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quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

O Natalício do Mestre

 

O Natalício do Mestre

Vinícius (Pedro de Camargo)

Reformador (FEB) 1º de Janeiro de 1929

 

            Nasceu em Belém de Judá o Redentor do mundo, há perto de vinte séculos. Tl o acontecimento de maior relevância nos fastos da história humana. Tão importante que chegou a abalar as milícias celestiais cujo alvoroço se expandiu nesta alacre mensagem: Glória Deus nas maiores alturas e paz na Terra aos homens a quem Ele quer bem!

            Nascer é iniciar, é dar começo a uma existência em determinado meio. Eis o fato histórico considerado em seu aspecto genérico. Particularizemos, agora, o advento do Messias. Que influência está exercendo em nós o seu nascimento? Que relação existe entre o natal de Jesus e a nossa vida, no momento atual? Que veio Jesus fazer à Terra, na parte que nos toca?

            Eis a questão que nos interessa de perto e que vem determinar o grau de importãncia daquele natal. Se o nascimento do Redentor não é ainda uma realidade em nós mesmo, influindo positivamente emnosso caráter, que importãncia pode ter no que no diz respeito?

            As minas do Transvaal são as mais ricas do mundo; é um fato indiscutível, considerado em sua generalidade. Mas, em que isso nos interessa? Que proveito tiramos? Se, porém, nos associarmos às empresas que exploram filões de ouro e os diamantes então o caso muda de figura, tornando-se para nós de importância capital. O Brasil é um país opulento pela uberdade de seu solo, pela sua flora, seus minérios e suas múltiplas fontes de riqueza. Não obstante, há muita gente pobre e até miserável no Brasil.

            Para que as suas decantadas riquesas sejam uma realidade para cada brasileiro, é preciso que este se hbilite, grangeando sua independência financeira pelo trabalho, pela inteligência, pela perseverança e pela economia. Caso contrário, todas as vantagens e prerrogativas de nossa terra serão como se não existissem.

            Precisamente o mesmo fenômeno se dá com relação ao natal de Jesus. Nenhum proveito nos vem do fato histórico de seu nascimento. Todo o valor desse magno sucesso está nas suas relações conoso. Se existe essa relação, se aquele fato represent uma força viva atuando em nosso Espírito, então Jesus nasceu para nós e a nós se dirige a angélica mensagem: Glória a Deus nas maiores alturas, paz na Terra aos homens a quem Ele quer bem!

            Se permanecermos alheios ao Natal de belém, quanto à sua eficiência em nossas almas, tudo o que fizermos para comemorar tão auspiciosa data histórica será vão e vazio, visto como Jesus nasceu para nos salvar do pecado, para nos remir da servidão dos vícios e das paixões. Se nos conservarmos na iniquidade do século e nos afazemos à escrvidão, aquele natalício ainda não se realizou: nada temos, portanto, que comemorar.

            Ao contrário das hospedarias de Belém, tratemos de arranjar lugar em nossos corações para recebermos condignamente o divino hóspede que há dois mil anos bate às nossas portas.


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