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domingo, 25 de setembro de 2011

A Trave no Olho



A Trave no Olho

 7,3 Por que reparas o cisco no olho de teu irmão e não vês a trave que está no teu?
7,4 Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens uma trave no teu?
7,5 Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar o cisco do olho do teu irmão.

            Para  Mt (7,3) -Por que reparas no cisco no olho de teu irmão?- busquemos a palavra de Emmanuel, por Chico Xavier, em  “Fonte Viva”:

            “A pergunta do Mestre, ainda agora, é clara e oportuna.

            Muitas vezes, o homem que traz o argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando. Depois de laboriosa jornada na virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por mil golpes da ignorância e da inexperiência.

            É imprescindível habituar a visão  na procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é própria.

            Comumente, pelo vezo de buscar bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações. Colaboradores valiosos e respeitáveis são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstancias simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras insignificantes de pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou dissipar.

            Nódulos na madeira não impedem a obra do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o esforço do lavrador na produção da semente nobre.

            Aproveitamos o irmão de boa vontade, na plantação do bem, olvidando as nugas que lhe cercam a vida. Que seria de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?

            E, se esperamos alcançar a nossa melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a confiança no futuro?

            Consagremo-nos à tarefa que o Senhor nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim agindo, o argueiro que incomoda o olhar, se desfará espontaneamente, restituindo-nos a felicidade e o equilíbrio, através da incessante renovação.”

            Ainda para  Mt (7,3) -Por que vês o cisco no olho de teu irmão? -   leiamos  “Palavras de Vida Eterna” de Emmanuel por Chico Xavier:

            “Habitualmente guardamos o vezo de fixar as inibições alheias, com absoluto esquecimento das nossas. Exageramos as prováveis fraquezas do próximo, prejulgamos com rispidez e severidade o procedimento de nossos irmãos...
            A pergunta do Mestre acorda-nos para a necessidade de nossa educação, de vez que, de modo geral, descobrimos nos outros somente aquilo que somos.
            A benefício de nossa edificação recordemos a conduta do Cristo na apreciação de quantos lhe defrontavam a marcha. Para muitos, Maria de Magdala era a mulher obsidiada e inconveniente; mas para Ele surgiu como sendo um formoso coração feminino, atribulado por indizíveis angústias, que, compreendido e amparado, lhe espalharia no mundo o sol da ressurreição.

            No conceito da maioria, Zaqueu era usurário de mãos azinhavradas infelizes; para Ele, no entanto, era o amigo do trabalho a quem transmitiria alevantadas noções de progresso e riqueza. Nos olhos de muita gente, Simão Pedro era fraco e inconstante; para Ele, contudo, representava o brilhante entranhado nas sombras do preconceito que fulgiria à luz do Pentecostes para veicular-lhe o Evangelho.

            Na opinião do seu tempo, Saulo de Tarso era rijo Doutor da lei mosaica, de espírito endurecido e tiranizante; para Ele, porém, era um companheiro mal conduzido que buscaria, em pessoa, às portas de Damasco para ajudar-lhe a Doutrina.

            Observemos amando, porque apenas o amor puro arrancará por fim as escamas de treva dos nossos olhos para que os outros nos apareçam na Bênção de Deus que, invariavelmente, trazem consigo.”
           
            Ainda para Mt (7,3-5) -A Trave no Olho  - leiamos,  em  “ O Evangelho...”, de A. Kardec, o trecho abaixo:
           
            “...Um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes de ver o que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, seria preciso poder se olhar num espelho, transportar-se de alguma sorte, para fora de si, e se considerar como uma outra pessoa, perguntando-se: Que pensaria eu se visse alguém fazendo o que faço?  Incontestavelmente, é o orgulho que leva o homem a  dissimular os próprios defeitos, tanto ao moral quanto ao físico.  ”    

            “...Se o orgulho é o pai de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes. Encontramo-lo no fundo e como móvel de quase todas as ações. Por isso,  Jesus se dedicou a combatê-lo como principal obstáculo ao progresso.” 
            

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