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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Verdades da Verdade - Parte 1 de 5



             Afortunadamente, conseguimos localizar o livro sob o título ‘Verdades da Verdade’, editado pelo próprio Fígner, em 1930.

            Este livro condensa alguns dos melhores textos de Fígner que foram publicados no jornal ‘Correio da Manhã’ no início do século passado.

            Se você quiser saber mais sobre o Fígner (O irmão Jacó do livro ‘Voltei’, edição FEB), basta entrar no Google. Inúmeros sites fornecem detalhada biografia desse inesquecível personagem do movimento espírita na primeira metade do século passado.  


0   “Verdades da Verdade”

Ao Dr Edmundo Bittencourt

Pela superioridade de ânimo, desprezando interesses e preconceitos, me proporcionou meios de expandir 
as minhas idéias pelas colunas do Correio da Manhã, a minha gratidão.
Que Deus o abençoe.

            Julgando prestar um serviço à verdade ofereço este livrinho - reunião de artigos publicados no - “CORREIO DA MANHÔ - em diversas épocas - aos que se interessam pelos assuntos que condizem com a sobrevivência da personalidade humana e o seu destino.  
            Os diversos credos resolveram o problema segundo a capacidade mental ou interesses dos seus chefes. Para uns existe o céu, o purgatório e o inferno. Para outros há o céu e o inferno só, enquanto que para outros ainda há a desintegração gradual da personalidade, subindo a essência espiritual até o plano mental. Para outros, ainda, a morte é o apagar da luz de uma vela - o nada.
            Todos, porém, estão enganados. A verdade sobre este assunto é de fácil acesso a quantos com isenção de ânimo queiram conhece-la. Não existe a morte. Quando a criatura fecha pela derradeira vez os olhos aqui, no mesmo instante, e muitas vezes antes de o fazer, ela os abriu e continua a vibrar no outro plano - no mundo da verdade.
            Ao penetrar o espírito na vida espiritual é recebido, se o merecer, pelos seus entes caros que nela o precederam e depois gravita, segundo o seu estado moral, para regiões onde se encontram os que sé acham em idêntico estado ao seu. Aí, ele é feliz se foi justo e cumpridor dos seus deveres cristãos, ou infeliz, se foi mau. Toda a dissimulação lhe é impossível então, pois que todos os seus atos e pensamentos lá estão patentes as vistas de todos. Ele se acha moralmente nu. Sensação assaz desagradável para os que, podendo fazer o bem, fizeram o contrario.
            Vem muito a propósito uma comunicação recebida no meu grupo e que aqui transcrevo:
            "A alma é bem como um espelho, que tem a particularidade de gravar indelevelmente as imagens que se lhe antepõem. Espelho de dimensões incomensuráveis, reflete e deixa gravado o grande rosário das ações que pratica através de múltiplas encarnações!
            A esponja do tempo não lhe apagará jamais os traços, somente a própria ação terá o poder de destruir o mal que fez, pelo bem que fizer!
            Tudo escrito, gravado para estudo, para o progresso, para com o próprio esforço conquistar o seu verdadeiro e imortal paraíso."
            Todos seremos julgados não segundo as nossas crenças e sim tão somente, segundo os nossos atos.

Fred. Figner

1  A Divindade da igreja Católica

         De Barbacena me enviaram um livrinho com o supracitado título e como também se ocupa do espiritismo, peço ao monsenhor Miguel Martins licença para fazer uma análise da sua obra.
            A meu modo de ver, começou mal o monsenhor, pois logo na 1ª página truncou o versículo 17 do 18º cap. de Mateus, da seguinte forma:
            Diz monsenhor: "Se alguém não ouvir a igreja, seja ele por vós considerado como pagão e perverso", enquanto a passagem do Evangelho diz o seguinte: "Se teu irmão pecar contra ti, vai e corrige-o entre ti e ele só, se te não ouvir procura-o de novo, levando contigo duas pessoas para que sirvam de testemunho, e se os não ouvir, dize-o à igreja, e se não ouvir a igreja, tem o (tu) por um gentio ou um publicano".
            Já vê o monsenhor que não foi à igreja que Jesus se referia, nem lhe outorgou poder de espécie alguma. E dá-se mais: aí Jesus falava da igreja judaica, mesmo porque naquele tempo nem sombra da igreja católica existia, nem das imagens; e Jesus até o fim ou pregou nos campos ou nas sinagogas israelitas.
            No prefácio, diz monsenhor que escreveu este livrinho com o fim de salvar algumas almas e assim também a sua. Creio que a salvará, mas cometeu logo no princípio um grave erro com o desvirtuamento do versículo acima. E não sou eu, é João no vers. 18 do último capítulo do Apocalipse, que o verbera severamente.
            Também não foi bem inspirado o arcebispo D. Duarte Leopoldo e Silva, em aprovar o livrinho sem o ver, pois teria evitado este grave erro e outros que estão em desacordo com o Evangelho.    
            No segundo capitulo diz o monsenhor: "Em segundo lugar, para saber qual é o amor, quais os serviços que devemos prestar e quais as honras que devemos tributar a Deus, seria preciso por nós mesmos poder conhecer os seus gostos, os seus desejos e a sua vontade" . É boa...
            Então Jesus não ensinou qual é a vontade, gosto e desejo de Deus e o meio pelo qual o podemos amar e honrar? Jesus, além de ensinar os meios, exemplificou com os atos pelos quais podemos ser agradáveis ao Pai.
            Bem ensinou Ele: - "Amai-vos uns aos outros". “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é que me ama; e aquele que me ama será amado do meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele."
            Jesus deixou-se crucificar para nos dar o exemplo de resignação e humildade; e de amor e perdão quando do alto da cruz pediu ao Pai perdão pelos seus algozes, exemplificando com este ato o ensino: "Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam."  Fazer tudo isso e não fazer aos outros o que não desejamos que se nos faça, são os únicos serviços que poderemos prestar a Deus. Não é isso, Monsenhor?
            Também não está certo quando monsenhor diz: "Deus enviando ao mundo o seu unigênito Filho para salva-lo, fez por intermédio deste uma terceira e última revelação, completando e aperfeiçoando as duas anteriores. Com essa revelação plena, que devia ser a última, feita a todo gênero humano, o Filho de Deus constituiu a religião em seu estado definitivo". Não é verdadeiro isto. Nem Jesus instituiu as imagens nem as hóstias, nem a infalibilidade do papa, nem culto externo de espécie alguma, nem as missas pagas à boca do cofre, nem as encomendações dos corpos. E além de tudo Jesus ainda disse que os seus ensinos não eram definitivos quando ensinou: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (João, cap. 14), e, "Eu tenho ainda muitas coisas que vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora". "Quando vier porém, aquele Espírito da Verdade, ele vos ensinará todas as verdades". (João, cap. 16).
            Não se depreende daí, monsenhor, que a revelação que Jesus deu era velada, devido às condições atrasadas da humanidade de então, e que com o tempo enviaria o Espírito de Verdade, o Espiritismo, para trazer novas luzes às inteligências mais evolvidas para melhor as esclarecer! Ou acha monsenhor que a humanidade já cumpre os preceitos do Cristo?
            E a igreja? Amará ela já aos seus inimigos, desprezará já os bens terrenos dando-os aos pobres, tomando a sua cruz para seguir o Cristo? Em que consiste a sua divindade? Será na sua intransigência?
2

            No terceiro capítulo do seu livrinho, monsenhor Miguel Martins é um tanto incoerente quando ensina: "O homem não tem o direito de a seu capricho, nem mesmo à sua vontade (sem o especial consentimento de monsenhor) escolher para si uma qualquer elas religiões existentes; porém, tem o dever de adotar unicamente aquela de que ele tem a perfeita certeza que é a religião verdadeira, a que foi revelada por Deus". E adiante diz:  "Em qualquer tempo que lhes sobrevenha qualquer dúvida deverão consultar, estudar, ponderar, e logo que se convençam que a sua religião é falsa, devem imediatamente procurar professar aquela que julgam verdadeira."  Muito bem! Mas acaba o terceiro capitulo com a seguinte frase: "Por conseguinte tributemos todo amor, dedicação e devotamente à nossa religião; (ainda bem) e, pelo contrário, votemos todo desprezo, ódio e rancor a tudo quanto convém, interessa, agrada a todas as outras seitas e associações contrárias e adversas à nossa religião" (Mal, muito mal).
            Quase que sinto monsenhor dizer: ah! Que pena que não exista mais a Santa Inquisição! Mas de certo, porque o rev. seria logo elevado a inquisidor-mor.
            Foi esta a tolerância que Jesus pregou e exemplificou? Então o freguês tem por obrigação escolher a religião, que de acordo com a sua consciência seja a melhor, mas se esta não for a católica, - fogo nele?
            Que bela lógica! Não, monsenhor, o rev. descarrilhou, pois, como ensina logo no principio do 4º capítulo - "O Evangelho, é a história mais verdadeira que se possa imaginar" - e sendo assim, como é que monsenhor pode pregar o que acima cito? Não será o que Jesus previu quando disse que os tempos teriam chegado "quando a abominação da desolação estivesse no lugar que deveria ser santo?" Não é a abominação das abominações?
            Não é a igreja que desvirtua o que ela sabe ser o mais verdadeiro? Não ensina ela só os versículos que lhe convém, do Evangelho, escondendo aqueles que a condenam? Monsenhor não ignora que lá está a condenação da grande Babilônia e dos atos que ela pra ticou e pratica.
            Lá, Jesus manda: "Ide e pregai o Evangelho, cura os enfermos, ressuscitai os mortos, expeli os maus espíritos, dai de graça o que de graça recebeis"; e, em obediência a esse preceito, a igreja não cura, não ressuscita, não limpa os leprosos, não liberta os possessos e vende tudo o que de graça recebe, isto é, vende aquilo que finge ter recebido. Não é verdade, monsenhor?
            O espiritismo, seguindo os preceitos, ensina a salvação universal, mostrando um Deus cheio de bondade e misericórdia, ao passo que a igreja ensina a condenação eterna, fazendo de Deus um monsenhor Miguel Martins.
            O espiritismo prega o amor a todos sem cogitar de crenças, seitas religiosas ou nacionalidades, pois que no Além não há divisões nem limites e todos somos irmãos, filhos de um só pai. Lá, cada um sofre ou goza; de acordo com os seus atos. Ter pertencido a esta ou aquela seita nada vale, se os sentimentos não estiverem apurados, de acordo com os ensinos que tem baixado à Terra em diversas partes do mundo e em diversas épocas, e a todos ensinando a mesma moral que Jesus exemplificou - o amor ao próximo.
            O espiritismo ensina ainda, que as práticas pagãs da igreja católica e os seus atos exteriores nenhum valor tem perante o Criador pois só servem para deslumbrar a vista sem atingir o coração da criatura, e que, de acordo com os ensinos de Jesus, quem quiser orar e implorar a misericórdia do Pai, deve faze-lo fechado no seu quarto e não imitar o clero que nesse mesmo capítulo Jesus condena. (Mateus cap. 6).
            Pregando o ódio, desprezo e rancor, parece-me que o Monsenhor terá que voltar muitas vezes ao mundo antes que salve a sua alminha. Essa intolerância pode estar muito de acordo com a igreja, mas não com o Evangelho onde Jesus ensina a tolerância dizendo:  Não proibais que façam curas em meu nome; pois quem não é contra vós, é por vós” - e condena aqueles que, nada fazendo o chamam Senhor; Senhor. Não é verdade também isto, monsenhor?

3

            Diz monsenhor Martins no 4º capítulo do seu livrinho: "só a igreja católica é que constitui uma sociedade religiosa perfeita, como devia ser constituída por Jesus".
            "Em todas as sociedades que não têm à sua frente uma autoridade suprema, a quem todos os membros devem obedecer, em vez de ordem e respeito reinarão a insubordinação, a anarquia e a confusão. Pondo-se de parte a igreja católica, nenhuma outra associação religiosa tem um chefe espiritual e soberano, a quem todos prestem a devida submissão". "Todos os sacerdotes, todos os bispos do mundo inteiro obedecem ao papa".
            Não há dúvida que esta obediência é um fato, mas será um bem?
            Parece-me que não, pois o papa é homem falível como todos e como o próprio monsenhor diz no seu livrinho: "O erro será sempre o erro, embora o mundo inteiro o adote".
            Monsenhor sabe que o papado é a criação do sanguinário general Focas, do sétimo século, que, por despeito, deu ao bispo de Roma o titulo de bispo dos bispos não sendo, portanto, obra de Jesus.
            Sabe também que sem liberdade não pode haver progresso e que dando Deus o uso da razão ao homem não foi para que ela fosse escravizada a quem quer que seja e, se a igreja ainda tem adeptos, é porque em matéria religiosa o homem é preguiçoso para meditar. Enquanto queima as pestanas para resolver problemas difíceis ou negócios que lhe deem ganho material aceita os maiores absurdos em matéria religiosa como monsenhor mesmo o diz.  
            Também, o monsenhor não ignora que há exceções e que valiosos elementos têm recebido luz e abandonado a igreja, até entre o próprio clero, por terem descoberto que a divindade da igreja é uma vã pretensão, como não ignora que entre Pedro e Paulo houve desavenças, como as houve mesmo no tempo de Jesus entre os apóstolos, e eles eram os escolhidos. Portanto, se existe obediência na igreja católica, é devido ao interesse do clero que não quer perder o emprego e é esta a única razão da obediência.     
            Já vê que não é por santidade nem do papa nem da igreja, que há obediência, e sim pela boa invernada, de que todo o clero goza.          
            A igreja de Jesus, porém, foi na sua origem a reunião dos convertidos por Pedro e os outros apóstolos, convencidos da superioridade dos missionários, de quem procuravam sempre seguir os conselhos e direção para auxiliarem e cooperarem na difusão da Boa Nova. A igreja do Cristo formava-se dos sinceros e verdadeiros crentes, judeus ou gentios que aceitavam a Lei do amor que Jesus veio pregar aos homens.
            A igreja de Jesus é a totalidade dos filhos submissos e zelosos, que se reúnem por intenção quando não podem fazer de fato, mas não são os templos construídos pelos homens, os quais segundo a palavra de Paulo, Deus não habita.
            E Paulo diz na sua 2ª epístola aos Coríntios: “E que consentimento tem o templo de Deus com ídolos? Porque vós sois o templo de Deus vivente, como Deus disse: nele habitarei, e entre eles andarei".
            Ter-se-ia enganado Paulo?
            E cá entre nós que ninguém nos ouça, o monsenhor sabe que o sonho do papa é de obter de novo o poder temporal e ele sabe também que este poder só lhe pode advir da derrota da Itália e da consequente vitória do Kaiser. Daí a posição dúbia que o Vaticano tem mantido neste cataclismo que desola o mundo inteiro, desejoso da vitória daqueles que lhe podem servir de escadinha para subir de novo ao trono de rei.
            Assim seria o Kaiser imperador do mundo e o papa o imperador das consciências, com o consequente restabelecimento da santa inquisição.
            Este é o sonho e a prova palpável de que o clero é inimigo das instituições do nosso país, obrigado como é, em obedecer ao papa, como monsenhor mesmo apregoa.
            Mas descanse monsenhor, e isto também lhe digo em segredo, a vitória será dos aliados e, como já tive ocasião de dizer ao seu colega de Cuiabá, a vitória das democracias e do socialismo, que a igreja também combate, será princípio da queda da grande Babilônia predita por João no Apocalipse, Babilônia que é a igreja católica.

4

            Prosseguindo, diz monsenhor Martins:
            “Só a igreja católica tem a plena justificação da verdade da sua doutrina e a legitimidade da sua missão por meio do milagre, fato que só pode ser produzido por Deus. O milagre é a derrogação das leis naturais em relação a um caso particular; e essas leis, sendo regidas unicamente por Deus é somente Deus quem as podem derrogar... Nas outras associações religiosas podem apresentar mistificações, ilusões enganos ou fraudes ou prodígios que não exigindo um poder infinito podem ser feitos pelos demônios".
            A asserção de monsenhor cai por terra, pois em todos os tempos e em todos os credos a fé nos ídolos sempre tem produzido os mesmos efeitos que produzem alguns dos ídolos da igreja católica. Começando pelos Judeus, a quem Moisés curou pelo efeito da fé na serpente de bronze, curando os que foram mordidos pelas cobras. Em todos os tempos os sacerdotes de todas as crenças produziam o que se chama impropriamente milagres. Poder-se-iam citar inúmeros exemplos. Até Apolônio de Tiana, que abraçou as crenças de Pitágoras, fazia curas maravilhosas.  Só o clero, que falsamente se denomina cristão as não faz, e isso pela simples razão de estar obcecado pela posse do ouro e do domínio das consciências.        
            Os chamados milagres da igreja são unicamente produzidos pela fé na Virgem, no que o clero de modo algum intervêm.  A fé, sim, nesse grande espírito, cheio de piedade pela humanidade sofredora, o qual devido às suas altas virtudes, obtém da misericórdia infinita do Criador as esmolas que implora, sempre porém, dentro dos limites da sua justiça, Monsenhor mesmo o confessa no seu livrinho, dizendo: "Quando Deus não quer os santos não rogam", e como de tantos que vão a Lourdes e outros pontos onde se explora a credulidade pública, nem um por mil ficam aliviados, fica demonstrado claramente que os santos não rogam tanto quanto monsenhor apregoa.
            Quanto à derrogação das leis, com semelhante afirmação o monsenhor derroga a onisciência do Criador que instituiu leis, sem saber que de futuro, para fazer um especial favor à igreja católica, as teria de revogar. Imagine monsenhor, um Deus imprevidente! Não é blasfêmia?
            Quanto á segunda parte, sobre os prodígios praticados pelo demônio nas associações que não comungam com o reverendo, a sua própria consciência bradou quando monsenhor escreveu este absurdo, e o reverendo sabe que hoje há pouca gente que não procura o espiritismo como último recurso para ser curada; e a grande maioria (talvez não exagero dizendo-a de 80%), dos que se curam por ele são católicos, sem que ninguém os procure dissuadir das suas crenças.
            Diz ainda o monsenhor: Todos os católicos devem condenar tudo quanto é condenado pela Igreja Católica, porque se ela condenasse o que é bom, conveniente, necessário, deixaria de ser divina. Ela condena o livre pensamento (que Deus concedeu à criatura quando lhe outorgou o livre arbítrio); à liberdade de consciência (que é outro dom do Criador), o socialismo (porque ela quer tudo para si e nada para os outros), o positivismo, o espiritismo (porque proclama a verdade de Deus e a imortalidade do espírito), o protestantismo, a maçonaria, o divórcio (e absolve a ladroagem, o assassinato, o adultério e todos os crimes que os fieis lhe confessam).
            E com isso a igreja lavrou um tento, pois pretendendo ser de Jesus, condena-o, porque o maior socialista foi justamente Ele, e o segundo foi o seu precursor João, o qual, quando a multidão, afluindo ao seu batismo o interrogava sob o que deveria fazer, disse: “Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem nenhuma, e quem tiver alimento faça o mesmo”, Não é isso socialismo, monsenhor?
            E, Jesus da mesma forma disse ao moço rico:  “Vende tudo o que tens... dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu". Mas Jesus não tinha onde repousar a cabeça e os seus pretensos representantes vivem em palácios, e como não os querem vender e repartir o produto com os pobres, pregam contra as doutrinas ensinadas por Jesus. Querem proibir o livre pensamento dos outros para melhor os poderem engazopar (iludir). Mas Deus não o quer e é por isso que o Espiritismo, que os apavora, está se propagando tão rapidamente.

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