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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

13. 'Fenômenos de Materialização'


13

Fenômenos de Materialização
por     Manoel Quintão
 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
 1942

Espiritismo e Magnetismo

"Puisque le fantôme fonctionne librement
en dehors du corps, l'ame qui la dirige
peut et doit subsister aprés ta mort . S’il
en est ainsi, l’immortalité est un fait qui
peut étre démontré scientifiquement".
(Durville - Le Fantôme des Vivants).


            Que motivo nos trás a este ambiente carinhoso, nesta tarde invernosa, deixando ócios e lazeres outros, porventura mais trepidantes, acolhedores e sugestivos, físicos, também? 

            Que objetivo nos leva a trocar por esta tertúlia fugitiva no tempo, o aconchego da família, no lar, a carícia da Natureza, fora dele, ou, simplesmente, o movimento bolicioso da vida social e mundana de nossas ruas, para acorrer a este cenáculo?

            Convenção? Dever? Desfastio? Desejo apenas de iludir o tempo?

            Não o creio... Não o creio e digo-o em homenagem a todos vós, religionários, portadores como eu, de uma ideia!

            Sim uma Ideia (e que ideia!) nos reúne aqui, felizmente, nesta hora beatifica de serenidade, enquanto outros e quantos, irmãos nossos se reúnem ou se desunem por ai além, no só intuito, e até sem intuito algum, de viver "humanamente". sibariticamente, o seu planetário minuto de eternidade.

            O matiz desse minuto é multicor e multiforme: há os que se esfalfam num campo aberto em pontapés às bolas, sob aplausos delirantes ou contundentes; há os que se esmurram por esporte na glorificação do "muque"; há os que se comprimem numa sala de teatro ou de cinema por ouvirem pilhérias tóxicas, carnalidades cruas verem ou verem fantoches mudos em lances irreais; há os que desabalam em carreiras vertiginosas de auto,
pela só sensação de correr, e há os que perambulam sem plano nem roteiro, ao léu.

            Há também, por maior desgraça, os que norteiam aos lupanares, às tavernas, às tavolagens...

            É a cidade! o "maelstrom" (situação violenta ou turbulenta) das provas maiores, onde o acúmulo das misérias e onde o grito da vitória de um representa, vale, muitas vezes, pelo grito de maldição de muitos. É, a cidade, onde a boa, a santa vida patriarcal da Família se vai diluindo em ondas de lodo ou de sangue, em tragédias ou em comédias, e onde tudo se pode imolar e de fato se imola ao "Moloch" insaciável do "Modernismo".

            Sim, irmãos meus, reparai que agora é tudo "etiquetado" com essa marca...

            O Galicismo é também de boa marca, é do Eça...

            Até a Ciência, essa matrona macrocéfala é cortesã de todos os tempos e fastos, até Dona Ciência atrela os óculos de tartaruga, corta os cabelos “à Ia garçone", polvilha a rugosa face e vem à tona do periodismo com ares de modernismo!

            E como Dona Ciência, pela boca de seus arautos, tem foros de infalibilidade e prestígios equivalentes à ignorância e superficialidade das turbas, que são multidão, demoveu-nos a ocupar o vosso tempo com o acerto de um de seus festejados corifeus, afirmando de público não haver magnetismo animal e que tudo não passa de sugestão.
        

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