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quarta-feira, 24 de junho de 2015

A Verdadeira Religião

        


             Estudando-se o Evangelho, sem espírito de sectarismo, chega-se à conclusão incontestável de que Jesus jamais pregou ou defendeu nominalmente qualquer religião, nem deixou margem para que esta ou aquela Igreja se arrogasse privilégios especiais, ou se intitulasse a única que salva.

            O que ele ensinou sempre, invariavelmente, em todos os momentos de sua vida pública, foi a Religião do Amor, do Bem, da Caridade!

            Senão vejamos.

            Dando início à sua doutrinação, a quem promete ele as bem-aventuranças do reino dos céus?

            Aos bons, isto é: aos humildes de espírito, aos mansos, aos que procedem conforme a justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacificadores... (Mat., Cap. 5)

            Não quer, porém, simples aparências do bom caráter, nem manifestações de falsa piedade, tão ao sabor de certos religiosos, e daí o afirmar, peremptoriamente: “Se a vossa justiça não for maior e mais perfeita que a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos céus.” (Idem)

            Qual a razão dessa advertência? Muito simples. É que os tais escribas e fariseus, conquanto fossem servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias estatuídas pelos rabinos do moisaísmo, de virtudes mesmo nada possuíam.

            Em seguida, passa a ensinar assim: “Se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe a outra; àquele que quiser demandar convosco em juízo, para vos tomar a túnica, cedei-lhe também a capa; se alguém vos forçar a caminhar mil passos, carregado, vai com ele dois mil; dai a quem vos pedir e não volteis as costas a quem vos queira solicitar um empréstimo; ao que tirar o que é vosso, não lho reclameis; amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos odeiam; bendizei os que vos amaldiçoam; orai pelos que vos perseguem e caluniam; sede misericordiosos, como vosso Pai é misericordioso; fazei o bem sem ostentação; não julgueis; tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a eles, pois é nisto que consistem a Lei e os Profetas.”  (Mat., Caps. 5-7)

            Positivamente, ninguém saberia nem poderia usar linguagem mais clara, nem mais precisa do que esta, para dar-nos a entender como devemos pautar nossos atos, a fim de satisfazermos à Lei de Deus.

            Quem há que não almeje para si apenas o que é bom? que não deseje ser tratado com afabilidade? que não queira ser socorrido em suas aflições? que não aprecie ver desculpados os seus erros? que não espere benevolência para as suas fraquezas e imperfeições? que não aspire ao perdão para os seus deslizes?

            Pois bem, esse mesmo tratamento, amorável e fraterno, que gostamos de receber, é o que devemos dispensar ao nosso próximo, se é que pretendemos ganhar a “salvação”, ou, melhor dito, a felicidade eterna.

            Não haveria de faltar, porém, falsos profetas, que lançassem a confusão em torno de verdades tão simples, que disseminassem doutrinas esdrúxulas, segundo as quais, para salvar-se, ninguém precisa ser bom, nem realizar boas obras... mas tão somente crer em tais ou quais dogmas teológicos...

            Prevendo isso, avisa o Mestre, alto e bom som: “Toda árvore que não dá bom fruto, é cortada e lançada ao fogo.” - “Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”

            Acrescenta ainda, para que não subsistam quaisquer dúvidas:

            “Aquele que ouve minhas palavras e as observa é comparável ao homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha. Veio a chuva, transbordaram os rios, os vendavais sopraram e se arremessaram contra essa casa, e ela não caiu, pois estava edificada sobre a rocha. Aquele, porém, que ouve minhas palavras e não as observa, assemelha-se ao insensato que construiu sua casa sobre a areia. Veio a chuva, os rios transbordaram, sopraram os ventos, precipitaram-se sobre essa casa e ela desabou; e grande foi a sua ruína.” (Idem, Cap. 7)

            Aí está, com que frisante nitidez o Cristo põe em destaque a importância de praticar os seus ensinamentos.

            Ora, ele é a revelação viva de Deus, a personificação de Sua lei, e, portanto, o único fundamento sobre que podemos edificar um caráter reto.

            Mas, edificar sobre o Cristo não é apenas decorar as Escrituras Sagradas, exaltar lhes os sublimes conceitos, fazer uma tocante profissão de fé, cantar belos hinos sacros...

            Não! Edificar sobre o Cristo é cumprir a sua palavra, é obedecer-lhe às instruções, é fazer a vontade d'Aquele que o enviou, é enfim possuir uma fé que se manifesta em obras de bondade!

            Prosseguiremos.
A Verdadeira Religião - Parte 1
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Junho 1970



Parte 2

            Se a Humanidade devesse ser salva pela filiação a uma só e determinada Igreja, por suposta infalível, com exclusão de quantas mais existissem, bem triste seria a sua sorte!

            Como poderiam as gentes iletradas ou de poucas letras identificar “a tal”, se constantemente estão surgindo novas seitas, pretendendo cada uma possuir essa característica? Como, se os graus de entendimento são infinitos, e aquilo que satisfaz a uns não apraz a outros? Pois se nem mesmo os sábios, até hoje, conseguiram pôr-se de acordo a esse respeito?!

            Felizmente, porém, o plano de Deus é bem outro, como se há de ver pela explicação dada por Jesus a um doutor da lei.

            Este lhe perguntara: “Mestre, que devo fazer paro entrar na posse da vida eterna?”

            Como se vê, pergunta direta, sem rodeios, exigindo resposta específica.

            Então Jesus lhe diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o máximo e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas. Faze isso, e viverás.”  (Mat. 22: 34-40; Mar. 12: 28-34; Luc. 10: 25-28. )

            “AMA O TEU PRÓXIMO, E VIVERÁS” -  eis, na palavra do Cristo, a que se reduz o problema da salvação das almas.

            Desgraçadamente, porém, apesar da simplicidade da fórmula, nem todos conseguem acertar de pronto a equação, porque... ignoram quem é o seu próximo.

            Valha a esses a parábola do bom samaritano (Luc. 10: 29-37), com que Jesus, no colóquio mantido com aquele mesmo doutor da lei, elucida lhe o que significa ser o próximo de alguém.

            “O mandamento que vos dou é este: que vos ameis uns aos outros, como eu vos amei.” (João, 15 :12), tornaria a dizer, mais tarde, o Divino Mestre, reafirmando, assim, ser “o amor ao próximo” a síntese do Evangelho do Reino.

            E, como que a rematar toda a sua doutrinação nesse sentido, eis em que termos instrui seus discípulos acerca das recompensas e penas futuras:

            “Quando o Filho do homem vier em sua majestade, acompanhado de todos os anjos, assentar-se-á sobre o trono de sua glória, e, estando todas as nações reunidas perante Ele, separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas das cabras, e colocará as ovelhas à sua direita, e as cabras à sua esquerda. Então dirá o rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, e tomai posse do reino que vos foi preparado desde o começo do mundo; pois que tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; fui hóspede e me recolhestes; ,estive nu e me cobriste; estive enfermo e me visitastes; estive preso e me foste ver. Responder-Ihe-ão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos hóspede e te recolhemos, ou nu, e te vestimos, enfermo ou preso e te fomos visitar? O rei lhes responderá: Na verdade vos digo, todas as vezes que fizestes isso a um dos meus mais pequeninos irmãos, foi a mim que o fizestes. Depois dirá aos que estiverem à sua esquerda: Retirai-vos de mim, malditos: ide para o fogo eterno, que foi preparado para o diabo e para os seus anjos; porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; fui hóspede e não me recolhestes; estive nu e não me cobristes; estive enfermo e preso, e não me visitastes. E eles lhe responderão também: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, hóspede, nu, enfermo ou preso, e deixámos de te assistir? Ele, porém, lhes responderá, dizendo: Na verdade vos digo, todas as vezes que deixastes  de prestar essa assistência a qualquer desses pequenos, deixastes de a prestar a mim próprio. E então irão esses para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna.” (Mateus 25:31-46. )

            Ponhamos atenção no quadro que Jesus nos apresenta sobre o juízo final.

            Qual o objeto das inquirições e o fundamento da sentença? Versa matéria de fé? Estabelece alguma distinção entre o que crê de um modo e o que crê de outro?
           
            Absolutamente!

            O juiz indaga apenas uma coisa: se a caridade foi praticada ou não. E pronuncia-se, dizendo: “Vós que assististes os vossos irmãos, passai à direita, e vós outros que fostes duros ou indiferentes, passai à esquerda.”

            Portanto, é a prática do bem, ainda uma vez, apontada por Jesus como condição única e indispensável para a conquista do reino dos céus.            .

            Nem poderia ser de outra forma, pois, se “Deus é Amor”, só os que sabem amar poderão apreciar-Lhe a inefável companhia.

A Verdadeira Religião - Parte 2
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Julho 1970



Parte 3

            Os discípulos de Jesus, que mais de perto o acompanharam, como teriam entendido a doutrina do Mestre?

            É o que veremos a seguir.

            Invoquemos, inicialmente, a palavra de Simão Pedro :

            “Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todas as ações, porque escrito está: santos sereis, porque eu sou santo. E se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, vivei em temor durante o tempo de vossa peregrinação, fazendo puras as vossas almas na obediência da caridade, no amor da irmandade, com sincero coração amai-vos intensamente uns aos outros.” (Pedro, I, capítulo 1:15-17,22.)

            “Antes de todas as coisas, tende entre vós, mutuamente, uma constante caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados”, e posto que “apenas os justos se salvarão, encomendai vossas almas ao Criador, fazendo boas obras.” (Idem, 4 :8, 18-19.)

            Magnífica exortação! Como resplende, aqui, a luz do vero Cristianismo!

            Fulgor maior, porém, é o que se irradia da segunda epístola desse grande apóstolo, quando diz, divinamente inspirado (1 :5-11) :

            “Ajuntai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor de vossos irmãos, e ao amor de vossos irmãos a caridade. Porque, se estas coisas se acharem e abundarem em vós, elas não vos deixarão vazios nem infrutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. O que não tem prontas estas coisas é cego e anda apalpando com a mão, esquecido da purificação dos seus pecados antigos; portanto, irmãos, ponde cada vez maior cuidado em fazerdes certa a vossa vocação e eleição por meio das boas obras, porque, fazendo isto, não pecareis jamais, e vos será dada abertamente a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.”

            Acrescentar a esses textos de admirável clareza quaisquer palavras nossas, no intuito de ressaltar lhes a significação, o abono à tese que vimos expondo, seria um menoscabo à inteligência do leitor. Vamos, pois, adiante, ouvindo agora outra coluna mestra do colégio apostólico: Tiago.

            Diz ele (1 :22, 25-27): “Sede fazedores da palavra (de Deus), e não ouvidores tão somente, enganando-vos a vós mesmos. O que persevera na lei perfeita, sendo, não ouvinte esquecediço, mas fazedor de obra, este será bem-aventurado no seu feito. Se algum, pois, cuida que tem religião, não refreando a sua língua, mas seduzindo o seu coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, aos olhos de Deus e nosso Pai, consiste nisto: em visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições, e em cada um conservar-se isento das corrupções deste mundo.”

            Não há como torcer o sentido desta citação. Aos olhos dos homens, a religião pode ser apontada como um conjunto de artigos de fé formulados arbitrariamente por uns senhores chamados teólogos, pode ser confundida com exterioridades ritualísticas, mas, “aos olhos de Deus”, a religião pura e imaculada, a religião que eleva, a religião que salva, é a Religião do Bem, pregada e exemplificada pelo Cristo!

            É visitar e socorrer os órfãos e as viúvas (símbolo de todos os fracos, desamparados e sofredores) em suas necessidades e aflições, e conservar-se a si mesmo isento das corrupções deste mundo. É, em suma, caridade para com o próximo e esforço diuturno visando à libertação de todos os erros e vícios mundanos!

            Acrescenta ainda o iluminado Tiago... (2: 14-16, 24,26):

            “Que aproveitará, irmãos meus, a um que diz que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé poderá salvá-lo ?

            “Se um irmão ou uma irmã estiverem nus, e lhes faltar o alimento cotidiano, e lhes disser algum de vós: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes o que hão de mister para o corpo, de que lhes aproveitará?

            “Não vedes como pelas obras é justificado o homem, e não pela fé somente? Do mesmo modo que um corpo sem espírito é morto, assim também A FÉ SEM OBRAS É MORTA.”

            “É pelos frutos que se conhece a árvore”, ensinara Jesus.

            Como pode alguém, pois, provar a sua fé, se não demonstra amor ao próximo, se não pratica o bem, se não exercita a caridade?

A Verdadeira Religião - Parte 3
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Agosto 1970



Parte 4

            Fazendo coro com Pedro e Tiago, João, o discípulo cuja fidelidade ao Mestre todos reconhecem e proclamam, dá-nos o testemunho de como lhe interpretou a pregação, dizendo: “Esta é a doutrina que tendes ouvido desde o princípio: que vos ameis uns aos outros. Aquele que não ama permanece na morte.” (I  ep., 3:11,14.)

            E, todo ternura, acrescenta:

            “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade vem de Deus. E todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é caridade. Se algum disser, pois: Eu amo a Deus e aborrecer a seu irmão, é um mentiroso. Porque aquele que não ama a seu irmão a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê?” (Id., 4:7, 8, 20, 21.)

            Seu pensamento, evidenciado nesses excertos, é que a doutrina de Jesus pode resumir-se em uma única palavra: Amor! E, de fato, assim é porque todas as virtudes, todas as boas qualidades do coração: a benevolência, a doçura, a humildade, a justiça, a tolerância, a piedade, etc., sem exceção de uma só, são filhas do Amor.

            Paulo, o convertido de Damasco, tornado o mais valoroso vexilário da fé cristã, demonstrando também perfeita compreensão dos ensinos do Cristo, assim se manifesta, em 1ª epístola aos coríntios:

            “Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se não tiver caridade, serei como o bronze que soa ou um címbalo que retine; ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade nada sou. E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria. Agora, permanecem estas três virtudes: a Fé, a Esperança e a Caridade; porém, a maior delas é a Caridade.” (13 :1-3, 13.)

            Particularidade interessante. Os partidários da salvação pela fé, sem o concurso das boas obras, socorrem-se com frequência de textos paulinos, em defesa de seu credo. No entanto, é tal a convicção do apóstolo dos gentios quanto à necessidade delas, que afirma: “Ainda quando tivesse toda fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Dentre estas três virtudes: a Fé, a Esperança e a Caridade) A MAIOR É A CARIDADE”. Coloca, pois, explicitamente, a Caridade acima da Fé e da Esperança.

            Inúmeras outras vezes, usou ele de frases incisivas, inequívocas, em que reafirma o valor das boas obras e ratifica sua solene afirmativa sobre a suprema excelência da caridade. Eis aqui algumas passagens:          . .

            Aos colossenses exorta: “Sede misericordiosos, benignos, humildes, modestos, pacientes, sofrendo-vos e perdoando-vos mutuamente, como o Senhor vos perdoou a todos, e, sobre tudo isto revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição.” (3 :12-14.)

            A Timóteo, declara: “O fim do preceito é a caridade nascida de um coração puro, e de uma boa consciência e de uma fé não fingida.” (I, 1:5.) E mais: ”Toda a escritura, divinamente inspirada, é útil para ensinar, para repreender para corrigir, para instruir na Justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, estando preparado para toda a boa obra.”
(lI, 3 :16-17. )

            Aos hebreus, aconselha: “Não vos esqueçais de fazer bem, e de repartir dos vossos bens com os outros, porque com tais oferendas é que Deus se dá por obrigado.” (13 :16. )

            Aos gálatas, recomenda: “Servi-vos uns aos outros pela caridade do espírito, porque toda a lei se encerra neste só preceito: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (5: 13-14 )

            Aos romanos, assevera: “Aquele que ama o próximo tem cumprido a lei. Porque estes mandamentos de Deus: não cometerás adultério não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, não cobiçarás, e se há algum outro, todos eles vêm a resumir-se nesta palavra: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. O amor  do próximo não obra mal. Logo, a caridade e o cumprimento da lei.(13 :8-10.)

            Reparemos bem no alcance desse conceito de São Paulo. “A caridade é o cumprimento da lei” diz ele. Consequentemente, não praticá-la, quando se possa fazê-lo, é descumprir a lei, e, ipso-facto, incorrer nas penas reservadas aos infrutuosos.

            Lógico, pois não?

            O Espiritismo assim há entendido essa verdade fundamental e por isso é que proclama: “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”.  Sim, porque a caridade (amor) está ao alcance de todos: do sábio e do ignorante, do rico e do pobre, do jovem e do ancião, e independe de qualquer crença particular.        

            Com tal máxima, consagra os princípios da liberdade de consciência e de igualdade perante Deus revelando-se, portanto, essencialmente conforme aos ensinamentos do Cristo e à moral evangélica.


A Verdadeira Religião - Parte 4
Rodolfo Caligaris
Reformador (FEB) Setembro 1970



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