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terça-feira, 4 de agosto de 2020

'Ecos e Fatos'


Ecos e Fatos
A Redação

Reformador (FEB) 1º Julho 1917

           Nosso distinto confrade M. Quintão, em meditado e conceituoso artigo inserto na edição anterior desta revista, observa que não há divergência entre as revelações obtidas por ALLAN KARDEC e as que foram obtidas por ROUSTAING, cumprindo ambos a sua tarefa.

            Aproveitando o ensejo, julgamos conveniente reproduzir as palavras de ALLAN KARDEC, na Revue Spirite de 1866 (junho) quando noticiou a publicação dos Quatro Evangelhos, de ROUSTAING:

            Esta obra compreende a explicação, artigo por artigo, mediante comunicações ditadas pelos espíritos. É um trabalho considerável e que, para os espíritos, tem o mérito de em nenhum ponto estar em contradição com a doutrina ensinada n’O Livro dos Espíritos e n’O Livro dos Médiuns, são em sentido análogo as partes correspondentes àquelas de que nos ocupamos no Evangelho segundo o Espiritismo.
            Como nos tenhamos limitado às máximas morais que, com raras exceções, são claras, não poderiam ser elas interpretadas de modos diversos, como também nunca serviriam de objeto para controvérsias religiosas.
            É por esse motivo que por aí começamos discorrendo sobre assuntos que não seriam contestados, esperando que a opinião geral estivesse mais familiarizada com a ideia espírita.
            O autor desta nova obra entendeu seguir outro caminho.
            Em lugar de seguir gradativamente, quis chegar de um golpe ao fim.
            Tratou de certas questões, que não tínhamos julgado ainda oportuno abordar. Por conseguinte, cabe-lhe a responsabilidade e aos espíritos que fizeram os comentários... “

            Nenhuma revelação contraria a esses comentários publicou ALLAN KARDEC.  

            Se manifestou opinião pessoal divergente sobre o corpo de Jesus, declarou n' A Gênese “nada prejulgar sobre a natureza do Cristo, que não entrava no plano da obra. O seu estudo contra o dogma da divindade de Jesus foi publicado nas Obras Póstumas.

            Cumpre assinalar que ROUSTAING tinha no mais elevado conceito ALLAN KARDEC, a quem considerava como fundador do Espiritismo.

            Em exemplares da edição francesa dos Quatro Evangelhos figuram extratos da da resposta a seus críticos e adversários, publicada pelos discípulos de ROUSTAING, contendo notícias sobre fenômenos de materialização de espíritos, modernamente observados. Conviria aos confrades examinar essa documentação.

            Vamos encerrar este pequeno artigo com a palavras de ALLAN KARDEC, na conclusão d'O Livro dos Espíritos:

            “Os espíritos sempre nos disseram que não nos inquietássemos com as divergências, que a unidade se havia de estabelecer: ora, a unidade já se fez sobre a maioria dos pontos e as divergências tendem, diariamente, a desaparecer...”

            Que importam algumas dissidências que, realmente, estão mais na forma que no fundo?! Notai que os princípios fundamentais são por toda a parte os mesmos e vos devem unir em um pensamento comum: o amor de Deus e a prática do bem... Se, entre os adeptos do Espiritismo, há alguns que divergem de opinião sobre alguns pontos de teoria, todos estão concordes sobre os pontos fundamentais: há, pois, unidades...Podem haver escolas, que procurem esclarecer-se sobre as partes ainda controversas da ciência; não devem haver seitas rivais umas das outras. O antagonismo só pode existir entre aqueles que querem o bem e aqueles que fazem ou querem o mal. Ora, não há em só espírita sincero e compenetrado das grandes máximas morais ensinadas pelos espíritos que possa querer o mal ao seu próximo, sem distinção de opiniões, Se uma delas está em erro, tarde ou cedo a luz se fará para ela, se a procurar de boa fé, sem prevenção. No entretanto todos tem um laço comum que os deve unir em um mesmo pensamento; todos tem um mesmo fim. Pouco importa, pois, o caminho, entretanto que ele aí o conduza. Ninguém deve procurar impor-se pelo constrangimento material ou moral, e só estaria no falso aquele que lançasse o anátema ao outro...”

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