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segunda-feira, 25 de março de 2013

9. 'Ciência Religião Fanatismo'

9

Ciência    Religião   Fanatismo

por  Mínimus
(Antônio Wantuil de Freitas)
Ed. FEB
c.1938




            Quanto ao Espírito, é natural que encontremos certa dificuldade na compreensão de sua estrutura, e nem a isso tentaremos chegar- as formigas só compreendem o que lhes é possível.

            Se a matéria ainda está tão mal analisada, como pretendermos compreender a formação do Espírito?

            Sabemos, no entanto, existir o Espírito, não só por no-lo terem ensinado, como por não podermos admitir que a matéria pense. Ele só pode ser a causa da inteligência, e este o seu efeito. Os relógios elétricos, diz Kardec, dão uma vaga ideia dessa causa, Desligada a corrente elétrica, que também não vemos, o relógio para.

            Não podemos explicar cientificamente como são formados os Espíritos; não podemos compreender a sua constituição, nem porque são imortais; mas explicamos melhor que todas as filosofias, religiosas ou não, donde partimos e aonde nos encaminhamos, para que existimos e por que sofremos, e isso, sem recorrermos a jogo de palavras, a hipálages (figura de retórica, com que parece atribuir-se às palavras de uma frase o que pertence a outras palavras da mesma frase) e a metalepses (Figura de retórica, em que se toma o antecedente pelo consequente, e vice-versa).

            Desconhecem os nossos antagonistas o que eles próprios são, não sabem onde reside a consciência, ignoram onde se localiza a virtude e a maldade, não explicam os segredos da fecundação e os da morte; vivem às apalpadelas, desnorteados, destruindo hoje as teorias que ontem criaram; entretanto, creem-se gênios, quando não passam de vermes presunçosos. E, como lhes não podemos apresentar a composição química do espírito e a compreensão exata do infinito, obras do Gênio Máximo - julgam-nos vencidos.

            Isso importava querer exigir a um analfabeto a compreensão exata, qual a tem o homem culto, da numeração infinita. Pois é justamente o que nos querem pedir a nós sob-calor de que tudo devêssemos explicar, até mesmo o que só é dado ao Espírito Supremo.

            Pode-se ser humilde, afirmando ignorar, ou orgulhoso, negando a verdade.

            A crença na existência do Espírito, e mesmo na reencarnação, faz parte dos ensinamentos de todas as religiões antigas, inclusive o Bramanismo.

            E mais recentemente, alguns anos antes do nascimento do Cristo, Vergílio, no Livro XI da Eneida, fala-nos que os seres que habitam no inferno são imagens aéreas que voejam sob incorpóreas formas, e mais adiante, no mesmo capítulo, diz-nos pela boca de Anquises: "As almas destinadas a habitar outros corpos bebem, nas águas do Letes, a tranquilidade e o longo esquecimento. Elas tornarão à face da Terra, voltando a novos corpos".

            Como vemos, essa crença não é nova; mas, só o Espiritismo, com a apresentação dos fenômenos, conseguiu demonstrar essas verdades e pode amplificar os conhecimentos anteriores, afirmando aos saduceus de hoje que os Espíritos atravessam a matéria, transportam-se com a velocidade do pensamento e irradiam, de acordo com o seu grau espiritual, mensagens para diversas direções, como o fazem a luz e a eletricidade.

            Flammarion foi um dos que mais defenderam a existência de forças superiores dirigindo a natureza. Em seu "Tratado de Astronomia", afirmava que há na natureza alguma coisa além da matéria cega, que existe uma lei intelectual de progresso governando a criação e que a morte universal não reinará jamais.

            Vede, senhores, que ele assegurava que a morte universal não existe, e hoje, decorridos tantos anos, podemos, com os próprios conhecimentos adquiridos ultimamente pela ciência, ampliar a Lei de Lavoisier, asseverando: - Nada se perde, nada se cria e nada morre na natureza: tudo se transforma. E dizemos - nada morre - porque está provado que tudo tem movimento. A matéria, que julgavam morta, contém elétrons que giram sempre, porque esta matéria está integrada com a energia que a não deixa perecer e antes a transforma pela influência direta do Fluido Universal ou sob sua ação catalisadora.

            Paracelso, o fundador da Iatroquímica (Doutrina médica que surgiu durante o século XVI, a qual atribuía a causas químicas tudo o que se passava no organismo, são ou enfermo) no século XVI, enunciava que o homem é um composto químico e que as moléstias têm por causa uma qualquer alteração deste composto. Ele falava com os conhecimentos da época, pois inda não se havia descoberto a ação do magnetismo e nem se sonhava com a do FIuido Universal, que, há oitenta anos, os espíritas, vimos anunciando.

            O Espiritismo apresenta-nos teoria mais desenvolvida que a de Paracelso: vai além da matéria visível, atingindo a energia instável.

            Bebemos água e ingerimos bicarbonato de soda. Junte-se a cada molécula de água um átomo de hidrogênio, ou tire-se o hidrogênio do bicarbonato, e ambos ficarão intoleráveis e com suas propriedades terapêuticas modificadas, porque não é, pois, possível que inteligências, que nos são mui superiores, possam produzir pelo conhecimento que têm do Fluido Universal, modificações ou alterações no nosso organismo, quando sabemos ser esse fluido o elemento básico de todos os corpos denominados simples.

            Daí concluirmos que a água fluidificada sofre a ação da força magnética ou fluídica, adquirindo propriedades terapêuticas capazes de modificar, alterar, substituir ou fortalecer esse mesmo fluido componente da matéria do corpo humano.

            Daí inferirmos e assegurarmos que há criaturas aptas a servir de transmissoras do fluido vital, modificando, com os "passes", os fluidos de quem os recebe, suprindo deficiências e até mesmo evitando que a vida se extinga.




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