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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Anúncio da traição



Anúncio da traição      

 13,21  Dito isso, Jesus  falou de forma aberta: “ -Em verdade, em verdade vos digo, um de vós há de Me trair!” 
13,22  Os discípulos olhavam uns para os outros sem saber de quem falava Ele. 
13,23  Um discípulo, a quem Jesus amava, estava à mesa, reclinado ao peito de Jesus; 13,24  Simão  Pedro   acenou-Lhe,  para  dizer-Lhe: -Diz-nos de quem Ele fala! 
13,25 Reclinando-se, este mesmo discípulo, sobre o peito de Jesus, interrogou-O: -Senhor, quem é? 
13,26 Jesus respondeu: “ -É aquele  a  quem Eu der o pão embebido.” Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotis. 
13,27 Logo que ele o engoliu, um espírito do mal apossou-se dele. Jesus disse-lhe, então: “ -O que queres fazer, fazei-o depressa” 
13,28  Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera; 
13,29  pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava -Compra aquilo de que temos mister para a festa ou... -Dá alguma coisa para os pobres...
13,30  Tendo Jesus recebido o bocado da pão, apressou-se em sair. E era noite...


         Para Jo (13,21-30), -Anúncio da Traição - leiamos a Bittencourt Sampaio por Frederico Jr. em “Jesus perante a Cristandade”:

            “ ...E não sejam os vossos erros motivo de desânimo; lembrai-vos que o Divino Jesus, à mesa da Ceia Pascal, deu também a Judas, que o devia atraiçoar, o pão e o vinho que repartira com todos os seus discípulos; lembrai-vos que aos seus pés ele se ajoelhou, também, para lavá-los!

            E do alto da cruz, invocando o perdão para todos os que o odiavam, ele estende o seu infinito amor, a sua divina misericórdia a todos aqueles que o buscam nas asas da prece fervorosa, enveredando-os pelo luminoso carreiro que os deve conduzir, puros e limpos das máculas do pecado, aos pés do seu e nosso Criador e Pai!

            Sem nos determos, porém, nessa sublime passagem dos evangelhos em que mais se exalta Jesus, o nosso Divino Mestre, o maior dos Espíritos baixado à Terra, humilhando-se aos pés dos homens, acompanhemos a narrativa do Discípulo Amado, buscando novos ensinamentos que, dando-nos alento, nos encorajem na nova cruzada em que nos empenhamos, para o restabelecimento das verdades evangélicas.

            E, visto que não podemos, de modo algum, tomar ao pé da letra aquilo que se encontra nos Evangelhos, cumpre nos esforcemos para, interpretando em espírito e vida os sublimes ensinamentos, bem compreendermos a Boa Nova de N.S. Jesus Cristo.

            Diz-nos o Discípulo Amado que, depois que o Senhor deu a Judas o pão molhado, nele entrou Satanás, que devia, na Terra, levá-lo à prática da negra traição ao Divino Mestre.

             Se interpretarmos à letra as palavras do evangelista, cairemos no absurdo de admitir que N.S. Jesus Cristo dava ao espírito das trevas a posse de Judas, no alimento que lhe oferecera à mesa da Ceia Pascal.

            Essas palavras, porém - entrou nele Satanás -, são figuradas e apenas significam que no espírito de Judas germinava a idéia do crime, que então se fazia resolução.

            Era chegado o momento de se realizarem as profecias; cumpria que o Manso Cordeiro fosse levado ao sacrifício, para redenção dos homens!

            E, folheando os Evangelhos, encontrareis, cristãos em Cristo, em muitas passagens, o nosso Divino Mestre perseguido pelas multidões que tentam tirar-lhe a vida, encobrindo-se às suas vistas, pois que o seu momento ainda não era chegado, o que em abundância prova que o corpo que o revestia era de natureza fluídica.

            O príncipe deste mundo, isto é, o mal, não podia ainda ter acesso naqueles que deviam levar à morte o Amantíssimo Cordeiro; rodeava-o uma atmosfera de luz onde não podiam penetrar os maus - aqueles que odiavam a Jesus e aos seus queridos discípulos, os encarregados de espalhar sobre a superfície da Terra a santa doutrina do amor e de perdão que Ele pregara.

            Findo o banquete divino, tendo o Senhor feito o seu testamento, isto é, tendo dado aos seus discípulos as instruções necessárias para que eles pudessem desempenhar a santa missão de que os incumbira na Terra, desfaz-se essa atmosfera de luz, por ação da sua divina vontade, principiando, então, o reinado das trevas; e, perfeitamente livres, os pérfidos e ingratos atuam sobre aqueles nos quais encontram os elementos necessários para o sacrifício do Divino Redentor!


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