticidade do espaço-tempo, alicerce fundamental da relatividade geral, é maravilhosamente expressa na expansão do Universo. Carregados pela geometria em expansão, os bilhões de galáxia decoram, com sua infinita riqueza de luz e forma, a imensidão e infinitude crescente do espaço. O Universo é uma entidade dinâmica, realizando a dança do devir, da transformação. Em todas as escalas dos componentes mais minúsculos da matéria até o Universo como um todo, movimento e transformação emergem como símbolo da nova visão do mundo, substituindo a visão rígida da Física Clássica.

            A pergunta seguinte é sobre se existe o vácuo absoluto (ou a inexistência de matéria) em alguma parte do Universo e a resposta é negativa. Já se sabe que o espaço interestelar e intergaláctico é preenchido por partículas, como o neutrino, e campo que são detectáveis atualmente ou previstos teoricamente.

            Na pergunta 41 Kardec interroga se um mundo completamente formado pode desaparecer e a matéria que o compõe disseminar-se de novo pelo espaço. “Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.” A Astrofísica considera que os mundos (estrelas) são formados, nascem, envelhecem, contraem-se, “morrem”, explodem e renascem, numa incessante recriação. E sob as vistas paternais de Deus e sob o controle amoroso e potente dos Arcanjos Divinos, diríamos nós.

            Conclusão: O Espiritismo é uma Ciência, que trata de uma ordem diferente de fenômenos, os fenômenos espirituais e de suas implicações morais. Antes de tratar dos temas mais importantes sobre o Espírito imortal e chegar aos postulados espíritas, em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec formulou várias questões sobre os elementos constitutivos do Universo e algumas de suas características. Fazendo uma análise comparativa entre as respostas dadas pelos Espíritos e os avanços da Ciência, especialmente da Física, concluímos que estes anteciparam a Kardec várias verdades que só mais tarde, no decorrer do século seguinte, seriam verificadas pelo desenvolvimento da Ciência humana. Em geral, os Espíritos deixam ao homem os avanços do conhecimento científico pelo seu esforço e mérito. Mas as revelações nos chegam de Cima, a partir da ação dos Espíritos superiores, para que possamos conhecer a realidade, com alguma antecipação, com vistas à marcha mais acelerada do progresso. Isto que ocorreu como temas afeitos à Ciência oficial que se tem dedicado aos aspectos essencialmente materiais da vida e do Universo deverá, passado mais algum tempo, repetir-se quanto às questões espirituais. O ser humano também alcançará seu entendimento sobre a realidade do Espírito, e suas consequências, também pelo esforço da própria Ciência, conquistando a crença definitiva desta realidade, revelada antes pela Doutrina. e estendendo a luz desse conhecimento ainda mais além. Assim como as leis que regem o que conhecemos do Universo até o presente foram estabelecidas ou desvendadas gradativamente pelos cientistas, aquelas que governam a realidade espiritual haverão de ser devidamente esclarecidas. Esta realidade é regida por leis análogas às nossas e por outras especiais porque exclusivas do mundo espiritual. Como os elementos constitutivos são distintos, o despertar é recente para estas ideias, a instrumentalidade completamente nova, conhecer estas leis requererá dedicação e tempo. Mas não nos esqueçamos que grandes massas de criaturas poderão avançar no rumo do Espírito e do progresso moral quando a própria Ciência incorporar suas novas descobertas.

            Seria, porém, rematada ingenuidade supor que a Ciência humana terrestre chegará rapidamente à solução definitiva dos seus problemas substanciais, porquanto precisará realizar antes disso e para isso, duas conquistas: primeiro, terá que reconhecer, por seus próprios meios, suas averiguações, seus cálculos e suas induções (e intuições), senão a certeza, pelo menos a probabilidade da existência do Espírito e das dimensões espirituais da Vida; e, segundo, construir novas aparelhagens e sobretudo novos métodos para  investigação para penetrar nesses novos domínios. Neste último caso, as dificuldades a vencer serão imensas, porque somente o Espírito pode ver, identificar e examinar o Espírito. Não se trata, portanto, tão-somente de aperfeiçoar maquinismos e instrumentos técnicos, mas sim, consciências, através do desenvolvimento racional de faculdades psicofísicas capazes de serem utilizadas para a produção útil de fenômenos investigáveis.

            Enquanto, porém, não houver, na Terra, condições morais que justifiquem tão elevado tipo de cooperação aberta e indiscriminada, o Governo Espiritual do Planeta não facilitará condições nem circunstâncias que favoreçam o êxito maior de tentames desta espécie, além dos limites da educação e do incentivo ao espírito perquiridor dos homens. É fácil de compreender que o intercâmbio livre e permanente com planos e forças superiores da vida não pode ser facultado a seres predadores, de baixo senso ético e ainda espiritualmente irresponsáveis. Por essa razão, a aceitação e a vivência dos princípios morais do Evangelho de Jesus são condições fundamentais a serem cumpridas, a fim de que as Inteligências Superiores outorguem ao Homem Terrestre o diploma de maioridade espiritual que lhe permita o ingresso efetivo no mundo de relações com a Comunidade Cósmica a que pertence.

            A identificação vibratória com a natureza das sensações materiais constitui obstáculo intransponível à penetração consciente e proveitosa em outras dimensões que, para os seres assim faltos de maior sensibilidade, continuam como se não existissem, embora os influenciem decisivamente.

            Diante das perplexidades da Ciência e da pressão cada vez maior dos fatos novos, que não cessam de fustigar a inteligência humana e de rumá-la para novas pesquisas e conclusões mais elevadas, cabe aos espíritas a sublime tarefa de oferecer aos pesquisadores e estudiosos humanos a contribuição substancial do Espiritismo, de modo a ajudar os cientistas sinceros a orientar-se com segurança na direção das verdadeiras soluções. Mas os espíritas só conseguirão fazer isso, com verdadeiro proveito, se se dedicarem seriamente ao estudo das realidades e dos progressos da Ciência, cotejando tudo, ponto por ponto, com as pesquisas, os conhecimentos e as revelações do Espiritismo, de modo a oferecer contribuições sérias aos pesquisadores e aos homens de pensamento que laboram fora de nossos muros.

            Naturalmente, o trabalho maior dos espíritas-cristãos será sempre o da sua própria melhoria de sentimentos e de bem-fazer. O equilíbrio de atitudes cabe, porém, em toda parte, e não seria justo nos ausentássemos, a título de cultivar a humildade e as virtudes do coração, do esforço comum em prol do progresso humano. Afinal, as novas dimensões do conhecimento, que se abrem no mundo, são as grandes dimensões do Espírito imortal.

Bibliografia

            1. ÁUREO, Universo e Vida, psicografia de Hernani Trindade Sant' Anna, edição FEB.
            2. KARDEC. Allan. O Livro dos Espíritos, edição FEB.
            3. THlESEN. Sérgio. O Espiritismo e a Física Moderna, palestra realizada em agosto de 1993 na Federação Espírita Espanhola, Madrid.
            4. EISBERG, Robert e RESNICK, Robert, Física Quântica, edição Campus.
            5. JACKSON, John David, Eletrodinâmica Clássica, edição Guanabara Dois.


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