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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Verdades da Verdade - Parte 4 de 5


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            Se, de um lado, os nossos adversários não se cansam de por entraves à nossa santa doutrina, satisfaz-nos imensamente ver que, por outro lado, nos Estados Unidos e, especialmente, na Inglaterra, o clero anglicano, além de mandar, aos que a sua religião não mais satisfaz, estudar o Espiritismo, faz até conferências em seu favor. Demonstração clara de que acima de seus interesses colocam a religiosidade da humanidade, Que contraste com o clero daqui!
            O mundo caminha: e é na nobre Inglaterra que a maior evolução em matéria de religião se está operando.
            Além do grande campeão Sir Oliver Lodge, Sir Arthur Conan Doyle colocou-se à testa do movimento espírita, combatendo pelo espiritismo evangélico.
            Eis algumas palavras por ele escritas, prefaciando a publicação da conferência do rev. F. Fielding-Ould, M. A. vigário da igreja de Cristo, de Londres: Caro Sr. Fielding. Li a sua excelente conferência - É do Demônio o Espiritismo? -  na ocasião em que ela foi feita. E agora que a está preparando para ser dada à publicidade, tenho sumo prazer em manifestar a minha opinião sobre o assunto.
            Qualquer um que tenha amor a esta grande causa e crê, como eu creio, que esta Moderna Revelação é um dos maiores acontecimentos na história do mundo, tem particularmente de alegrar-se quando a vê advogada por um pastor.
            Certo estou de que, com os existentes preconceitos, é preciso coragem para fazê-lo, não concebo, porém, trabalho mais produtivo para quem deseja o adiantamento do verdadeiro espírito da religião.
            Esta nova mensagem do invisível, do eterno, contém verdades que, sem destruir as velhas crenças, tem que modifica-las e esclarece-las. Ninguém está melhor aparelhado para fazer este trabalho do que aqueles que procuram a necessária fórmula e, sem irreverência pelas velhas crenças, tenham a mente preparada para receber as novas.
            Com especialidade a gente séria e bem educada tem-se afastado pouco a pouco da ortodoxia, porque da maneira pela qual ela lhe tem sido apresentada, há ofendido o seu senso de justiça e moralidade, constituindo um verdadeiro pesadelo.
            Agora, porém, vêm as vozes do Além explicando e esclarecendo as interpretações errôneas e abrindo caminho através das formas e cerimoniais, até atingir as raízes espirituais da religião, que estavam, tão encobertas, que o seu sentido e até a sua existência foram esquecidos.
            A Nova Revolução trás bastante luz para nos conduzir por alguns séculos, e marcará o maior movimento ascendente desde o dia da descida do maior espírito - O Cristo - sobre a Terra.
            Algumas pessoas parecem pensar que o clero faz oposição a este movimento, porém estou certo de que isto não é exatamente o que se passa. Há, no mínimo, uma forte minoria que compreende sua verdadeira importância, e não existem melhores livros sobre espiritismo do que aqueles escritos pelos revs. Arthur Chambers, Tweedale e outros.
            Posso bem lembrar que depois de trinta anos de experiência, comecei a expressar as minhas próprias conclusões em público, e a primeira e a mais calorosa carta de aprovação recebida, foi a do falecido arquidiácono Wilberforce, o ilustrado capelão da Casa dos Comuns, que também experimentou na sua própria vida o consolo do espiritismo.
            É a parte religiosa que me atrai. É humana e prática, e têm, forçosamente, de se infiltrar na nossa vida diária. Quanto ao lado fenomenal e comprobatório, sobre o qual a mensagem do Além ele tem sido tão positivamente estabelecido que me parece inútil perda de tempo a continuação destas pesquisas.
            Qualquer quantidade de resultados negativos ou de médiuns fraudulentos (certamente a mais abjeta e perversa forma de fraudar do mundo) nunca poderá prejudicar os resultados positivos, obtidos por uma tão grande cópia de testemunhas.          
            Se o testemunho definitivo de Crookes, Wallace, Lodge, Barrett, Myers, William James, Charles Richet, Lombroso, Gurnoy, Hodgson, Stead e tantos outros, não levar à convicção, qual é a prova que o poderá fazer...? A colheita a fazer é essencialmente religiosa, reconciliando a religião com a razão, que, há tanto tempo, estiveram divorciadas a despeito de serem essenciais uma à outra ... "      

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As Penas Eternas

            De um anônimo que se assina "um amigo da Verdade", recebi uma longa missiva, na qual procura defender o dogma católico das penas eternas (para os outros).
            Diz ele: "Num artigo estampado no Correio da Manhã, seção F. E. Brasileira, acha-se a seguinte doutrina: "A alma é feliz ou infeliz depois da morte, segundo o bem ou o mal, que fez na vida".
            No mesmo jornal do dia 22-1-1918 está outra: “Não há penas eternas: a salvação é universal, mas a culpa jamais ficará impune, o castigo é puramente moral."
            Podemos resumir as duas doutrinas assim. A alma é feliz eternamente depois da morte e é infeliz temporariamente, segundo o bem ou o mal que fez na vida.
            O mal é a antítese do bem. Se o bem produz a felicidade eterna, porque o mal que é a antítese do bem não produz a infelicidade também eterna?"
            O meu amigo resumiu mal, isto é, não compreendeu o alcance da doutrina exarada nas teses dos dois artigos.
            O progresso do espírito é infinito e o articulista não disse, nem podia dizer que o espírito é feliz eternamente por ter numa existência praticado o bem, pois é possível, que na seguinte encarnação em que ele tenha que voltar à Terra para continuar o seu progresso moral e científico, possa de novo transgredir a Lei. 
            A doutrina é esta: Quando o espírito atingiu um ponto de progresso em que lhe é impossível a prática do mal começa então a gozar definitivamente a paz e a tranquilidade da consciência o que constitui a felicidade relativa ao seu estado moral, felicidade, porém, diferente daquela que o amigo resume na palavra paraíso.
            Nada adianta à tese a citação de opiniões de Tácito, Homero, Estrabão, Valério, Máximo, Virgílio, etc. Contra a opinião destes pôde-se citar a de centenares de outros que conheciam a lei da reencarnação, doutrina afirmada nos Vedas, a mais antiga tradição conhecida; doutrina que destrói por completo a das penas, eternas.

            E se o amigo observa a variedade dos sofrimentos da humanidade, de certo há de dizer consigo, que este sofrimento deve ter uma razão de ser pois os que sofrem, na maioria dos casos, não têm, na sua presente existência, culpas que justifiquem as provações por que passam. E, se Deus criasse a alma para cada corpo que nasce, todos deveriam, pelo menos, ter saúde.
            É bom que o meu nobre interlocutor estude sistematicamente o Evangelho e verá que nele Jesus prega a doutrina da reencarnação. Começando por João Batista dele Jesus diz: "É este o Elias que há de vir", referindo-se Jesus ao penúltimo versículo do velho Testamento, no qual o profeta Malaquias diz: "E eu vos enviarei o profeta Elias antes que venha o grande dia do Senhor".
            A Nicodemos, sem que este o interrogasse a este respeito, Jesus diz "que ninguém verá o reino de Deus sem nascer de novo".
            E quando Nicodemos lhe pergunta "como pode um homem velho entrar no ventre de sua mãe para nascer outra vez", Jesus responde: "Não te maravilhes de eu te dizer: importa-vos nascer outra vez".
            Repare bem esta frase, não te maravilhes Nicodemos que a ti te diga: É a vos (todos) necessário nascer de novo, sem o que não vereis o reino de Deus. Jesus deixou bem nítida a necessidade da reencarnação no ânimo de Nicodemos. 
            Renascendo as criaturas na Terra, para reparação e expiação das suas faltas passadas, cai por terra toda a sua lógica, a qual, aliás, é ilógica, visto que para um indivíduo merecer a eternidade das penas deveria com elas pagar eternidade de faltas, o que é impossível cometer-se em uma existência.
            E dá-se mais: a criatura não pode ofender ao Criador, pode tão somente ofender um ser igual a ela, e segundo a doutrina dos espíritos, isto só dentro da lei de Justiça Divina e de acordo com o que Jesus ensinou: "quem com ferro fere com ferro será ferido". O pecador serve assim de instrumento voluntário e responsável da justiça, sem que Deus, no entanto, precise dele para que a sua justiça se cumpra.
            E se o amigo se interessa de fato, para resolver para si, ao menos, o problema, recomendo-lhe a leitura da novela "Na sombra e na Luz" editada pela livraria da Federação Espirita, novela ditada do Além por Victor Hugo e aí verá como se executa a lei da reparação e reconciliação dos espíritos.

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"O Espiritismo, Suas Consequências e Condenações"

            Sob aquele título mereceu as honras de mais uma Carta Pastoral a nossa salvadora doutrina, e esta vez é o honrado bispo de Florianópolis que a editou segundo lemos na "Época", daquele Estado.
            Sua reverendíssima, reedita todo o velho rosário de citações antidiluvianas da Bíblia e opiniões sem valor, sem entretanto citar um único fato que provasse que os espíritos não são espíritos, para deste modo levar a convicção às ovelhas a quem a pastoral é dirigida. Citou o Evangelho, Kardec e outros autores, esquecendo-se, porém, de que as citações são todas pulverizadas nos próprios livros citados.
            Quem ler Kardec, aquele monumento edificado pelos espíritos, monumento que ninguém até hoje conseguiu atingir, encontrará nele justamente o contrário daquilo que sua reverendíssima quis demonstrar.
            Não teria mesmo merecido o nosso reparo a pastoral do Sr. bispo, se ele não se tivesse excedido nas suas afirmações, dizendo que “o espiritismo nega até a própria existência de Deus". Que absurdo!!!
            Se sua reverendíssima tivesse prestado mais atenção ao estudo da nossa doutrina, teria observado que a primeira palavra no primeiro livro de Allan Kardec, "O Livro dos Espíritos" é "Deus" e a definição que os espíritos dão do Criador é muito superior aos ensinos da igreja, que até hoje prega um deus vingativo e cheio de misérias "humanas". Pelo que, vejamos: Diz Allan Kardec: “Deus". "Que é Deus?" "- Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas".
            Diz sua reverendíssima que “concomitantemente ao dever da pregação sagrada, impõe o dever do cargo do clero o ministério de pastor das almas, e o de estar na estacada contra o avanço dos adversários da fé, sem deixar o rebanho - de cujos destinos lhes pedirá contas o Senhor". Dos males presentes, no ponto de vista religioso e social manda a justiça que destaquemos a "moderna heresia" - a prática do espiritismo".  
            Sua reverendíssima fez bem em dizer ao clero que o Senhor pedirá contas da confiança depositada na igreja há 17 séculos, e qual é a conta que a igreja dará? Que responda o Sr. bispo.
            Se sua reverendíssima citou versículos do Evangelho na sua pastoral, não teria sido isso devido a pressentir a "imperiosa necessidade" que a igreja tem de desenterrar aquilo que há 17 séculos sepultou para dar ao povo o catecismo da sua fabricação? Necessidade produzida pelo espiritismo, por ser ele que leva o estandarte do Evangelho "em espírito e verdade" à praça pública.
            O Sr. bispo fala da caridade da igreja. Qual é ela? A igreja jamais praticou caridade senão para si mesma.
            É preciso não confundir as obras de caridade instituídas por varões ilustres como sendo obra da igreja.
            Eles, espíritos evoluídos, encarnaram como missionários com o fito de encaminhar a igreja com as ovelhas que pastoreava para o redil do Bendito Pastor, e foram eles que instituíram as obras de caridade com donativos de particulares e muitas vezes até com contribuições dos adversários da fé, nunca porém, com donativos do clero católico que constitui a igreja. 
            Estas instituições foram mais tarde por linhas travessas incorporadas a igreja, sem no entanto o clero concorrer para o seu sustento. Até pelo contrário, elas têm servido para o sustento do clero.
            Se a doutrina espírita é heresia, hereges então foram Jerônimo e Agostinho, doutores da igreja, pois ambos qualificaram Orígenes de sábio e profundamente versado nas sagradas letras. E Jerônimo até disse que depois dos apóstolos, considerava Orígenes a maior autoridade eclesiástica, e que só a ignorância tentaria empanar esta verdade.
            Ora, Orígenes escreveu no seu livro "De Principiis" liv. II – “Que as causas da variedade das condições humanas eram devidas a existências anteriores" e que “as almas voltam aos corpos para passar por novas purificações em vidas novas". E disse ainda, "a maneira como cada um de nós põe os pés na terra quando aqui aportamos, é a consequência fatal como agiu anteriormente no Universo", "Elevando-se pouco a pouco, os espíritos chegaram a este mundo e à ciência dele. Daí subirão a melhor mundo e chegarão finalmente a um estado tal que nada mais terão de ajuntar". É o que Orígenes escreveu no citado livro, cap. 9. 
            Eis exatamente o que ensinam os espíritos. É a base da doutrina que nós professamos. O progresso infinito das almas até atingir a perfeição moral através das reencarnações sucessivas, a salvação universal; a pluralidade dos mundos habitáveis.
            Quem estaria com a verdade: Orígenes, S. Jerônimo e Agostinho, ou o Sr. bispo de Florianópolis, d. Joaquim?

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O Espiritismo, Porque Estuda-lo?

            Sob o título acima, lemos na revista "Apostolado das Filhas de Maria no Brasil" uma critica na qual o autor faz um confronto entre o espiritismo e o catolicismo.
            Transcreve o articulista trechos de uma entrevista com Lourenço Faget, na qual este disse que a base dos trabalhos do congresso a que ia presidir seriam:
            "1° - A sobrevivência da alma depois da morte e a sua evolução progressiva para a perfeição infinita,
            “2° - A possibilidade das comunicações normais - note que digo normais e não acidentais - entre os vivos e os mortos, entre os encarnados e os desencarnados."
            Sobre isto diz o rev. articulista: "A doutrina católica ensina, ela também, a sobrevivência da imortalidade, o que não é inteiramente o mesmo, como demonstraremos". (Não é mesmo o mesmo, rev., porque sobreviver da imortalidade parece como quem quisesse ir além do infinito).
            "A doutrina católica, ensina, admite que as almas se possam purificar, depois da morte; nós sabemos que há um purgatório (1). Mas não permite que se esqueça que há um inferno (?). Além disso não admite tampouco que as comunicações entre os vivos e mortos possam ser normais e habituais, ela os considera como sendo excepcionais."
            No entanto, é dos fatos espíritas que a igreja católica tira os maiores proventos, como por exemplo: da aparição de um espirito à Bernardette em Lourdes e de fatos semelhantes, além de outros fraudulentamente preparados pelo clero, de que ela vive e se enriquece.
            Também não é de admirar que a igreja faça questão que as manifestações dos espíritos sejam excepcionais, isto é, que eles só se manifestem para o seu proveito, visto que os espíritos elevados e todos os que ela considera os seus santos, todos eles a condenam. É daí o pavor pelas comunicações normais. Mas a despeito do esforço que se faz para sufocar o espiritismo os espíritos continuarão a sua obra até que os muros da nova Jericó caiam por terra. A obra é deles e não nossa.
            O rev. pretende duvidar que, como diz Faget, os espíritos, segundo o seu estado moral são atraídos para as diferentes esferas, dizendo "que o purgatório dos espíritos inferiores consiste em ficarem rebatidos à tarefa que cumpriram na Terra". É aí que começa a confusão do rev. e é natural, como natural seria a minha se eu fosse obrigado a ir dizer missa.
            Aí entra a questão da zona lúcida mas é fácil elucidar o ponto por comparação. Imagine um suíno colocado em um salão cheio de alfombras. Acha que ele estaria lá tão satisfeito como num lameiro? Ou um bugre acostumado à tanga, numa festa do Clube dos Diários?
            O mesmo se dá com os Espíritos- cada um, naturalmente, procura o ambiente que se coaduna com o seu estado moral e sente-se bem ou mal, sempre de acordo com os sentimentos que o animam; têm o céu ou o inferno dentro de si mesmo.
            Quanto à interpretação que o rev. quer dar à resposta de Platão, "de que na realidade o Senhor não fala com Sócrates; nem mesmo com Pitágoras, nem mesmo comigo...
            No universo espiritual tornamo-nos uma vibração impessoal, para nos confundir numa nota harmônica e sublime fazer vibrar a um de nós, é fazer vibrar a todos, tirada, segundo afirma, do livro de M. Simosimo, dizendo que ela desmantela o andaime espírita pela base e que se depreende daí que é sempre o mesmo Espírito que se manifesta, é uma conclusão tão errônea como as outras.
            Para nós, é claro o que Platão diz e significa muito e muito simplesmente, que os espíritos atingem um estado moral em que amam ao seu próximo como a si mesmos; amando a Deus sobre todas as coisas é natural que reunidos lá nos mesmos sentimentos, aquilo que faça vibrar a um faça vibrar a todos; é a identidade de manifestação do amor. O mesmo poderia o rev. observar se entrasse em uma loja onde houvesse uma porção de planos; produzindo um som' que faz vibrar uma certa corda de um piano, em todos os pianos (que, aliás, não tem alma) a mesma corda vibraria também, desde que fossem afinados pelo mesmo diapasão. Assim, todos os espíritos elevados se confundem na manifestação que qualquer um deles dá, por estarem todos nas mesmas condições harmônicas. A palavra de um é a palavra de todos.
            Diz ainda o rev. que a dedução que se pode tirar da doutrina espírita é que os espíritos, à força de se purificar, acabam por não ser mais eles próprios, por se tornarem impessoais, por se perderem no grande todo. E para sermos lógicos, a conclusão final será: que um dia não haverá mais espíritos !.."
            O sofisma que o rev. emprega é falho como todos os precedentes. É, porém, uma conclusão perdoável para as criaturas que ainda são dominadas pelo egoísmo.
            O Cristo, porém, que nunca foi subjugado por esse vício, ensinou: "Sede um em mim como eu sou um no Pai, para todos sermos um no Pai". Porventura o Cristo não tinha a sua personalidade e não a conserva até hoje? E por ser um n ‘Ele, praticando as mesmas obras que Ele fazia, perde-se a personalidade? Ou não estava Jesus ainda puro? E quando a criatura atingir um dia a altura moral do Cristo, identificando-se com ele nos sentimentos, no amor e na caridade, perderá por isso a sua individualidade? Certo que não.
            A conclusão que o rev. devia ter tirado é outra: Jesus disse que "das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se havia de perder", e, portanto, que pela purificação dos espíritos, dia virá em que não haverá mais espíritos - homens - vaidosos e egoístas no nosso planeta e que todos se confundirão no mesmo amor de um para com o outro, e então virá Jesus tomar posse do seu reino em toda a sua glória.
            Também não é certo quando o rev. afirma que "Nós cristãos ensinamos clara e simplesmente, que as almas são imortais, que a responsabilidade das suas obras as acompanha e que terão eternamente a recompensa ou o castigo que lhes é devido".   
            A igreja prega, sim, as penas eternas para aqueles que não comungam com ela, mas para os seus adeptos adotou alvitres diversos. Para estes há as indulgências (bulas) que ainda hoje se negociam, há as absolvições até a terceira geração e o perdão pela confissão,
etc. O maior criminoso confessando-se, é absolvido, e tantas vezes quantas se confessa - isto para a igreja - mas outra é a lei que rege a matéria no além.
            O rev. interpretou mal os ensinos da igreja; se, porém, ela tivesse ensinado o que o rev. diz, e se o clero tivesse demonstrado o medo das responsabilidades das suas obras no além, outros teriam sido os Frutos da igreja.
            Também é natural que Faget tivesse dito "que quanto maior fosse a moral do médium, tanto mais acessível estaria à recepção de comunicações de espíritos elevados, pois isto é dogma da lei de atração: as ovelhas não se juntam com os lobos, entre os homens há o ditado, “dize-me com quem andas e eu te direi quem és" . E se isto se dá na Terra, como poderia, segundo ainda afirma o rev. “um mal padre consagrar tão realmente e absolver tão validamente como um bom?" 
            Jesus afirmou: “quem, não é por mim é contra mim". Ora um mal padre de certo não pode estar com Jesus, isto é, Jesus com ele. E Jesus ainda ajuntou:  "pelas obras os conhecereis". E falando ao clero da sua época, disse: "Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois que percorreis o mar e a Terra para fazer um prosélito, e depois de o terdes feito, o fazeis filho do Inferno, duas vezes mais do que vós", e "que as suas palavras eram para todos os tempos." Logo?. Ao povo ensinou Jesus: "Fazei aquilo que eles vos dizem, não porém o que fazem."
            É no próprio Evangelho que se encontra a condenação da Igreja, como também a luz que desaltera a sede dos sedentos das verdades pregadas pelo Cristo, e a confirmação da doutrina espírita.
            A Igreja não quer que se estude a doutrina espírita porque ela tem por base o Evangelho, e a ela (Egreja) não convém que este seja conhecido, a não ser nos poucos versículos que lhe apraz dar á publicidade.
            É preciso que o povo se conserve na ignorância da lei moral pregada por Jesus, para que os tesouros do Vaticano não diminuam, e os cardeais e os bispos possam sustentar a pompa, o luxo, o conforto e o bem-estar, pouco importando que o desgraçado que dá os últimos cinco mil réis para batizar seu filho, tenha no dia seguinte um prato de feijão, ou haja de passar fome.
            Esta é a lei principal da santa madre igreja.
            Que lhe faça bom proveito.

19

Propaganda Católica
           
            Sob o titulo acima “O grande mal do Espiritismo" recebemos um folheto dele propaganda involuntária do Espiritismo, folheto que teve larga distribuição em todas igrejas.
            O autor do folheto começa por dizer que o espiritismo não tem uma doutrina fixa porque se baseia nas revelações do outro mundo".
            Se o espiritismo não tem uma doutrina fixa, porque este pavor de que está possuída a Igreja?  Que mal lhe pode advir disso?
            Se decretar dogmas absurdos e fazer os crentes aceitá-los sem exame, sem raciocínio, é ter doutrina fixa, é justo confessar que não temos tal coisa; temos, entretanto, urna doutrina fixa, e esta é o Evangelho de N. S. Jesus Cristo, explicado, nos pontos a que ele se refere como sendo as suas palavras espírito e vida, em espirito e verdade, pelos seus mensageiros.
            A fixidez da doutrina católica foi que gerou o materialismo. Para a igreja, até hoje, o mundo é fixo e o sol gira em torno dele.  
            Se tudo progride, fatalmente a noção da moral tem também de progredir com o correr dos tempos. A prova disso é que Moysés pregou a um povo bárbaro, povo de escravos recém-libertados, a doutrina de “olho por olho” e “dente por dente", doutrina ainda hoje adotada pela igreja, enquanto Jesus veio ensinar: "amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que os perseguem e caluniam.” Esta é a doutrina adotada pelo espiritismo e é por isso que a igreja diz que temos parte com o demônio. Bendito demônio que a isso nos induz.
            Porventura pode o autor, ou melhor, a igreja, mostrar um único ensino, nos livros de Kardec, de León Denis ou em outros tantos de ensinos espíritas, que não esteja de acordo com a moral ele Jesus? Aponte-os, mas não invente.
            Não podendo fazê-lo, lança mão da mentira, como acontece no folheto a que me refiro. Diz a igreja: "Estas revelações em geral se adaptam ao modo de pensar do médium, conforme o diz Allan Kardec no livro “O que é o Espiritismo", página 92".
            O que se encontra na página 92 e nas seguintes é um diálogo entre um padre e Kardec, do seguinte teor:
            Padre - Se a igreja, vendo levantar-se uma nova doutrina, cujos princípios, em consciência, julga dever condenar podeis vós contestar-lhe o direito de discuti-los e combate-los, premunindo os fiéis contra o que ela considera erros?
            A. K. - De modo algum podemos contestar esse direito, que também reclamamos para nós mesmos.         
            Se ela se houvesse encerrado nos limites da discussão, nada haveria de melhor; lede, porém, a maioria dos discursos proferidos por seus membros e publicados em nome da religião, e os sermões que têm sido pregados, e vereis neles a injúria e a calúnia transbordando por toda parte e os princípios da doutrina sempre indigna e perversamente desfigurados.           
            Do alto do púlpito os espíritas não temos sido qualificados de inimigos da sociedade e da ordem publica, não temos sido anatematizados e rejeitados do grêmio da igreja, chegando-se a avançar que é melhor ser incrédulo do que crer em Deus e na alma pelos ensinos do espiritismo?
            Não lamentam muitos hoje não se poder atear para os espíritas as fogueiras da inquisição? 
            Padre -  Todo homem sensato deplora esses excessos; mas a Igreja não pode ser responsável pelos abusos cometidos por alguns dos seus membros pouco esclarecidos.
            A. K. - Convenho; mas entrarão na classe dos pouco esclarecidos os principais da Igreja? Vede a pastoral do bispo de Alger e de alguns outros nossos conhecidos...”     
            É exatamente o que hoje acontece aqui.
            Mas o que é que a Igreja defende? (falo do clero). Não é a sua farta subsistência? Não é a sua ociosidade?  Não é a sua, durante séculos, privilegiada posição? Não é o domínio das consciências favorecido pela ignorância do povo? Quais são as suas obras? Que é que ela faz de graça que de algum modo aproveite a quem quer que seja?
            As obras de Francisco de Assis, de Vicente de Paulo não são obra da igreja; eles enquanto vivos não foram por ela benquistos. A Igreja perfilhou as confrarias muito depois da desencarnação dos seus fundadores.
            Demonstre, porém, com fatos concretos, o mal produzido pelos adeptos da doutrina espírita, já que não temos papa nem clero para faze-lo.  Desejamos, mesmo, que se exponha ao juízo do mundo o nosso mal.
            Continuando, diz o autor do folheto:  "Sendo que todos nós somos médiuns, no dizer de Leon Dénis (‘Depois da Morte’, pág. 222)", chega o autor à seguinte conclusão tendenciosa: “e sabendo todos que “cada cabeça, cada sentença" - podemos concluir logicamente: O Espiritismo como doutrina religiosa e como ciência, é uma confusão." 
            O Espiritismo nem é confusão como doutrina religiosa nem como ciência, por não ser ele obra dos homens como o são os dogmas católicos, sim obra de espíritos superiores, enviados pelo Cristo com o objetivo de esclarecer a humanidade sobre a vida de além túmulo e apontar-lhe o caminho ela salvação. E tanto assim é, que jamais uma filosofia tocou tantas consciências e fez tantas conversões em tão curto espaço de tempo, como a explanada no "Livro dos Espíritos".
            Quanto a todos nós sermos médiuns segundo afirma Leon Dénis e segundo ensinam os espíritos, é um fato, e a própria igreja ensina, que cada um tem o seu anjo de guarda, ou guia, segundo o dizer dos espíritos. O guia fala à consciência do guiado inspirando-o para o bem e censura por meio dessa mesma consciência os maus atos e maus pensamentos, assim como os espíritos atrasados, inimigos nossos de existências passadas, nos tentam e procuram prejudicar-nos desviando-nos do cumprimento do dever. Isto é doutrina católica, pois ela tanto admite a tentação do demônio como a proteção dos santos e do anjo da guarda, admitindo ipso facto a mediunidade universal. E, da mesma forma pode aplicar-se a si mesma o provérbio “cada cabeça, cada sentença", pois que com diferença de poucos dias, um cardeal manda excomungar os protestantes e mover-lhes guerra, enquanto um outro, homem de real valor, sai do seu caminho para visitar a Convenção Protestante de Detroit, onde disse alto e bom som "estar certo de que tanto as ovelhas da sua igreja como as de outra qualquer seita cristã, são filhos de Deus". São, pois, dois príncipes da mesma infalível igreja que se contradizem.
            A simples proibição ás suas ovelhas da leitura de livros espíritas, bem como do tratamento pelo espiritismo, S. Em. o cardeal deve estar farto de saber que é um convite para fazer o contrário. E as estatísticas o demonstrariam se fosse caso de os espíritas fazerem reclamo."
            Lê-se ainda no folheto: "O médium, então, ou é um espírita sincero ou é um explorador da credulidade pública. Se é um espírita sincero, é perigoso, pois caminha para a loucura; é na melhor hipótese um doente. (E diante desta classe de doentes a igreja treme?).
            Eis o que diz, a respeito, o Dr. Juliano Moreira: "até hoje não tive a fortuna de ver um médium principalmente os chamados videntes, que não fosse neuropata."
            Assim pensam os Drs. Franco da Rocha, Homem de Mello, Henrique Roxo, A. Peixoto e um sem número de homens de valor." (?)
            É o velho chavão, já muito enferrujado. E se a igreja assim pensa, admira que ela tenha tanto medo dos loucos, ou, na melhor hipótese, dos doentes, que se atrevem a não abdicar da razão e deixar que ela pense e raciocine por eles, pagando, já se subentende.
            Quanto ao que ela atribui como sendo opinião do Dr. Juliano Moreira, pouco ou nenhum valor tem no caso pois que ele não se tem dedicado a pesquisas psíquicas e a sua opinião é mais que contrabalançada pelos seus colegas Drs. Bezerra de Menezes, Paul Gibier, Dias da Cruz, March, Pinheiro Guedes, Alberto Seabra, Charles Richet, Lombroso, Conan Doyle, o próprio Laponi (este médico do Vaticano ), e inúmeros outros médicos e cientistas de real valor, que durante longos anos se dedicaram desinteressadamente a exaustivos estudos. E quanto ao que pensam os outros médicos citados, que valor tem as suas opiniões diante dos fatos constatados em todas as partes do mundo por homens sábios?
            Que valor tem tal opinião diante do fato presenciado pelo senador Dr. Virgílio Mendonça, Dr. Remígio Filgueiras e outras pessoas, no Pará, em casa do Sr. Eurípedes Prado, onde assistiram a uma operação praticada por um espírito que, em presença de todos, se materializou, operou e sumiu-se depois de lancetar um tumor?
            Que valor tem as suas opiniões diante do fato de um médium receitar remédios, acertando no diagnóstico de uma pessoa a mil léguas de distancia com apresentação do nome, idade e moradia do doente?
            Lê-se ainda no folheto: "O espiritismo prega a prática da caridade, dá esmolas e remédios. As grandes virtudes são 3: Fé, Esperança e Caridade, segundo as palavras do próprio Cristo, nosso Senhor. O espiritismo fomenta a caridade (ora graças), mata por completo a fé e falsifica a esperança. Conclusão: é uma seita legitimamente filha do espírito das trevas, do espírito mal, que deslumbra com luz falsa, para matar." 
            De fato, o Espiritismo, isto é, os espíritos não se cansam de aconselhar a prática da caridade que é a tábua de salvação da criatura e o evangelho de Jesus resume-se nisso mesmo: “O amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo"; portanto, se o espiritismo fomenta a caridade, está, ipso facto, dentro da lei e disso nenhum mal pode advir.
            Diz a igreja que o espiritismo mata por completo a fé. Também isso não deixa de ser verdade se a igreja se refere à fé que ela prega, a fé cega, a fé que sem exame aceita os seus mistérios sem lhes procurar uma explicação. Mata-a mesmo. Mas no seu lugar dá origem à fé raciocinada, a fé baseada em factos e provas provadas da sobrevivência da individualidade consciente e da possibilidade de sua comunicação com o mundo material.
            No nosso caso não existe mais a fé vacilante do católico que pratica os atos prescritos pela igreja, por causa da dúvida, se por acaso Deus for assim como a igreja pinta.
            Quanto à esperança, também tem razão a igreja. Ela dá aos seus fiéis mais de uma; dá-lhes a do céu, a do purgatório e a do inferno. Dá-lhes a esperança na comunhão, nas rezas e a promessa da nossa senhora do Carmo de tirar do purgatório no primeiro sábado depois da morte, a quem adquirir um escapulário. Na dúvida, porém, de que a nossa senhora do Carmo cumpra a promessa, aconselha a igreja que se mande dizer missa, mesmo que o freguês tenha levado o escapulário para o outro mundo.
            Para o espírita a esperança se transforma na certeza de que a lei é uma só para todas as criaturas e que a cada um é dado segundo as suas obras, e de acordo com o grau de culpabilidade é julgado pela sua própria consciência no Além; que a salvação é universal, porque a todas as criaturas é dado expiar e reparar o mal feito e que essa expiação e reparação se executam por meio da lei da reencarnação.
            Quanto à conclusão acima citada, ainda desta vez, temos de dar razão à igreja, pois, nestes tempos de mercantilismo, quem segue os conselhos do Cristo, dando de graça o que de graça recebe, por força há de ter o diabo no corpo, visto que a única religião verdadeira, isto é, os seus propugnadores tudo vendem a preço marcado, desde o batismo até a encomendação e benzedura do corpo podre para melhor os vermes o devorarem. E tudo isso por espírito de caridade às avessas...
            Naturalmente, quem se atreve a dar receitas e remédios de graça e a curar, sem interesse de espécie alguma, pois a despeito de toda classe de acusações, a igreja ainda não demonstrou que interesse material nos move a assim proceder, é um astucioso e tem por força que ter pato com o demônio, visto que a igreja, que é a única do Deus verdadeiro, nada disso pode fazer.
            E as palavras de Jesus aos apóstolos e aos seus sucessores dirigidas: "Ide, curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, fazei andar os paralíticos, expeli os espíritos imundos, dai de graça o que de graça recebeis", é uma tradução falsa do texto latino. O que aí consta é justamente o contrário. Aí Jesus manda: "negociai com os sacramentos, vendei as missas e se alguém vos implora uma prece de graça, excomungai-o.” 
            A igreja tem por força de seguir os ensinos do texto latino pois que é em latim que ela reza.
            O folheto finaliza com o seguinte:
            "Em resumo: o espiritismo é um mal. O bem que ele possa fazer, pela Caridade, desaparece diante dos males funestos que espalha por toda parte.          
            "Contribuir de qualquer modo para propagar essa moléstia, (é contribuir para a diminuição da igreja e do seu consequente poder, e, portanto), é cometer um crime. A imprensa devia ser a primeira a calar qualquer noticia dessas aparições forjadas pela superstição dos tolos e pela esperteza dos maliciosos.
            “Se, como diz o Evangelho, pelo fruto se conhece a árvore e sendo os frutos do espiritismo: o suicídio, a loucura e a perda da fé (católica} é dever de consciência (católica) combater o espiritismo."
            Se na coerência dos seus ensinos condescendemos com a igreja dando-lhe razão, não podemos concordar com este final, mesmo porque a igreja não demonstrou, com um único fato, ao menos, ser o espiritismo um mal. Acusar sem provas não é honesto. É preciso provar: e por isso proponho o seguinte alvitre:
            Se a igreja tem coragem, obtenha do Dr. Juliano Moreira, a quem cita no seu folheto, licença para se proceder a um inquérito com o fim de verificar quantos católicos e espíritas se acham internados no Hospício de que é diretor, ou, para ser mais favorável a igreja, quantos doentes se acham ali internados sofrendo de mania religiosa e quantos aí se acham devido ao espiritismo. Argumentemos com factos.
            O "Occult Review" de novembro, citando a resposta que Sir Arthur Conan Doyle deu a um pastor, que também cometeu a leviandade de dizer que o espiritismo faz loucos, cita a seguinte estatística: "Numa investigação a que se procedeu nos asilos de New England, a parte dos Estados Unidos onde o espiritismo é mais disseminado, verificou-se que de 14.300 casos de alienação mental existiam 22 clérigos e 4 espíritas".
            Como nos USA, segundo o último censo, existiam aproximadamente 12 milhões de católicos e 13 milhões de protestantes, portanto, mais ou menos 25% da população total, pode-se razoavelmente, presumir que entre os 14.500 internados havia - 3.620 "católicos e protestantes para 4 espíritas.
            Se quiséssemos usar da má fé de que usam os nossos adversários gratuitos, concluiríamos que é muito mais perigoso ser católico do que espírita. Os mesmos algarismos aplicam-se ao suicídio e a igreja sabe disso melhor do que nós.
            Nós, porém, não pretendemos nem devemos usar das mesmas armas para responder aos nossos detratores. Se os clérigos e os seus fieis internados nos hospícios sofrem das faculdades mentais, não é devido à religião que professam ou representam, e sim, a faltas, crimes, cometidos em existências passadas, que Deus permite por esse meio serem resgatados. É a lei de "quem com ferro fere com ferro será ferido" que se cumpre.
            Quanto a ser crime, o "contribuir para propagar a moléstia do espiritismo", é questão de opinião e opinião de quem, neste caso, tem interesse material em abafar a verdade para que o seu erro não seja manifesto.
            A imprensa não foi instituída para calar fatos que se desenrolam, só para ser agradável a quem julga que os fatos o possam prejudicar, e sim, para esclarecer a humanidade.
            Os fatos espíritas, mesmo com a imprensa calda, produzem-se tão a miúdo nos lares católicos, sem ser provocados, que por si só bastarão para converter as massas.
            Lamentamos o clero católico pois de sobra conhecemos a sua responsabilidade quando, como agora, procura acirrar ódios contra que quem lhe procura abrir os olhos para que não caia no abismo que ele mesmo está cavando.  Que Jesus o ampare são nossos votos sinceros.
            De um anônimo recebemos a seguinte missiva que aqui transcrevemos para ser respondida por quem de direito, visto ser impossível a nós.
            “Rio, 25 de novembro de 1919. Ilmo. Sr. Fred. Fígner,
            Caro Amigo: Poderá V. As. me explicar a razão pela Crônica Espírita no Correio da Manhã qual é a razão por que S. Em. o Cardeal Arcoverde faz a campanha somente contra o Protestantismo, Espiritismo, Abrigo Thereza de Jesus e a Associação Cristã de Moços e deixa em paz o Positivismo que fez a separação da igreja do Estado no Brasil? Será porque no exército brasileiro haja muitos positivistas? Como eles são espertos? Um vosso admirador.”
            Tem, pois, a palavra, Sua Eminência.

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