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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Os fatos comprovam as profecias

Os Fatos
comprovam as profecias
Indalício Mendes
Reformador (FEB) Agosto 1972

            A humanidade atravessa largo e doloroso período de agitada transição,
comprovado pelo panorama de violências e incompreensões, de intransigências e rebeldias estranhas. O sentimento de ódio se estende a numerosas nações, perturbadas por pregoeiros de ideias e doutrinas desfraternas, sem compatibilidade alguma com os postulados evangélicos deixados pelo Cristo de Deus.

            A personalidade admirável e respeitável de Jesus, entretanto, continua sendo motivação para as mais extravagantes demonstrações grosseiras, quer no teatro, quer no cinema, quer em publicações diversas. Para alguns, o Mestre não passou de um vulgar agitador político, ambicioso do poder, um líder com todas as mediocridades que caracterizam muitos dos indivíduos que, simulando aceitar seus princípios, nada mais querem do que corromper o sentimento cristão, explorando a ingenuidade e a inexperiência de outros mais crédulos do que sensatos, afeiçoando-os a práticas diametralmente opostas às preconizadas nos Evangelhos.

            Os trinta anos que faltam para terminar o século atual assinalam semelhanças, em determinados pontos, com o mesmo período do século XIX, apenas com a diferença de que, agora, a humanidade se vê também diante de uma revolução tecnológica mais profunda e por isto mesmo capaz de alterar fundamentalmente o esquema de vida nos anos porvindouros. Relembrando a “coincidência”, ideias utópicas, ânsias de excessiva liberdade, em favor do estabelecimento de um realismo animalizante, colidem com princípios de moral doméstica. Vícios repulsivos são impostos à mulher, dia a dia mais desencontrada de si mesma, graças a modas ultrajantes, que a desnudam e a transformam, para tristeza das pessoas equilibradas, em simples objeto destinado à lubricidade do materialismo delirante deste fim de século. Buscam, os reformistas, o aniquilamento da Religião, desfraldando a bandeira do racionalismo niilista. Tentam eles dominar o mundo pelo medo, subvertendo a vida normal dos povos que querem trabalhar em paz, assegurando a tranquilidade da família, para alcançar melhores níveis existenciais.

            “O Espiritismo” vem, como “vinha, ( ... ) na hora psicológica das grandes transformações, alentando o espírito humano para que se não perdesse”, e não se perca, “o fruto sagrado de quantos trabalharam” e trabalham, sofrem “e sofreram no esforço penoso da civilização. Com as provas da sobrevivência, vinha reabilitar”, como o faz ainda hoje, “o Cristianismo que a igreja deturpara, semeando, de novo, os eternos ensinamentos do Cristo no coração dos homens. Com as verdades da reencarnação, veio explicar, e explica ainda, “o absurdo das teorias igualitárias absolutas, cooperando na restauração, do verdadeiro caminho do progresso humano.

            Enquadrando o socialismo nos postulados cristãos, não se ilude com as reformas exteriores, para concluir que a única renovação apreciável é a do homem íntimo, célula viva do organismo social de todos os tempos, pugnando pela intensificação dos movimentos educativos da criatura, à luz eterna do Evangelho do Cristo. Ensinando a lei das compensações no caminho da redenção e das provas do indivíduo e da coletividade, estabelece o regime da responsabilidade, em que cada espírito deve enriquecer a catalogação dos seus próprios valores. Não se engana com as utopias da igualdade absoluta, em vista dos conhecimentos da lei do esforço e do trabalho individual, e não se transforma em instrumento de opressão dos magnatas da economia e do poder, por consciente dos imperativos da solidariedade humana. Despreocupado de todas as revoluções, porque somente a evolução é o seu campo de atividade e de experiência, distante de todas as guerras pela compreensão dos laços fraternais que reúnem a comunidade universal, ensina a fraternidade legítima dos homens e das pátrias, das famílias e dos grupos, alargando as concepções da justiça econômica e corrigindo o espírito exaltado das ideologias extremistas.

            “Nestes tempos dolorosos em que as mais penosas transições se anunciam ao espírito do homem, só o Espiritismo pode representar o valor moral, onde encontre o apoio necessário à edificação do porvir.” (1)

            Essas palavras de Emmanuel foram escritas e publicadas há anos e revelam a extensão do grande problema humano, ainda em pleno evolver. Já então o eminente Espírito perguntava: “Onde estão os valores morais da humanidade?”  e dava, ele mesmo, a seguinte resposta: “As igrejas estão amordaçadas pelas injunções de ordem econômica e política. Somente o Espiritismo, prescindindo de todas as garantias terrenas, executa o esforço tremendo de manter acesa a luz da crença, nesse barco frágil do homem ignorante do seu glorioso destino, barco que ameaça voltar às correntes da força e da violência, longe das plagas iluminadas da Razão, da Cultura e do Direito.” Eis confirmada a previsão de Emmanuel: o “barco” que ameaçava voltar às correntes da força e da violência voltou e foi tomado de assalto. A situação atual do mundo nada mais é do que o desenvolvimento natural de antigos erros, cuja imprudente repetição veio revigorar o materialismo, mais forte desde que, em 1870, Pio IX decretou a “infalibilidade papal”. Da mesma forma que, certa feita, enérgica e saneadora ação espiritual exilou do sistema de Capela milhões de Espíritos rebeldes, a serviço da Treva “a Terra, como aquele mundo longínquo, ver-se-á livre das entidades endurecidas no mal, porque o homem da radiotelefonia e do transatlântico” (já agora também da televisão, da energia nuclear, dos astronautas que conquistaram a Lua) “precisa de alma e sentimento, a fim de não perverter as sagradas conquistas do progresso. Ficarão no mundo os que puderem compreender a lição do amor e da fraternidade sob a égide de Jesus, cuja misericórdia é o verbo de vida e luz, desde o princípio.” (1)

            Emmanuel faz-nos relembrar Sócrates, quando afirma, com a sua convincente autoridade: “Como nos tempos mais recuados das civilizações mortas, temos de reafirmar que a maior necessidade da criatura humana é a do conhecimento de si mesma.(2) E prossegue: “Na atualidade do planeta, tendes observado a desilusão de muitos utopistas (...), que sonharam com a igualdade irrestrita das criaturas, sem compreender que, recebendo os mesmos direitos de trabalho e de aquisição perante Deus, os homens, por suas próprias ações, são profundamente desiguais entre si, em inteligência, virtude, compreensão e moralidade. O homem que se ilumina conquista a ordem e a harmonia para si mesmo. E para que a coletividade realize semelhante aquisição, para o organismo social faz-se imprescindível que todos os seus elementos compreendam os sagrados deveres de auto iluminação”. (2)

            O problema da crença é muito importante. “A maioria dos homens possui religião, mas não tem crença. As aparências não exprimem convicção. O culto externo oculta o cepticismo interior. A fé desertou das almas, e o homem se afastou de Deus.”  “Aos poucos, a humanidade vai entrando num estado de alarma, alimentado pelas crises, catástrofes, conflitos, que se sucedem, dia a dia, com crescente impetuosidade, como se obedecessem a longânimo propósito de adestrar o espírito do homem para insuperáveis provas, abalos e emoções. O trauma dos acontecimentos máximos, sem prévia preparação, poderia ser fatal à espécie humana. Daí a lenta, mas progressiva, imersão do mundo em atmosfera pressaga e opressiva, de incerteza e insegurança, de confusão e ansiedade, e a estabilização de um clima universal de agitação.

            O que era excepcional se vai tornando normal, como para habituar o homem a viver em permanente apreensão e induzi-lo, assim, a vigiar, a fim de não se ver arrebatado pelos sucessos. Breve, dentro das espessas nuvens que envolverão o planeta, só haverá um respiradouro: a oração. Basta considerar os acontecimentos que se verificaram na primeira metade (do século XX), para se avaliar o que poderá suceder na segunda metade do século atual.” (3)

            Não desejamos alongar-nos nas citações.

            Todavia, muita coisa, infelizmente, acontecerá até a década de 1980. Jeane Dixon vaticinou: “As duas maiores dores de cabeça da América serão o problema racial e a China Vermelha.” Os jornais nos informam cotidianamente que esse problema vem atormentando o Governo norte-americano e, ainda há pouco, grave atentado quase tirou a vida de um político ianque racista. Antes de 1999, não haverá a sonhada paz no mundo e “o tratado sobre as experiências nucleares será prejudicial à América.(4) Um homem nascido no Oriente Médio, em 1962, trará a missão enganosa de unificar todos os credos rivais numa fé única, mas simbolizará o Anticristo. “Seu poder aumentará grandemente até 1999”, mas só nos princípios da década de 1980 começará a sentir a força desse homem.” (4) Isto foi o que, em sua segunda extraordinária visão, Jeane Dixon anotou. Não estamos aqui endossando nada, mas precisamos considerar que essa senhora norte-americana teve já visões que se confirmaram integralmente, como o assassínio do Presidente Kennedy, o lançamento do Sputnik 1, a queda de Nikita Kruschev, etc. Ficaremos nisto. Ninguém se iluda. As combinações políticas destes últimos meses demonstram aspectos inesperados do jogo que as mais poderosas nações do mundo vêm realizando. Mas nada disso acontece à revelia dos Espíritos Superiores. Reportemo-nos às profundas e impressionantes lições do episódio da “grande estrela da Constelação do Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela”.

            Procuremos compreender que “aqueles seres angustiados e aflitos, que deixavam atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal”, foram “degredados na face obscura do planeta terrestre”; andaram “desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura”; reencarnaram “no seio das raças ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não viram a suave luz da Capela, mas trabalharam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia”. (5)

            Meditemos bastante, nós, que temos a iluminar a nossa rota o espírito do Evangelho de Jesus. “O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua história; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos.(1)

            Não desmereçamos o valor das profecias.

            Emmanuel, em “O Consolador”, páginas 152 a 155, trata dos profetas e afirma: “Em tempo algum as coletividades humanas deixaram de receber a sublime cooperação dos enviados do Senhor, na solução dos grandes problemas do porvir.”

            Meditemos, pois. Reexaminemos as entrelinhas das profecias que revelam os rumos da humanidade, porque a História não se faz apenas nos livros, mas, principalmente, na carne e na alma dos homens que participam, em cada época, em cada ciclo, dos dramas que hão de realizar, no espírito humano, a purificação necessária ao estabelecimento de dias melhores.

            (1)       Emmanuel - "A Caminho da Luz", páginas 187 a 196.
            (2)       Emmanuel - "O Consolador", págs. 30, 129 e 130.
            (3)       Leoni Kaseff - "A Profecia e o Fim dos Tempos", pág. 54.
            (4)       Ruth Montgomery - "O Dom da Profecia", págs. 149, 160 e 163.
            (5)       Emmanuel - "A Caminho da Luz", págs. 28 a 30.



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