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domingo, 3 de março de 2013

14. 'Fenômenos de Materialização'

Esta NÃO é uma foto de uma materialização mas sim de um 'adorno' de um túmulo...


14

Fenômenos de Materialização
por    Manoel Quintão
 Livraria Editora da Federação Espírita Brasileira
 1942

            Médium receitista há 20 anos, médium de passes também, magnetizador portanto, bastaria narrar aqui, com singeleza alguns resultados obtidos pessoalmente, para infirmar a sentença "ex-catedra", mesmo porque, fatos não são teorias, nem se lhes dá a eles - os fatos - para que se verifiquem, aguardar o veredictum dos que os observam e, bem ou mal, os interpretam.

            Os bólidos caíam do céu .. , um sábio de alto coturno dizia, então: "como podem cair pedras do céu, se no céu não ha pedras?"

            Hoje os bólidos estão quimicamente analisados e ninguém, que se preze de mediana cultura, lhes desconhece a gênese.    

            Assim, a rotação da Terra com Galileu; assim a circulação do sangue com Harvey; assim outras muitas descobertas, leis, conquistas foram negadas e condenadas a seu tempo, pela Ciência oficial.

            Pois bem: parodiando a cinca (enganosa, errada) acadêmica, poderíamos colocar na boca do sentencioso esculápio contemporâneo a seguinte frase: como pode haver Magnetismo, se eu não vejo, não toco, não sinto o chamado fluido magnético?

            E, contudo, o sentiria, tocaria e veria, se o quisesse, tal como fizeram De Rochas, Durville, Dr. Luyz e tantos outros sábios experimentadores argutos e probos, que constataram a esteriorização da sensibilidade e da motricidade, a fotografia dos eflúvios, a medicina transplantatoria, a ação medicamentosa à distância, etc.

            Destarte, conheceria o Dinamoscópio de Callongues, o Magnetômetro de Fértin, o Galvanômetro de Crookes, o Biômetro de Baraduc, o Pêndulo de Thore...

            Os homens sérios,  os chefes de escolas quaisquer, científicas, filosóficas ou religiosas, todos quantos reivindicam autoridade para falar ao público e nortear correntes de pensamento; precisam capacitar-se de uma coisa - é que nos encontramos em fase singularíssima de evolução planetária, com um nível psicológico coletivo que sobrepaira a todos os interesses efêmeros e secundários.

            Isso não será fácil, talvez, a esses que tais consagrados "Mestres em Israel", brevetados da Ciência oficial, cujos marcos de penetração se fincam nas extremas coordenadas do dinamismo molecular.

            A verdade, entretanto, é que, hoje como nunca, aumenta o número dos que leem e raciocinam de conta própria: dos que se não deixam encantar por meras teorias mais ou menos abstrusas (difícil de compreender)  e retumbantes.

            A Revelação Espírita, em seu opulento desdobrar de maravilhas, veio, precisamente encerrar o período da Fé Cega, do ‘crê ou morre’, do "magister dixit".

            Hoje o homem, tal como o homem de todos os tempos, quer crer, tem necessidade substancial de crer, mas, paralelamente, com o evolver da inteligência, tem necessidade de compreender.

            Os espiritistas, neste ponto (e já alguém judiciosamente o observou) diferimos de outros crentes, pois que buscamos na meditação, no estudo e na observação a veracidade da nossa crença, que, de resto, não comporta dogmas nem mistérios.

            Nem para nós os arcanos da Natureza se podem prefigurar, inabordáveis e inacessíveis, por transcendentes, uma vez que a lei é de progresso indefinito e a Natureza é obra de Deus, na qual e pela qual a Deus se glorifica.

            Seria mesmo neste sentido que o Divino Mestre sentenciava: Sede perfeitos como meu Pai é perfeito.

            Bezerra de Menezes, médico ilustre e apóstolo espiritista que o foi para nosso país, costumava dizer: Religião e Ciência são como as asas do Espírito, com as quais ele voa para Deus.

            Como poderia o Espírito, ave do céu, voar como uma só asa?

            Religião e Ciência! Unamo-las aqui, porque também dito foi que a pequena ciência nega e a grande ciência afirma Deus.

            Foi louvado nestas cogitações e confiado na vossa tradicional benevolência que me permiti respigar estas considerações e fatos Ilustrativos da tese em apreço, preenchendo esta hora suavíssima de harmonia, que baixa de cimos celestes em retábulos de luz, para amenizar, sintonizando- as no mesmo anseio de Paz, as nossas almas lúridas (poética: pálido, lívido, escuro) e vacilantes na prova individual e coletiva. 



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