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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

41. 'Revelação dos Papas' - Bispo Torquato


41
‘Revelação dos Papas’
(Obra Mediúnica)

- Comunicações d’Além Túmulo –


                                Publicada sob os auspícios da
União Espírita Suburbana
Rua Dias da Cruz 177, Méier

Officinas Graphicas d’A Noite
Rua do Carmo, 29
1918


Torquato, bispo

O espírito apresenta-se á vidente envolvido numa grande massa de luz branca, 
contornada par outra azulada. Em torno do espírito, por fora da massa branca,
 aparecem grandes fachos de luz de um verde soberbo, encantador.
 O médium distingue, no meio desse esplendor, 
um homem de idade, claro, tendo cabelos brancos e barba da mesma cor
 e o olhar amortecido e meigo. O espírito traja vestes escuras, 
cuja forma a vidente não pode distinguir.
____________

            Sejamos os primeiros a saudar a Terra pelo seu próximo renascimento moral; saudemos o mundo, pela glória imensa que vai alcançar a sua humanidade.

            Demos graças a Deus pelo favor que acaba de conceder aos homens, permitindo-lhes os sofrimentos e amarguras que ora experimentam em beneficio do resgate e da salvação do planeta.

            Sejamos nós os primeiros a dar aos homens as gratas consolações do nosso carinho e do nosso entusiasmo, pela obra gigantesca que, estão realizando, embora à custa de cruciantes dores, aflitivos tormentos e amargurados sacrifícios; sejamos nós os arautos dessa nova era que vai começar para a Terra, do novo sol que vai despontar para o mundo cristão.

            Apregoemos a grande transformação por que passará o planeta, a evolução que se vai operar no seio da humanidade terrena: anunciemos aos homens que os tempos são chegados, que, a, hora da justiça vai soar, que o grandioso momento da salvação dos espíritos não tarda a chegar, que o dia bendito da paz, da concórdia e do amor vai também raiar para o mundo.

            Anunciemos às criaturas que tudo que ai está sobre a Terra, criado pelos homens para ofender a Deus e desrespeitar as Suas leis será derrocado, lançado por terra, reduzido a pó, ao nada de onde saiu; proclamemos, em nome de Deus, a vinda do Seu filho à Terra, lancemos aos ventos a doce e consoladora nova da vinda do Salvador do mundo.

            Anunciemos por toda a parte os novos decretos da Providencia, divulguemos entre as criaturas os desígnios da Infinita Sabedoria, afirmando a vitória da religião do amor, da religião da luz, da religião de Deus, do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo - O Espiritismo.  Deixemos cair sobre a Terra as novas sementes que hão de medrar um dia, quando a humanidade tiver que entrar no verdadeiro caminho, enveredando pela estrada do progresso espiritual que a conduzirá a Deus; lancemos no mundo os primeiros germens da salvação e resgate do planeta.

            Derramemos sobre os homens as doçuras da sagrada doutrina de Jesus, plantemos entre as criaturas a árvore frondosa do amor.

            Desvendemos aos olhos dos homens as fontes sublimes da caridade, os benditos mananciais da Fraternidade, as pompas e as riquezas da humildade, as sublimidades da fé, as delícias da tolerância, os inigualáveis benefícios da doutrina de Jesus contida nas páginas do seu Evangelho, explicado à luz da razão e da verdade pelo Espiritismo.

            Anunciemos que só na caridade os homens encontrarão paz, sossego e felicidade, e só no Espiritismo as criaturas encontrarão a verdade pura e "santa", luminosa e bela, que há tantos séculos procuram!

            Proclamemos, entre os nossos irmãos, que a verdade absoluta só Deus conhece e somente aos espíritos evoluídos Ele permite divulga-la às criaturas, aos poucos, à medida que os homens se adiantam no caminho do bem, sobem na escala da perfeição.

            Afirmemos que a sabedoria humana nada vale, que os homens ignoram as mais comezinhas leis que regem o Cosmos, e só quando se vive a vida dos espíritos se adquirem certezas absolutas, entrando-se na posse da chave de muitos mistérios, nos grandes planos do Criador, penetrando-se nos secretos desígnios da Infinita Sabedoria.

            Digamos á Terra que a hora é chegada, que os tempos de que nos falam as Escrituras são estes; que as cenas descritas pelos profetas, que anunciaram o fim do mundo, estão se desenrolando; que a queda das grandezas, pompas e poderes terrenos, tantas vezes profetizada, ai está palpitando aos vossos olhos, ostentando as mesmas cores com que foi pintada pelos enviados por Deus. Profetizemos também a queda da Sodoma, a destruição da nova Cartago; proclamemos a queda da Babilônia moderna.

            Profetizemos a derrocada dos falsos poderes e das falsas majestades, o ofuscamento dos sóis sem luz própria, o apagamento das estrelas que gravitam no céu das misérias, rolando no lodo e na podridão dos monturos humanos. Predigamos também os grandes abalos, as revoluções, as comoções intestinas que hão de sacudir as nações, despertar os povos, acordar a humanidade terrena do criminoso sono que dorme há milhares de anos.

            Profetizemos nós, que fomos enviados para proclamar as grandes verdades que a Sabedoria Divina manda divulgar entre os homens, profetizemos a morte dos novos fariseus, dos atuais escribas, a sua derrocada e o seu desprestígio ante as sublimes e inconfundíveis verdades que vão aos olhos dos homens se patentear; profetizemos a queda de Jerusalém, a demolição da nova Babel; outro Moisés surgirá conduzindo o povo de Deus à casa do seu Pai: novo Horeb jorrará água pura e cristalina sobre a humanidade, que ali mitigará a imensa que a devora.

            Profetizemos nós, que fomos enviados para consolar os homens, a volta de Jesus, a descida do Messias a este vale de lágrimas, a esta cisterna sombria, a este antro onde as feras, revestindo a forma humana, dizem ter coração e alma. Jesus vai baixar, vai caminhar sobre a lama das paixões humanas, vai mergulhar nessa atmosfera saturada de vícios e misérias; Jesus volta para junto do homem, afim de ajuda-lo na luta imensa que sustentará contra os seus próprios erros, os seus crimes, o orgulho e a sua vaidade. Jesus vem apagar os traços dos iníquos crimes praticados pelos homens, destruir os vestígios dessa civilização que tão caro vai custar à Terra, desse amontoado de torpezas a que chamam progresso humano. O Salvador vem alumiar o caminho da nova humanidade com a luz do seu Evangelho e dos seus ensinamentos. Jesus vem aplacar a fúria dos homens, acalmar os espíritos irritados contra Deus, restabelecendo a Nova Era, que será o reinado do Espiritismo.

            Anunciemos que a Terra é ainda mundo atrasado e por isso suporta essa tremenda provação, vendo o seu solo juncado de cadáveres e empoçado de sangue e sua atmosfera perpassada de gemidos, soluços, e imprecações e o fundo dos seus oceanos coalhado dos esqueletos dos corpos que ali se afundaram para sempre!

            A Terra, anunciemos, está destinada a ser planeta de categoria superior pela lei da evolução progressiva dos mundos e, assim, vai passar a ordem dos planetas de missões e provações superiores.

            Profetizemos a vitória de Jesus, o triunfo grandioso do seu Evangelho e também a implantação definitiva da sua doutrina de luz, justiça, verdade, consolo e amor.

            Profetizemos o fim da civilização sem Deus, a morte dessa sociedade sem Jesus, o fim do atual mundo moral que é a aurora da nova civilização, o começo do novo mundo, o reinado de Jesus, o império de Deus!

            Entoemos aqui os hinos de amor, os cânticos de paz, as doces harmonias da confraternização universal!

            Cantemos, saudemos a Terra e a sua humanidade! Glorifiquemos os grandes mártires dessa cruzada bendita! Rendamos graças a Deus, entoemos louvores a Jesus pelos grandes benefícios que ele e o seu Pai derramam sobre os homens! Anunciemos, proclamemos, profetizemos o dia da paz, a hora da regeneração, o momento da salvação - o reinado de Jesus - o império de Deus - a vitória do Espiritismo - o domínio do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Torquato, bispo
Março de 1917

Informações Complementares
           
            São escassas as informações sobre a existência de um bispo Torquato que teria vivido no século I da Era Comum e que teria levado a Boa Nova até a península ibérica.

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