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quinta-feira, 9 de maio de 2013

17 (e final). 'Didaquê Espírita'




17

Didaquê Espírita

compilação e coordenação
  Carlos Lomba
Ed.FEB 1948

DEVEMOS CONFABULAR COM OS MORTOS?

            Levítico 19:31 - "Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não busqueis contaminar-vos com eles".
               Deuteronômlo 18:10 e 11 - "Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou sua filha, nem adivinhador, nem prognostigador, nem agoureiro, nem feiticeiro; - Nem encantador de encantamentos, nem pergunte a um espírito, nem mágico, nem pergunte aos mortos".

            Buscam fundamentos reacionários contra o ESPIRITISMO - citando Moisés em Levítico e Deuteronômio, como acima vimos - o clero romano e pastores de outras seitas religiosas. Moisés, porém, assim o fez porque essa prática, quase que generalizada naquela época milenarmente distante, conduzia o homem para a mais completa irresponsabilidade dos seus cometimentos e obras, pois que tudo procurava saber e indagar dos Espíritos, fugindo assim ao seu livre arbítrio e à séria responsabilidade pessoal de seus atos, conduta e ações.

            Também assim o faz e proíbe, com maior severidade e rigor, o próprio ESPIRITISMO. Essa proibição de Moisés, entretanto, confirma e prova que a comunicação dos "mortos" com os "vivos" é, não só possível, mas também fácil de ser conseguida, visto que os povos atrasados daquela era já sabiam provocá-la e exercitá-la. Assim, Moisés afirmou uma grande verdade: a possibilidade dessas comunicações. E só proibiu que dela se utilizassem para fins irreverentes, perigosos e ilícitos, tanto assim que não se referiu aos Profetas, que eram os MÉDIUNS de então, os quais continuaram a falar com os mortos.

            Ainda que admitindo haver Moisés condenado tais comunicações, sabemos que muitas outras proibições mosaicas não foram aceitas e não são aceitas pelo Cristianismo, e que essa proibição de comunicação com os mortos foi abolida pelo próprio Cristo de DEUS, visto que Jesus conversou com os mortos, com Elias e com o próprio Moisés ... (Mateus 17:1 a 6).

            Pois que Jesus, Ele mesmo, presidindo a uma sessão espírita, de efeitos físicos, deixou assinalada, no Monte Tabor, a possibilidade de tais fenômenos, hoje presididos pelo Espírito da Verdade, o CONSOLADOR que Ele prometera aos homens da Terra, para os tempos atuais (João 14:15 a 28).

            Consequentemente, quem negar a possibilidade da comunicação dos mortos com os vivos, colocar-se-á em absoluta discordância com os ensinamentos de Moisés e de Jesus.

            Com fins e propósitos nobres, sérios, puros e elevados, podemos e devemos confabular com os mortos, prodigalizando ou recebendo luzes.

DEVEMOS CURAR OS ENFERMOS?

            A resposta a esta pergunta, temo-la no :Evangelho segundo S. Marcos (Cap. 16, vers. 18), onde ficou registrado haver Jesus apresentado como sinal que distinguiria os seus discípulos:  "porão as mãos sobre os enfermos e os curarão."

            Jesus não só curava, impondo as mãos sobre os doentes, senão que também recomendou a todos os seus discípulos que fizessem o mesmo. É bem verdade que Jesus e seus discípulos foram perseguidos porque curavam, pois tais curas despertavam a inveja dos poderosos sacerdotes da religião dominante e oficial entre os judeus, mas, nem por isso, Ele e seus discípulos de então e de todas as épocas se amedrontaram, antes,
mais cheios de fé se dedicaram à cura dos enfermos, que os procuravam, quer antes, quer depois da Ascensão do Senhor.

            Na história de todas as religiões encontraremos essas curas, consegui das exatamente pelo processo recomendado pelo Cristo de DEUS.

            Não é necessário ser espírita para que se possa operar a cura dos enfermos. É preciso, porém, que se tenha fé e que o intermediário da cura e o doente mereçam a graça solicitada.

            A vida de Jesus foi toda ela dedicada à pregação dos ensinamentos divinos e à cura dos enfermos, que a Ele recorriam; todavia, não se esqueceu Ele de dizer e repetir: “Dai de graça o que de graça recebestes".



ORAÇÃO DOS MENINOS

João de Deus
 por Chico Xavier
in ‘Jardim da Infância’ (Ed. FEB)

Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na glória da Criação,
Ouve esta humilde oração
Dos pequenos lábios meus.

Santificado, Senhor,
Seja o teu nome divino
Em minhalma de menino
Que confia em teu amor.

Venha a nós o teu reinado
De paz e misericórdia,
Que espalha a luz da concórdia
Sobre o mundo atormentado.

Que a tua vontade, assim,
Que não hesita, nem erra,
Seja feita em toda a Terra
E em todos os Céus sem fim...

Dá-nos, hoje, do celeiro
De tua eterna alegria
O pão nosso que sacia
A fome do mundo inteiro.

Perdoa, Pai, nesta vida,
Os erros que praticamos,
Assim como perdoamos
Toda ofensa recebida.

Não deixes que a tentação
Nos vença a carne mortal
E nem permitas que o mal
Nos domine o coração.

Em tua luz que me beija
E em teu reino ilimitado,
Que sejas glorificado,
Agora e sempre... Assim seja!



POSFÁCIO

            Aos pais e professores cumpre realizar este nobre e delicado trabalho: o de despertar na criança o mais vivo interesse pelas aulas de moral cristã.

            E para realizá-lo com êxito, a paciência e a boa vontade devem ser irmãs e companheiras inseparáveis dos preceptores.       

            Não há negar a sua magnética e soberana influência sobre os alunos, atraindo-os a si e
aprisionando-os à sua simpatia e amabilidade.

            Tornar-se fascinante, caricioso, tolerante, alegre, comunicativo e amigo, são do professor deveres e condições imprescindíveis, aliando tais virtudes à maior e à mais simples naturalidade, sem praticar exageros.

            Nem se poderia compreender que as lições de JESUS fossem ministradas de outra maneira.

            As crianças, de um modo geral, fogem às pessoas carrancudas, austeras, que ralham, que repreendem, que gritam e fazem ameaças, com atitudes de prepotência e arrogância.

            Jamais exigirmos que os meninos decorem e papagueiem as lições marcadas.

            A missão do professor é formular as perguntas e ele próprio responder a elas, iluminando
claramente a inteligência infantil.

            Depois, sim, entrará com habilidade a fazer perguntas, sondando a capacidade de apreensão
e o aproveitamento do aluno, sem jamais molestá-lo, coagi-lo ou repreendê-lo, e sem propinar lhe o veneno da inferioridade, ao lado de seus colegas mais vivos e atilados. Preparado o ambiente da aula cristã, depois da prece inicial, começa-se assim "Era uma vez...”

            É método feliz iniciar-se a aula com a narrativa de uma historiazinha, de um conto, de uma fábula ou apólogo que se relacione, mais ou menos, com a aula do dia.

            Há um quê de magia nesta frase - era uma vez... 

            Tem ela uma influência especial, sui generis, sobre a alma dos meninos.

            Desperta Ihes a atenção, aguça lhes o sentido, prepara lhes o ensejo da receptividade, a ação passiva da compreensão e do entendimento.

            Conta-se, então, a pequenina história ou fábula e entra-se na lição, descendo-se o mais possível à mentalidade infantil, ministrando-lhe o ensino de tal modo que possa ser bem compreendido e assimilado, com uma linguagem cuidadosamente simples e tão singela quanto possível.

            Fazer que os meninos nos escrevam cartinhas, falando-nos de DEUS e da Natureza que nos envolve, de Jesus e de seus ensinamentos, enfim: da caridade, da fraternidade, da imortalidade da alma, da reencarnação, da justiça, do amor e do perdão. Exercitá-los na exteriorização de todas as virtudes cristãs.

            Essas cartinhas, que são verdadeiros tesouros de graça, de inocência e de simplicidade, lidas em aula, como estímulo e emulação, dão-nos oportunidade para renovar esclarecimentos, ampliando comentários que mais iluminem a inteligência dos meninos, tornando-os ao mesmo tempo alegres e felizes, por sentirem apreciadas as suas missivas.

            Dar-lhes poesias escolhidas e apropriadas, para que as decorem, fazendo que uma ou duas crianças, ao fim de cada aula, as recitem com sentimento e aprimorada dicção.

            Convidá-las sempre para a mesa, duas ou quatro de cada vez, ladeando a cadeira central do professor, tocando a uma delas fazer o Pai Nosso na abertura das aulas, e a uma outra proferir igual prece, no encerramento das mesmas, todos de pé.

            Ao professor compete prosseguir, dar continuidade à prece da criança, tanto no princípio como no fim das aulas, iniciando-as ou encerrando-as, em nome de JESUS.

Carlos Lomba

Fim


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