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sexta-feira, 24 de maio de 2013

O Pensamento de Rubens Romanelli





O pensamento
de Rubens Romanelli



            Não há maior heroísmo do que saber suportar o peso da derrota.

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            Jamais te prendas ao agressor por um ato de vingança, senão por um impulso de perdão. Vingando, tu te escravizas à dor; perdoando, tu te libertas dela. A vingança é filha do ódio e o perdão é filho do amor, e o ódio está para o amor, como o inferno está para o céu.

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            Procura identificar a presença do bem no fundo de todas as coisas. Não há maior miséria do que ter olhos para ver somente a miséria.

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            Como, pois, te presumes sábio se nem ao menos podes avaliar a infinita extensão da tua ignorância?

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            Nada desprezes nem deprecies, para que não te desprezes nem te deprecies a ti mesmo. Sabe que se tu vives no Universo, o Universo vive igualmente em ti.

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            Tu és grande na medida em que te reconheces irmão de todas as formas da Natureza.

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            Quanto mais amplo e profundo for o teu Amor, tanto mais ampla e profunda será a consciência de tua identidade com o Universo. À medida que se dilata o Amor, com ele se dilata igualmente todo o teu ser, por forma que se torna cada vez maior tua superfície de contato com o Infinito.

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            A cultura constitui uma riqueza espiritual, cuja aquisição vai ordinariamente acompanhada dos mesmos vícios e paixões inerentes à posse da riqueza material.
            O homem culto assemelha-se, em quase tudo, ao homem rico. Orgulhoso de seus valores intelectuais, não raro se torna dogmático, tal como o milionário que, escudado em seus valores pecuniários, pretende impor sua autoridade.

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            Na economia da evolução, os valores culturais são cotados segundo o maior ou menor lastro moral em que se baseiem as operações intelectuais. O lastro moral fixa a posição espiritual do indivíduo, assim como o lastro ouro fixa a posição financeira de uma nação.

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            Em cultura, como em finanças, o essencial não é possuir muito, mas aplicar bem o que se possui. A cultura é como o dinheiro: ela não vale por si mesma, mas pelo uso que dela se fizer.

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            Somente o santo se mantém invencível na grandeza de sua humildade e na majestade de seu amor. Poderão despojá-lo de tudo, inclusive do próprio corpo, mas ele vencerá sempre, porque seu centro de vida jaz muito distante das formas perecíveis...

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            Só não passou, nem passará jamais o reinado de Cristo, porque Cristo personifica a força do amor e o amor é a força que rege os impulsos da evolução em todos os planos da Criação.

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            Já não podemos aceitar, por obsoleto, o conceito geocêntrico e antropocêntrico de uma sociologia cujo escopo único seja o estudo das relações sociais entre os seres habitantes da Terra.

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            É natural, portanto, que o homem, embora nem sempre conscientemente, venha a agir sob a influência, benéfica ou maléfica, dos desencarnados. A Sociologia não pode desdenhar essa influência, porquanto ela se reveste da mais alta importância, para a destinação do indivíduo e da coletividade.

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            Se a força da gravitação vincula solidariamente os astros mais distantes, com muito mais razão a força do amor deve vincular as almas habitantes do Infinito.

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            Já compreendestes quão inútil é pretender eliminar o mal, agredindo-o, porque está nas Leis da Natureza que toda forma agredida reforça suas resistências, no processo da defesa. Procurareis, portanto, para atingir vossos elevados propósitos, perdoar antes que condenar, dar antes que tomar, bendizer antes que amaldiçoar, corrigir antes que punir, amparar antes que abandonar.

            Perguntaram a Rubens Romanelli: "Qual a maior emoção de sua vida?" E ele respondeu: “A de quando a imortalidade se objetivou ante meus olhos, sob a forma de u'a materialização luminosa."

           
Extraído de um artigo de Ismael Gomes Braga publicado em ‘Reformador’ (FEB) em Março de 1964.

O livro  "O PRIMADO DO ESPÍRITO" de Rubens Romanelli (1913-1978) mereceu reedição recente pela  Publicações LACHÂTRE.




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