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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Morte e Ressureição (a palavra de Mateus)


Morte   e
Crucificação

16,21 Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos  sacerdotes e dos escribas; seria morto  e  ressuscitado  ao  terceiro dia.
16,22 Pedro, então, começou a interpelá-lo e protestar nestes termos: -Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não Te acontecerá! 
16,23  Mas, Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: “ -Afasta-te de Pedro, espírito trevoso! Você está sendo uma pedra no meu caminho, porque seu modo de pensar não é o de Deus, mas o dos homens! 

           Para Mt  (16,21-23) -1º Anúncio da Crucificação - lemos, de Antônio Luiz Sayão, em “Elucidações Evangélicas”(FEB), o texto que se segue:   

            “Tendo Jesus descido à Terra para dar aos homens a maior prova, o maior exemplo de amor e de abnegação que eles podiam receber, cumpria-lhe preparar seus discípulos para aquele ato importantíssimo da sua missão, a fim de que, aos olhos de todos, na época, como no futuro, ficasse demonstrado que sua “morte” e “crucificação” estavam previstas, não foram acontecimentos puramente humanos.

            Servindo-se das expressões ser morto, ressuscitar, o Cristo usava de uma linguagem que os homens pudessem compreender. Apresentando o seu corpo a  aparência da corporeidade humana, importava-lhe passar pela metamorfose da morte. Depois, deixando no esquecimento o corpo de carne que parecia revestido, cumpria-lhe mostrar-se aos homens, para que ficasse comprovada a sua identidade. Era, portanto, preciso que os homens fossem prevenidos do acontecimento que sobreviria, a fim de lhe apreenderem a razão, porquanto os próprios discípulos não teriam compreendido o fato do reaparecimento do Mestre, se o não houvessem considerado do ponto de vista da ressurreição, no sentido que davam a este termo.

            Para os hebreus, a ressurreição consistia na volta da alma a um corpo de carne, a um corpo material, sem indagarem se se tratava sempre do mesmo corpo, sem inquirirem da origem, nem do fim de tal corpo. Essa a razão por que Ele permitiu a Tomé que pusesse a mão nas chagas que os cravos lhe abriram nas mãos e nos pés, retomando, para esse efeito, o seu corpo que, como sabemos, era fluídico, de natureza perispirítica, com a tangibilidade, a consistência, a aparência de um corpo humano.

            Conseguintemente, sendo tal a natureza do corpo de Jesus, não houve, com relação a Ele, nem morte, nem ressurreição, no sentido que então era dado a estas expressões. Houve apenas aparência de uma e outra coisa.

            Foram todos morais os sofrimentos que o Mestre suportou na cruz. O que das chagas lhe saía era uma combinação puramente fluídica, com a aparência de sangue.

            Sem dúvida, estas revelações são de molde a alarmar, como de fato têm alarmado, muitas criaturas aferradas às torturas físicas do grande modelo que nos foi enviado. Porém, forçoso é vejamos em Jesus somente um Espírito, Espírito superior a todos os outros que concorreram para a formação do nosso planeta e cujos sofrimentos, portanto, foram todos morais, decorrentes do amor que consagrava e consagra a seus protegidos, por vê-los tão endurecidos. Dizemos - seus protegidos - porque Ele é o nosso protetor, o governador do nosso planeta. Nessa qualidade, experimentava o sofrimento que causa a uma mãe terna e carinhosa o ter que punir o filho bem-amado.

            Nos últimos momentos de seu sacrifício na cruz, limitou-se a dizer em voz alta: Tudo está consumado, eis-Me aqui, Senhor, para mostrar aos homens, por meio de um exemplo prático, a resignação, a obediência e a submissão com que se devem eles comportar, diante das vontades do soberano Senhor. O brado que soltou do cimo do madeiro não foi tampouco um brado de sofrimento. Deixando-o escapar no momento de “render a alma” (está claro que apenas no entender dos homens), fê-lo com o intuito de lhes chamar a atenção para aquele instante supremo e lhes fazer compreender, por uma expansão de alegria e não de angústia, a felicidade do Espírito que se desprende do seu grosseiro invólucro, para se elevar ao seu Criador.

            Não faltarão os que digam: “Que mérito era o dele em se submeter a tais torturas, se não experimentava os sofrimentos físicos, uma vez que apenas aparente era o seu corpo.” Não compreendem os que assim falam, que os sofrimentos morais são de intensidade infinitamente maior do que os sofrimentos físicos; que o sofrimento, na essência espiritual, é mais forte e mais vivo do que o possam ser, para os nossos corpos, quaisquer sofrimentos humanos, ainda mais agudos. Todos conhecemos desgostos, mágoas e torturas morais superiores a qualquer dor física, tanto que de bom grado os trocaríamos por dores desta natureza.

            Jesus sofreu, sim, sofreu cruelmente, não na sua “carne”, mas em seu “espírito”. Cada pancada do martelo dos cravos que lhe traspassavam as mãos e os pés fluídicos, mas tangíveis, lhe ia ferir a sensibilidade delicadíssima e lhe fazia correr da alma o sangue mais precioso: o do amor e do devotamento, que nos consagra. O divino modelo, que por nós subiu ao Calvário, que padeceu por nós, sofreu e sofreu muito...”. 

            “As palavra que Pedro dirigiu a Jesus - Tal não aconteça Senhor, nada disso te acontecerá, ao acabar este de predizer os seus sofrimentos, “morte” e “ressurreição” e também a resposta do Mestre àquele apóstolo, se explicam da maneira seguinte: Do mesmo modo que os médiuns atuais, Pedro nem sempre estava debaixo de uma influência estranha e, desde que isso se verificava, seu Espírito agia livremente. Foi, pois, como homem que ele se viu presa do temor de perder o seu Mestre querido. Não era possível que estivesse privado sempre do seu livre-arbítrio. Poder-se-á, porventura, admitir, ou supor, sequer, haja sido a inspiração dos bons Espíritos que o levou a negar o Mestre?

            Quanto a severidade da resposta de Jesus, nada tem de extranhável, quando se sabe que todo Espírito encarnado é fraco e falível, pelo só fato de ser encarnado, e que o Mestre não podia deixar de querer se mantivesse Pedro constantemente em guarda contra as fraquezas humanas, que sempre tornam a criatura incapaz de sentir o gosto das coisas de Deus e só ter o das coisas do mundo. A expressão Satanás, de que usou com relação àquele apóstolo em sentido puramente figurado, significa a má influência, a má inspiração. Eram elas que faziam procurasse ele desviar o Mestre do cumprimento do seu dever.”              



                         

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