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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

'Servir a 2 Senhores'


Servir a  Dois Senhores

  6,24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza.
                
  
Para Mt (6,24), - Os Dois Senhores -  lemos em  “ Jesus e Kardec ”, de Roque Jacintho, o que se segue:
           
            “Não interpretemos as riquezas de nosso Mundo, aquelas que podem jugular-nos em dolorosa hipnose, como sendo exclusivamente a posse de valores de fortuna ou vastos recursos de propriedades imobiliárias.

            Há riquezas diversas em todos nós:

- existe o rico de tempo, depositário de largas faixas de horas, chamado à sua reforma interior e ao socorro dos que se emaranharam num cipoal de dúvidas e de necessidades;      

- existe o rico de autoridade, mordomo de uma posição familiar ou social de realce, conclamado a comandar e induzir os seus dependentes ou subordinados ao caminho de reequilíbrio espiritual em todas as instâncias do Mundo. 

- existe o rico de inteligência, senhor de vasta cultura de nosso mundo convidado a nortear com sabedoria os seus companheiros de caminhada terrena que não dispõe de sua visão ampla e geral; -existe o rico de ciência, senhor do mecanismo de muitas leis naturais, ajustando no quadro da evolução para doar-se a si mesmo a benefício dos que sofrem por ignorância;   

- existe o rico de oportunidades, beneficiário dos Institutos de Regeneração da Espiritualidade, induzido freqüentemente a crescer pelo exercício da paciência, da tolerância, da fé, da esperança.

- existe o rico de caridade, filamento do Mundo Maior para manifestação da luz divina, convidado a permitir que o seu coração se torne o farol de esperança para as aflitos de nosso plano...

            Jamais nos afirmemos desprovidos de recursos. Examinemo-nos desapaixonadamente - renunciando antes à milenar e enganosa posição que sempre tomamos de deserdados do Reino - e de pronto identificaremos as riquezas de que dispomos e que estão a pedir ampla circulação, a fim de renovar e melhorar a paisagem que nos circunda.

            Reter, amodorrados, os bens de que somos possuidores, no campo da alma, será imitar o usurário que cria barreiras para a utilização de valores legítimos. Exigir pronta e alta compensação a cada manifestação de nossos recursos íntimos, será criar escorchante juro moral, embaraçando os que se beneficiam das virtudes que despontam em nós. Afirmar-nos sem nenhum recurso interior, será revelar  proposital cegueira e dar mostras de ingratidão à Providência Divina.

            Evitemos sustentar a posição mental de sovina, insaciável e mal-agradecido filho que retém para deleite de sua afetividade enfermiça os bens que lhe foram deferidos pelo Senhor, qual se estivesse em perene escassez de recursos para beneficiar e aliviar o seu próximo.

            Se, quisermos, sempre temos o que dar.

            Para  Mt (6,24) - Ninguém pode servir a dois Senhores...- leiamos “Livro da Esperança”, de Emmanuel por Chico Xavier:

            Consulta o dinheiro que encostaste por disponível a analisa-lhe a história por um instante!

            É provável tenha passado pelos suplícios ocultos de um homem doente, que se empenhou a gastá-lo em medidas que não lhe aplacaram os sofrimentos; terá rolado em telheiros, onde mães desvalidas lhes disputaram a posse, nos encargos de servidão; na rua, foi visto por crianças menos felizes que o desejaram, em vão, pensando no estômago dolorido; e conquistado, talvez, por magro lavrador nas fadigas do campo, visitou-lhe apressadamente a casa, sem resolver-lhe os problemas...

            Entretanto, não teve o longo itinerário somente nisso.

            Certamente, foi compelido a escorar o ócio das pessoas inexperientes que desertaram da atividade, descendo aos sorvedouros da obsessão; custeou o artifício que impeliu alguém para a voragem de terríveis enganos; gratificou os entorpecentes que aniquilam existências preciosas; e remunerou o álcool que anestesia consciências respeitáveis, internando-as no crime. Que farias de um lidador prestimoso, que te batesse à porta, solicitando emprego digno? de um cooperador humilhado por alheios abusos, que te rogasse conselho, a fim de reajustar-se e servir?  O dinheiro de sobra, que nada tem a ver com as tuas necessidades reais, é esse colaborador que te procura, pedindo orientação. Não lhe congeles as possibilidades no frio da avareza, nem lhe escondas as energias no labirinto do monopólio. Acata-lhe a força e enobrece-lhe os movimentos, na esfera de obrigações que o mundo te assinalou.

            Hoje mesmo, ele pode obter, com teu patrocínio, a autoridade moral do trabalho para o companheiro, impropriamente julgado inútil; o revigoramento do lar que a privação asfixia; o livro edificante que clareie as trilhas dos que se transviam sem apoio espiritual; o alento aos enfermos desprotegidos; ou a tranqüilidade para irmãos atenazados pelos aguilhões da penúria que, freqüentemente, lhes impõem o desequilíbrio ou a morte, antes mesmo de serem amparados no giro de mendicância.

            Dinheiro de sobra é o amigo e servo que a Divina Providência te envia para substituir-te a presença, onde as tuas mãos, muitas vezes, não conseguiram chegar.

            Sim, é possível que, amanhã, outras criaturas venham a escravizá-lo sob intenções inferiores, mas ninguém apagará o clarão que acendeste com ele para a felicidade do próximo, porque, segundo as leis inderrogáveis que governam a vida, o bem que fizeste aos outros a ti mesmo fizeste.”   







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