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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Semeai, semeai...


Semeai, semeai...
Djalma Farias
Reformador (FEB) Dezembro 1949


            Lançar por toda a parte os ensinos evangélicos, procurando esclarecer as inteligências e dulcificar o coração, nesta hora de confusão e de graves perturbações para o mundo, é a ordem suprema que do Alto temos recebido, porque os tempos são chegados, e a Humanidade, que está perdendo a fé e sentindo o vazio em seu coração, necessita de um estímulo, de um revigoramento espiritual, que lhe possibilite compreender melhor e solucionar satisfatoriamente os problemas materiais e morais, que está, no momento, defrontando.

            Por isso, o trabalho que nos é atribuído nestes últimos tempos é o de semear, semear sempre, com muita prudência e superioridade de vistas, as divinas sementes dos Evangelhos, lutando para que essas sementes, caindo no terreno do coração humano, encontrem condições propícias para germinar, crescer e frutificar.

            É certo que esse trabalho quase sempre se torna árduo e penoso, causando, algumas vezes, decepções amargas àqueles que se iludem quanto ao progresso espiritual do homem, que, infelizmente, não atingiu o grau que muitos vaidosamente supõem.

            Seja como for, devemos cerrar os ouvidos aos tumultos e à grita alucinante do mundo, fechar os olhos ao espetáculo diabólico que se nos apresenta, para cuidarmos de agir, visando o bem do nosso semelhante, a paz entre os homens, a compreensão profundamente cristã dos que têm alguma parcela de responsabilidade.

            E continuo crendo, cada vez com mais firmeza, que somente a pregação evangélica, aliada ao bom exemplo, pode transformar a sociedade, dando ao indivíduo aquele sentido da vida cristã, que desgraçadamente ele ainda não conhece.

            Esse deve ser o empenho de todos os espíritas, que já compreenderam felizmente que não podem guardar com avareza os tesouros de luz e de verdade que a Doutrina consoladora do Espiritismo lhes ofereceu, não só para iluminar lhes os destinos, como para levar essa mesma luz ao espírito de todos os seus semelhantes.

            Considero a pregação e a exemplificação dos ensinos espíritas como o trabalho mais importante, mais árduo e, sobretudo, mais edificante que os espíritas devem realizar, porquanto é imprescindível não perder de vista a finalidade suprema do Espiritismo.

            A semente pequenina da fé evangélica ainda não pode germinar no coração endurecido do homem, ainda não conseguiu abandonar aquele estado de vida latente, em que infelizmente se encontra, para produzir os frutos ansiosamente esperados por Jesus, uma vez que não germinou e, por isso, não pode desenvolver-se, para se transformar na árvore de que nos fala o Evangelho.

            Semear, semear sempre, em toda a parte, deve ser o lema do bom espírita, desejoso de levar ao próximo o conhecimento das verdades  espíritas e cumprir aquela sábia recomendação de Jesus-Cristo: "Ide e pregai".

            Sentimos que nestes tempos os homens bem precisam de alimento espiritual e esse alimento é a palavra do Cristo, que ainda não foi compreendida e muito menos sentida e praticada.

            Temos os espíritas a incumbência de preparar um mundo melhor, um mundo de paz e de fraternidade, de fraterna compreensão entre os homens, de modo que a solidariedade seja a lei fundamental neste planeta.

            Parece um sonho, uma utopia essa pretensão dos espíritas cristãos, um sonho absolutamente irrealizável, mas, o que não padece dúvida nenhuma é que os homens de hoje demonstram possuir melhores sentimentos e compreensão mais clara dos problemas complexos do espírito, o que revela alguma evolução já alcançada.

            Semear a luz, a verdade, o bem, o amor e o princípio de fraternidade na alma cética e
atribulada dos homens de nossos dias, deve ser o mais forte empenho dos espíritas cristãos, desejosos de colaborar com entusiasmo na construção de um mundo melhor.

            Acredito que um dia, no futuro, esse sonho de paz e de fraternidade se tornará realidade, e a fé, o estímulo, o desejo de fazer o bem, a justiça e o amor poderão fazer ninho no coração dos homens, então regenerados e espiritualizados.

            Sei que esse trabalho não pode ser levado a efeito em pouco tempo; sei que é inçado de dificuldades e penas; sei que terá de enfrentar a má vontade e a indisposição de muitos; porém, sei, também, que será vitorioso e tornará felizes todos os que dele participarem, coadjuvando a obra de regeneração, de alevantamento moral e de redenção que os Espíritos superiores estão encarregados de edificar na Terra, sob as vistas amorosas do Cristo de Deus.

            Continuemos, pois, a semear, sempre a semear, com a alma e o coração, na certeza de que em breve colheremos o fruto do nosso trabalho cristão.






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