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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

55d. "Doutrina e Prática do Espiritismo"



55d



            Aqui interrompe o Dr. Souza Couto a narração, por ele traduzida para acrescentar:

            "0 doutor Wiltse, ia resolver-se a atravessar a fronteira misteriosa, - quando uma força o paralisou, fazendo-lhe de novo perder a consciência; e sem esforço os olhos se lhe abriram no quarto onde estava o seu corpo.

            "Foi uma verdadeira decepção o encontrar-se de novo ali, o que lhe fez exclamar:

            - "Ser-me-á preciso morrer ainda outra vez. "

            "No livro de Myers, A PERSONALIDADE HUMANA - observa por último o Dr. Souza Couto - figuram, com a narração do Dr. Wiltse, as testemunhas que confirmam a matéria de fato verificável daquela narração, isto é: a posição real das pessoas que assistiram à pseudo agonia, a presença de dois cavalheiros junto à porta, o tempo chuvoso... e todos os outros fatos que o doente viu durante o período de inanição e morte aparente."

            Ao lado das particularidades, eminentemente interessantes dessa narrativa, há - não percamos de o assinalar - uma observação, judiciosamente feita pelo autor e que parece fornecer a chave explicativa de certas visões que os místicos de todos os tempos revelam ter tido: é a que se refere ao poder criador do pensamento, força de tal modo ativa e organizadora que, ao ser projetada sobre o éter, pode aí criar imagens, como de anjos e demônios, de uma realidade objetiva, contudo, meramente fictícia, no sentido de serem apenas forjadas pela imaginação.

            Que se deve concluir daí? - Evidentemente que não são os seus sentidos físicos, de si mesmos deficientes e grosseiros, os únicos que nos podem induzir em erro, senão também o próprio sentido psíquico, muitas vezes ilusório, como toda percepção de natureza objetiva e exterior, só o sentido interno, ou espiritual - intuição também chamado - permanecendo  como critério por excelência de certeza, em todas as esferas do conhecimento.

            Como teremos que mais adiante nos alongar, como convém, sobre este assunto, ao tratarmos das mediunidades, particularmente da vidência mediúnica, bem como dos apropriados exercícios tendentes a desenvolver nos crentes aquele sentido espiritual, de máxima valia, nos limitaremos por agora, a esta simples observação, cuja oportunidade julgamos não dever negligenciar, antes de prosseguir no registro de mais alguns testemunhos de agonizantes, relativamente às impressões da hora final.




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